Saturday, July 29, 2006

Holiday in Spain



Estou de férias na Espanha! Volto logo. Enquanto isso fiquem com Counting Crows (grande banda).

Holiday In Spain

Got no place to go
But there's a girl waiting for me down in Mexico
She got a bottle of tequila, a bottle of gin
And if I bring a little music I could fit right in

We got airplane rides
We got California drowning out the window side
We've got big black cars
And we got stories how we slept with all the
Movie stars

I may take a holiday in Spain
Leave my wings behind me
Drink my worries down the drain
And fly away to somewhere new

Hop on my choo-choo
I'll be your engine driver in a bunny suit
If you dress me up in pink and white
We may be just a little fuzzy 'bout it later tonight

She's my angel
She's a little better than the one that used to be with me
Cause she liked to scream at me
Man, it's a miracle that she's not living up in a tree

I may take a holiday in Spain
Leave my wings behind me
Drive this little girl insane
And fly away to someone new

Everybody's gone
They left the television screaming that the radio's on
Someone stole my shoes
But there's a couple of bananas
And a bottle of booze

Oh well, happy new year's baby!
We could probably fix it if we clean it up all day
Or we could simply pack our bags
And catch a plane to Barcelona 'cause this city's a drag

I may take a holiday in Spain
Leave my wings behind me
Flush my worries down the drain
And fly away to somewhere new

Take a holiday in Spain
Leave my wings behind me
Drive this little girl insane
Fly away to someone new

30+

Pois é, 31 anos hoje...
Faz um calor infernal na Holanda. Não sei porque os holandeses insistem em acreditar que todo brasileiro gosta de calor. Eu, que morei em Teresina 9 anos da minha vida já passei todo o calor que devia na vida. Eu gosto de chuva, gelo, neve, vento e céu cinza chumbo, mas ninguém acredita em mim por aqui. Os holandeses adoram. É o tempo do churrasco e de festas no quintal. A prefeitura de Gouda criou um subsídio que paga até 200 euros a quem organiza um churrasco com pelo menos 15 vizinhos. Poderia ser um bom jeito para um brasileiro ganhar a vida por aqui. O problema é que depois de 5 anos o máximo que escuto dos vizinhos ainda é oi e tchau. Bem, sem churrasco, a comemoração será mais modesta. Aliás, como comemorar um ano a menos para ser vivido se nem sabemos quantos mais vamos viver ? Estou aqui hoje a maldizer Einsten, pensando na relatividade do tempo. Quando criança cada ano demorava séculos para passar. Quanto tempo esperando o presente de aniversário e o de Natal...Agora dos meus 20 aos 30 anos alguma coisa aconteceu. Tudo parece ter acontecido em um piscar de olhos. Como será daqui para a frente? Acho que a grande crise nos 30 é começar a acreditar que o resto da sua vida é previsível. Que você irá passar o resto da vida lavando o carro no sábado e fazendo churrasco no domingo.
Mas enfim, cada um acaba sendo a soma das escolhas que faz. Se pudesse, eu teria escolhido nascer em Vanuatu, o país mais feliz do mundo segundo uma pesquisa que rola por aí. Seria um bom selvagem, comendo peixe e inhame e completamente ignorante do que se passa no resto do planeta mas seria feliz. Não pude, mas todas as outras escolhas que fiz me fizeram o que sou hoje.
Posso não ser feliz como em Vanuatu porque hoje sei que o que acontece no resto do planeta me atinge. Parafraseando João Pereira Coutinho, a quem sempre leio, podemos não encontrar um sentido de vida, um sentido para a vida, o caminho célere para a felicidade ideal, como as teologias descartáveis prometem de porta em porta. Mas existem pequenas ilhas de felicidade, por onde vamos saltitando como náufragos perdidos. São estas ilhas que dão alento no caos que nos consome.
Um bom filme, um bom livro, uma boa música, um bom jantar, boa companhia, são por essas ilhas que caminho enquanto o tempo passa.
Oscar Wilde afirma ao citar o charco onde vivemos e a necessidade imperiosa de olhar para cima, para o céu. Também faço desse meu lema. A vida pode ser o que é, mas isso não é desculpa para não pôr a melhor gravata.

Friday, July 28, 2006

Teatro dos vampiros


Recebi esta estória no ex-blog do César Maia:
"Reunião de assessores com Alckmin. Um deles mostra e analisa as estatísticas e números que Lula havia apresentado numa reunião coberta pela imprensa. Alckmin, ou alguém muito perto dele lembra um fato recente: Num debate na TV entre o presidente, (primeiro-ministro) Berlusconi e seu adversário, Prodi (hoje primeiro-ministro), o chefe de governo (aqui Lula), saiu cantando estatísticas de seu governo. Prodi (aqui Alckmin), reagiu com tranquilidade: Estatística é como a luz. Você está como aquele bêbado ao lado de um poste de luz a noite. Usa o poste para se apoiar. E não para iluminar o caminho. Fecha o pano. Risos!"
Realmente o governo Lula é um bêbado no escuro. Cego pelo mar de lama que o envolve e tentando se apoiar no poste de luz e ser iluminado pelos poucos bons números da economia. Números que aliás não são mérito nenhum deste governo.
Depois de todos os parlamentares comprados pelo mensalão temos agora 90 comprados por uma máfia que vende ambulâncias superfaturadas. Dirão os petistas que só há 2 deles entre os sanguessugas. Mentira, os sanguessugas só existem porque o Ministério da Saúde do PT deixou que existissem. E dos 90, 74 são da base aliada do governo, e coincidentemente dos mesmos partidos que se beneficiaram do mensalão.
Fora Lula ! Continuo em campanha !

Wednesday, July 26, 2006

Dunga?!


Escrevi quando a Copa acabou que a Era Dunga parece que não teria mais fim no futebol.
E quem a CBF escolhe para substituir Parreira na Seleção? O próprio Dunga, o homem que deu um nome à Era do futebol feio! Parece brincadeira de mau gosto.
Graças à técnicos como Parreira, Felipão, Marcello Lippi, Raymond Domenech e tantos outros é que a Copa da Alemanha foi o espetáculo mais triste e cansativo do mundo...
Fernando Calazans escreveu Em O Globo que o presidente da Fifa quer fazer um congresso para estudar melhoras no futebol, temeroso de que ele se transforme em um esporte tão enfadonho quanto demonstrou ser na Copa. Calazans sugere: Que se comece pelos treinadores...
Quanto a mim já desisti, só assisto rugby na TV.

Saturday, July 22, 2006

Líbano


Dois “insights” interessantes sobre o conflito no Líbano. O de Amos Oz publicado na Folha de S.Paulo e o de Jean Daniel na Nouvel Observateur.”
Israel começou uma guerra em duas frentes, Gaza e o sul do Líbano. A coisa toda começou quando o Hamas sequestrou um soldado israelense. A simples perspectiva de que o governo da Autoridade Palestina pudesse entrar em algum acordo diplomático que finalmente reconhecesse a existência do estado de Israel deve ter posto os fanáticos mais radicais em polvorosa...Por isso o que eles decidem fazer? Sequestram um soldado para forçar uma reocupação e assim justificar sua resistência.
No outro front, o Hezbollah, sem ter sido sequer provocado, sequestra dois soldados e começa a mandar foguetes para Haifa. E porque? Jean Daniel aposta na mão iraniana que é quem alimenta o Hezbollah. O momento escolhido é propício, reunião do Conselho de Segurança da ONU. Mahmoud Ahmadinejad, o anti-americano mais popular no mundo árabe hoje não deve ter suportado a idéia de que lhe imponham sanções por querer manter seu projeto de dotar o Irã de uma arma nuclear. O Irã está usando o Hezbollah para atacar Israel, mas seu alvo de verdade são os Estados Unidos.
Já Amos Oz tem razão quando diz que o verdadeiro inimigo do Líbano não é Israel mas o Hezbollah. Para o Líbano é uma vergonha que o exército e o governo deixem uma parte de seu território sob o controle de terroristas que usam seus próprios cidadãos como escudos humanos.
A Europa apostou que o Hezbollah e o Hamas participando do processo político poderiam deixar o terrorismo mas parece que estavam errados. Enquanto Irã e Síria continuarem sendo a fonte de financiamento e de islamismo para organizações como estas elas nunca deixarão o terrorismo. O que me faz pensar que estes países mereciam efetivamente estar sob intervenção da ONU, como querem Israel e EUA.
Na lógica insana do terror, atacar Israel fatalmente provoca a reação que eles esperam para poder justificar seu status de vítimas e de resistentes.
E como conclui Jean Daniel a violenta reação israelense pode parecer desproporcial a todo mundo, mas de maneira nenhuma pode ter surpreendido Hamas e Hezbollah, esses já sabiam exatamente o que ia acontecer.

Wednesday, July 19, 2006

Tolerância, respeito e democracia


Em maio um novo partido político foi criado na Holanda. Chama-se Partido do Amor Fraterno, Liberdade e Diversidade (PNVD em holandês). Entre suas propostas estão a legalização de imagens pornográficas de crianças, reduzir a idade de sexo consentido de dezesseis para doze anos, legalização de sexo com animais, legalização de drogas pesadas e viagens de trem de graça para todos. Imagino eu que a proposta do trem de graça seria porque acabou a imaginação para outras mais pervertidas.
Mesmo para uma sociedade de vanguarda como a Holanda, as idéias do partido tem sido encaradas como escandalosas. Felizmente o PNVD até hoje tem apenas 3 fundadores-membros-afiliados. Uma organização holandesa que luta contra a pedofilia tentou na Justiça fazer com que o partido fosse proibido. Na segunda feira passada o juiz Hofhuis declarou que “a liberdade de expressão, incluindo a liberdade de se formar um partido político pode ser vista como a base de uma sociedade democrática”.
Eu me permito discordar do meritíssimo. É preciso cuidado com o que chamamos “tolerância” hoje em dia. Li sobre isso em um artigo acredito que no blog do Diego Casagrande, mas não consegui encontrar o artigo e nem o autor para citá-lo. Quando dizemos que as pessoas têm que ser “tolerantes”, estamos imediatamente retirando a responsabilidade do que fazemos para jogar nos outros. Explico: um sujeito que põe o som nas alturas às 3 da manhã não assume que ele está desrespeitando o direito alheio, ele assume que os vizinhos reclamam porque são intolerantes.
Já ao se dizer que temos “respeito” pelo próximo, estamos assumindo reconhecer que os nossos direitos acabam quando começam os dos outros, e por isso mesmo nos tornamos responsáveis pelos nossos atos. Uma democracia só pode existir com respeito ao direito do outro. Se tolerássemos tudo o que quiserem aonde acabaremos?
Acredito firmemente que democracia deve ser baseada na liberdade de expressão, menos quando esta liberdade para ameaçar a própria democracia.
Por esse exato motivo qualquer partido com idéias nazistas é banido na Alemanha. Imagine que apareça um partido islâmico que queira transformar a Holanda em uma teocracia e banir outras religiões, revogar direitos femininos etc. Deveria ser banido do mesmo jeito. Por esse mesmo motivo o Hamas nunca deveria nem ter participado de uma eleição na Palestina.
Um partido de pedófilos é ainda pior. Em nome de uma tal “tolerância” ameaça a democracia da forma mais covarde, desrespeitando os direitos dos que tem menos força para se defenderem, crianças e animais.
Democracia implica no respeito ao próximo, e quando este é incapaz de se defender o Estado deve tomar para si esta obrigação.
O juiz errou e a Holanda vai passar vergonha por causa disso. Se fosse eu teria banido o partido e ainda punha a polícia na cola dos tarados. Onde há fumaça há fogo.

Monday, July 17, 2006

Em campanha

Já que a Copa acabou, na falta de melhores opções para nos entretermos em discussões saudáveis, vamos nos ocupar da campanha eleitoral.
Não posso votar. O prazo para que eu transferisse o título de eleitor para a Holanda já acabou em março e eu nem fiquei sabendo. Se soubesse também dificilmente iria tentar transferir. Primeiro porque exigem uma montanha de documentos e papéis. E esperar ajuda, competência e quem sabe simpatia de funcionário público brasileiro é pedir demais. Inexplicavelmente o Consulado brasileiro na Holanda é dominado por portugueses, o que também não muda muito. Meu chefe holandês que tem investimentos no Brasil precisou de um cpf. Foi informado que poderia demorar de dois a oito meses para que o documento fosse feito. Mas estou fugindo do assunto.
Como não posso votar estou com peso na consciência. Fiquei assim também quando esqueci de votar da eleição italiana (minha segunda nacionalidade) e o Berlusconi quase ganhou. Só não ganhou pelos votos dos italianos no exterior, ai ai ai foi por pouco.
Então me dei uma missão. Se não posso votar tenho que convencer alguns indecisos a não votarem no Lula. Pelo menos uns cinco. O duro é que todos que conheço já não vão votar mesmo no Lula. Sim, eu seleciono minhas amizades. Por isso ponho este post no blog como uma garrafa jogada no mar da internet esperando que algum perdido leia e se convença. E continuarei falando mal do Lula e do PT até ele perder.
Porquê não gosto do Lula? Vamos começar pelos motivos mais óbvios.
O PT depois de passar 8 anos fazendo uma oposição ferrenha ao governo de Fernando Henrique, ao chegar ao poder viu que não é bem assim e passou a fazer o que antes atacava. Vota a favor hoje de medidas que antes era contra. Puro sintoma de hipocrisia.
O PT armou o maior esquema de corrupção da história do Brasil. É pouco? Não, é muito pior. O PT aparelhou todos os escalões do governo para privilegiar companheiros em vez de gente competente e para montar esquemas de arrecadação de fundos para o partido. É claro que Lula sabia. O homem é o PT em pessoa, não dá para dissociar o Lula do partido. É impossível que seus “companheiros” mais próximos organizassem tamanho esquema sem que ele soubesse.
Para o PT, eles fizeram o que todo mundo faz. É mentira. Já se roubou sim, e muito, neste país. Mas nunca se organizou um assalto coletivo ao estado com a intenção de se perpetuar um partido no poder. Isso não é só um roubo ao contribuinte, é um atentado contra a democracia e contra as instituições da República. O PT quis comprar o Congresso Nacional com o mensalão.
Para o PT, os criminosos do PCC tiveram uma infância miserável, culpa da opressão do capital. Fazem nos sentir culpados e não vítimas. Não mencionam o fato de terem sido eles a cortar verbas federais para investimentos em segurança no Estado de São Paulo.
O PT passa a mão na cabeça de bandidos que invadem e depredam a propriedade alheia enquanto o agronegócio que salvou o país do buraco na última década vive a pior crise dos últimos anos.
O PT virou as costas aos Estados Unidos e à Europa e foi ciceronear ditadores africanos e dementes populistas como Hugo Chávez e Evo Morales enquanto o Mercosul se esfacela. Tomaram a Petrobras e ainda o PT oferece dinheiro do BNDES aos bolivianos. Meteram-se no Haiti e não sabem como sair.
O PT organizou a maior rede assistencialista na nossa história pensando em distribuir riqueza. Não está, está perpetuando a miséria e ganhando votos de miseráveis. O Bolsa Família tem porta de entrada mas não de saída. Criamos mendigos para o resto da vida ao invés de fazer a economia crescer investindo em infra-estrutura.
Tem muito mais. Mas o pior de tudo, é pensar que eles acham que fazem tudo em nome do bem do povo. Em nome dessa moral superior tem o direito de fazer o que bem entenderem. Quem sabe inclusive matar prefeitos e quebrar sigilos.
Não em meu nome picaretas.

Saturday, July 15, 2006

Lições de Dreyfus para a República

Em 1894, o capitão francês Alfred Dreyfus foi injustamente acusado de espionagem e de repassar informações militares aos alemães. Dreyfus, judeu alsaciano parecia ser o bode expiatório ideal para o caso. Foi degradado, condenado e enviado para cumprir pena na Ilha do Diabo, colônia penal francesa na Guyana. De 1895 a 1899 Dreyfus vai insistir sobre sua inocência, movimentando amigos, parentes e intelectuais incluindo Emile Zola que publicará uma famosa carta ao presidente Felix Faure intitulada “J’accuse!”. Ao final de seu processo, a França inteira estará dividida entre dreyfusards e anti-dreyfusards... Descobrirá-se ao longo das investigações que a espionagem saiu afinal do seio do Estado Maior francês. Dreyfus será reabilitado em 1906 e as acusações e sentença anuladas.
A França comemora o centenário dessa reabilitação como um evento símbolo da República. Um exemplo de como um Estado de Direito deve prestar contas a cada cidadão pelos seus atos, e de como um indivíduo tem o direito de lutar contra a truculência e a arbitrariedade do Estado.
Já tivemos nossos Dreyfus no Brasil. O último deles foi o caseiro Francenildo. Mesmo assim parece que não aprendemos a lição. Estamos prestes a reeleger o partido e o presidente que como nunca antes sapatearam nos conceitos republicanos, achincalharam as instituições do país, aparelharam ministérios e agências, e finalmente instalaram uma “cáfila de delinquentes” (nas palavras de Elio Gaspari) na liderança do governo.
Esquecer a lição dada por Dreyfus é relegar nosso futuro às mãos de mafiosos.

Tuesday, July 11, 2006

Mumbai


Nova Iorque, Madri, Beslan, Londres e agora Mumbai. Estamos vivendo em tempos sinistros.
Não interessa quem está por trás das bombas em Mumbai. As consequências de um ato tão pavoroso como este não podem mais ser mudadas. De novo teremos órfãos, famílias desfeitas, traumas eternos, ódios multiplicados.
Já disse antes parafraseando Jean Daniel e repito, atentar contra vidas inocentes é o mal absoluto. Não há causa que justifique.
Ismail Haniyeh, presidente da Autoridade Palestina escreveu um artigo hoje no Washington Post, intitulado Aggression Under False Pretenses.
A conclusão dw Haniyeh no artigo é que se Israel não permitir aos Palestinos viver em paz, dignidade e integridade nacional, os israelitas não poderão usufruir dos mesmos direitos. Irônico no mínimo vindo de um governo formado por uma organização terrorista que até agora não reconheceu o direito de Israel a existir como país.
Israel desocupou a Faixa de Gaza mas o Hamas fez questão de trazer Tsahal de volta sequestrando um de seus soldados. Eles não querem governar, querem é ser vítimas para poderem justificar a própria violência. Sem ela deixariam de existir.
Os chechenos querem liberdade para seu país, mas para instaurar que tipo de governo? Alguém acredita que a Chechenia iria melhorar com gente como Basayev no poder? Os russos fizerem muito bem de acabar com ele. Não sei quem pos as bombas na Índia mas sei que irão posar de oprimidos. Gente como essa sobrevive da miséria alheia. Não querem dialogar, não vão querer nunca construir alguma coisa porque perderiam a razão de ser. Não precisa ir longe, o MST aqui no Brasil funciona exatamente na mesma base. Um maníaco como Stédile manipula as cordinhas dos miséraveis enquanto posa de defensor dos fracos. A turma politicamente correta cai na conversa.
Mas não adianta, o horror só terá fim quando finalmente aprendermos a pensar livremente e deixarmos de ser manipulados.

Monday, July 10, 2006

Apesar de tudo...


BRAVO AZZURRA!!!
Mais uma nova vantagem para se ter dupla nacionalidade!

Sunday, July 09, 2006

Exercícios de Futurologia V

O final dos tempos...Chegaremos ao ponto ômega. O ponto onde seremos cientes de tudo o que acontece no universo. Conheceremos toda a história do universo e da humanidade e poderemos controlar com a mente desde astros estelares até das mais ínfimas partículas subatômicas. Nossa mente será tão poderosa que transcederemos nossos corpos. Não precisaremos mais de um suporte biológico para existir. Seremos uma consciência livre sem forma flutuando no vácuo. Esta consciência se fundirá com outras de outros povos inteligentes do Universo que chegaram a este ponto, e um super consciência se formará. Um super Ser finalmente onisciente. O Universo encolherá até colapsar pela força da gravidade em uma única partícula menor do que um grão de areia. Aí um ciclo se fechará e estaremos prontos para nos dedicarmos ao nosso único e verdadeiro desafio, o da Criação.

Para as almas perdidas e insones desta madrugada...

Meu Sonho (Cecília Meireles)

Parei as águas do meu sonho
para teu rosto se mirar.
Mas só a sombra dos meus olhos
ficou por cima, a procurar...

Os pássaros da madrugada
não têm coragem de cantar,
vendo o meu sonho interminável
e a esperança do meu olhar.

Procurei-te em vão pela terra,
perto do céu, por sobre o mar.
Se não chegas nem pelo sonho,
por que insisto em te imaginar ?

Quando vierem fechar meus olhos,
talvez não se deixem fechar.
Talvez pensem que o tempo volta,
e que vens, se o tempo voltar.

Saturday, July 08, 2006

A Casa caiu

O Parlamento holandês caiu, e está agora negociando para formar um novo governo. A crise que se abateu sobre a Tweede Kamer tem sua origem em um braço de ferro entre a Ministra da Imigração Rita Verdonk e a deputada Ayaan Hirsi Ali.
Verdonk quer ser a Margareth Tatcher ou a Madeleine Albright holandesa. A Ministra de Ferro quer por ordem no barraco holandês e anda canetando vistos e passaportes à torto e à direito.
Por um estupidez burocrática, decidiu expulsar a deputada de origem somali do país porque esta teria mentido seu nome e idade quando pediu asilo à Holanda.
Ayaan Hirsi Ali nasceu em uma familia muçulmana na Somália. Foi circuncisada aos 5 anos. Fugiu de um casamento arranjado aos 23 quando sua família fugia da fome na Somália. Pediu asilo na Holanda, renunciou ao Islã e virou deputada. Denuncia veementemente o integrismo islâmico. Escreveu o roteiro do filme Submission criticando o tratamento dispensado às mulheres pelo Islã junto com o cineasta Theo van Gogh que seria depois assassinado por um fanático. Hirsi Ali transformou-se em um emblema da luta pelas liberdades individuais contra o fanatismo religioso. Mostrou que os holandeses tem tolerado o que é intolerável num Estado de Direito, e fez mais nesse sentido do que o governo holandês em 30 anos de imigração.
A imigração é a pedra no tamanco holandês e se Rita Verdonk fosse suficientemente inteligente veria que é muito melhor ter Ayaan Hirsi Ali ao seu lado do que expulsá-la do país.
Ah, as duas são do mesmo partido...

Filmes da semana

Recuperando a programação que a Copa atrapalhou...desculpem o atraso de alguns deles, assisti no DVD só esses dias.

United 93, de Paul Greengrass : Este definitivamente não pretende ser um filme de auto idolatria americano. É um filme sobre o absurdo, universal. E esse absurdo começa com a reza dos terroristas ao nascer do sol. Depois uma olhada dentro do universo dos controladores de vôo e das agências de segurança naquele fatídico dia de 11 de setembro. Aqueles pontos luminosos todos na tela, 4.200 vôos no ar, ninguém sabia o que estava acontecendo, quais os aviões que estavam sequestrados, se estavam mesmo sequestrados. O absurdo dos primeiros vôos se chocando com as torres gêmeas e outro caindo no Pentágono. E o absurdo dentro do vôo da United, o heroísmo dos passageiros tentando salvar suas vidas e sem querer salvando talvez algumas centenas de outras, e a loucura do terrorismo. Tira o fôlego e atordoa.

X-Man 3, de Brett Ratner: Sim, digam o que quiserem mas adorei os três filmes dos X-Man que fui assistir no cinema. Os efeitos, as personagens e o roteiro em si são excelentes e trazem muito mais perto a louca realidade dos quadrinhos dos X-Man. Mas para mim o mais divertido é ver o filme como uma metáfora sobre a tolerância e sobre a diferença. Imaginem se trocarmos no filme os mutantes por negros, homossexuais ou muçulmanos. Imagine que alguém sugerisse uma “cura” para isso. De que lado você estaria?

Syriana, de Stephen Gaghan: Gaghan já tinha acertado en cheio quando escreveu o roteiro de Traffic. Syriana vai de novo na mosca. O filme joga tanta informação para o espectador que a primeira vista parece confuso, mas no final você tem a impressão de ter tido um excelente insight no perigoso mundo do petróleo. Vemos por dentro das grandes companhias americanas, da CIA no Oriente Médio, do Sheik de algum país produtor, dos advogados e analistas e do terrorista sem rumo na vida. A personagem de Matt Damon a certa altura fala para o Sheik “Há cem anos atrás vocês estavam cortando cabeças uns aos outros neste deserto e em cem anos é exatamente onde estarão, depois de terem desperdiçado o maior recurso natural do século”.
Para alguns, a 3a Guerra já começou, e a causa é exatamente o petróleo.

V for Vendetta, de James McTeigue: com roteiro dos irmãos Wachowski da trilogia Matrix, o filme sabe prender nossa atenção. Aqui o herói é o terrorista que combate um regime totalitário na Inglaterra em um futuro próximo. O terrorista ganha nossa simpatia por lutar contra a tirania explodindo prédios e assassinando figurões do regime. A grande picaretagem é que o filme sugere que a origem do totalitarismo estaria no combate de nossos dias contra o terrorismo. Acho que estaríamos em bem piores mãos no futuro se não o combatessemos agora.

5x2, de François Ozon: A história de 5 etapas na vida de um casal, do desastroso fim até o começo. Do divórcio para o nascimento do filho até o dia em que se conheceram. François Ozon deixa as lacunas pra que nós a preenchamos com nossa imaginação ou com nossas próprias experiências. O intrigante é imaginar que a única maneira de fazer esse filme sobre relacionamentos ter um final feliz foi contá-la de trás para frente...

Monday, July 03, 2006

Bien joué Zizou!


Fui a Frankfurt neste sábado.
Podem me perguntar por quê, já que estive falando mal da Copa desde que começou. Mas na realidade eu fui como se vai para uma pescaria. O menos importante é o peixe. A grande diversão é passear, tomar cerveja, se divertir com os amigos.
Durante dois anos que morei na França eu escutei sobre a derrota do Brasil na final de 98. Et un, et deux, et trois, zéro ! Era a hora da vingança. Enfeitei o carro e dirigi mais de 400 quilômetros, me arriscando a 150km/h na autobahn (e mesmo assim sendo humilhantemente ultrapassado por Mercedez e Audis) com mais quatro malucos, a Ivete Sangalo e uma corneta juntos. Pintamos a cara de verde e amarelo, vesti a camisa do Ronaldo e pus um ridícula peruca amarela. Chegamos em plena Römerberg e viramos a atração da praça. Nossas fotos, tirada por turistas japoneses a estas horas estão rodando a net e já devem ter chegado aos cantos mais remotos do planeta. Fui entrevistado por uma TV alemã antes do jogo e disse confiante que ganharíamos de 6 a 0.
Assistimos a partida no Fan Park à beira do Reno, no centro desta estupenda cidade de Frankfurt. Nervoso. Decepção. Zidane mestre. Eu bêbado. E depois os gritos, ils sont où les brésiliens? Qui ne chante pas n’est pas français ! On a gagné ! Allez les bleus ! O que resta a dizer? Bien joué Zidane. Me fiz de palhaço por quê e para quê? Como eu disse, na pescaria para mim o menos importante é o peixe. A viagem valeu pela cerveja, o salsichão e a festa. Valeu pela camaradagem dos franceses, menos arrogantes na vitória do que nós o éramos antes do jogo. Aliás um francês me pagou uma cerveja. Outro me ajudou no caixa eletrônico do hotel. Valeu pela simpatia esforçada dos alemães.
Não valeu pelo medíocre futebol daquela que seria a melhor Seleção que tivemos desde 82. Eu ponho a culpa inteiramente nas mãos de Parreira e da nossa comissão técnica. Com os jogadores que tínhamos foi inadmissível ter que assistir um futebol tão absurdamente medíocre. A Era Dunga não acabou e parece que nunca vai acabar na CBF. O tal futebol feio mas de resultados é um câncer nesse esporte. A tática de Felipão incluída. E os grandes figuras da nossa comissão técnica justificam-se dizendo que queremos demais deles. Esse não é só um problema do futebol. É um problema do nosso país. O poder conferido por qualquer cargo, seja ele de síndico, técnico ou político toma conta da pessoa que o ocupa. Acham que não devem satisfações a ninguém e que temos que os engolir. Nós que somos os maiores interessados.
Agora sem Copa talvez voltemos a prestar atenção nos jornais e não tenhamos que engolir o Lula nas eleições. Talvez tenha sido melhor assim. Se os franceses precisam de uma boa dose de otimismo nós precisamos de uma dose maior ainda de realismo.