Thursday, August 26, 2010

Moby Dick e o touro


Dei um tempo nos meus livros de política, e voltei um pouco aos meus amados clássicos de aventura para relaxar um pouco.
Reli Moby Dick, de Melville. Desnecessário dizer, a história é a luta entre uma força bruta da natureza e um homem obcecado por ela, o irascível capitão Ahab.
Sei que serei certamente crucificado por alguns, mas eu adoraria subir em um bote e enfiar um arpão no coração do monstro. É o que dá ler livros bem escritos.
Tá, não vai acontecer nunca, estou falando mesmo só por falar.
Mas Moby Dick hoje me leva a uma reflexão. Por séculos o homem orgulhou-se de seu lugar na Criação, de dominar as forças da natureza.
Hoje somos obrigados a nos envergonhar disso. Na espiritualidade nascida na New Age que desembocou no ambientalismo moderno, a natureza é o centro da Criação divina, e um homem parte dela, tão importante quando uma urtiga ou um minhocuçu.
Sou politicamente incorreto dizendo que quero arpoar uma baleia, isso equivale hoje a uma verdadeira blasfêmia.
A proibição das touradas na Catalunha foi um sintoma disso. Uma tradição secular, inigualável nas cores e gestos, no contraste entre sol e sombra, homem e natureza, areia e sangue, graça e elegância e uma luta feroz, imortalizada por Picasso inúmeras vezes, hoje extinta com a canetada politicamente incorreta.
Ao contrário dos que pensam que esta luta simbolizava a arrogância humana, tanto o touro como Moby Dick existiam para trazer a humildade de volta aos homens, porque contra a Natureza, a despeito de nossas ilusões, nem sempre ganhamos.

1 comment:

Anonymous said...

o fim da ilusão:

http://www.youtube.com/watch?v=htjS4VoQR04&feature=player_embedded