Saturday, November 11, 2006

Bruxas


O Halloween sempre foi uma festa que no meu ponto de vista sempre foi ridiculamente deslocada no Brasil. Não obstante, o dias das bruxas no Brasil coincidiu com as eleições e teve vampiros no Congresso e um zumbi na presidência.
Já na Holanda uma festa de bruxas combina mais. É tempo de colheita, faz frio e neblina, há abóboras nos campos, e as velhas cidades e as árvores sem folhas me lembram o cenário de Sleep Hollow, de Tim Burton. Filmes de Halloween estão entre meus preferidos (vejam também The Crucible de Nicholas Hytner com Winona Ryder e Daniel Day-Lewis). Passei a noite assistindo o “Nosferatu, eine Symphonie des Grauens”, o filme mudo de 1922 de F.W. Murnau. Um prato cheio para cinéfilos, principalmente pela notável atuação de Max Schreck como o vampiro.
Perto de Gouda, onde moro, há Oudewater, uma pequena cidade massacrada por espanhóis no fim do século XVI. Oudewater fivou famosa por julgamentos de bruxas na Idade Média. Ainda hoje há uma balança municipal que além de pesar queijos e cereais também servia para a pesagem de bruxas. Explica-se: segundo a teoria da época, uma bruxa obrigatoriamente teria que ser muito leve para poder voar de vassoura. Há registro de mulheres na casa dos 30 anos pesando cerca de 2kg. Outros testes também foram desenvolvidos com o intuito de verificar se uma mulher era bruxa ou não. Um deles era jogar a mulher amarrada em um canal de água. Se ela boiasse, provavelmente algo a ver com a teoria do peso, ela era bruxa. Se ela afundasse não era uma bruxa, mas na maior parte das vezes era tarde demais porque a mulher já tinha se afogado. Outro teste dizia que uma mulher que não fosse bruxa não teria queimaduras ao retirar um anel benzido de um vaso de cera quente. Como se vê não havia muita chance para a mulherada. Quem diria que um país que tratava assim suas mulheres hoje seria um dos países com maior igualidade entre os sexos? Ainda há esperança para o resto do mundo.

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