Saturday, March 15, 2008

Life of Pi


"Vou lhe contar uma estória que o fará acreditar em Deus". Essa era a promessa do personagem narrador do livro Life of Pi do canadense Yann Martel, ganhador do Booker Prize em 2002.
O livro conta a vida de Pi, um garoto indiano profundamente espiritualista, interessado igualmente no hinduísmo, no cristianismo e no islamismo. Sua família, que tomava conta de um jardim zoológico na Índia decide emigrar para o Canadá em busca de uma vida melhor. Em um navio carregado de animais destinados a zoos dos Estados Unidos e do Canadá, eles começam a travessia do Pacífico. O navio naufraga no meio do caminho e aí inicia-se a fantástica jornada de Pi, o único humano sobrevivente da tragédia. Em um bote que ele divide com Richard Parker, um tigre de Bengala imenso e feroz, Pi vai ser testado pelos elementos da natureza até o seu limite. É no meio desse ordálio que ele filosofa sobre sua condição e sobre seu apego a Deus, a única coisa que lhe resta no fim.
É um livro admiravelmente bem escrito, humorado e surpreendente, mas dizer que ele nos faz acreditar em Deus? É um pouco de pretensão.
E pretensão também a do autor, que como vim a saber depois, tirou a idéia do seu livro de um dos contos de Max e os Felinos do gaúcho Moacyr Scliar. Embora até Scliar tenha admitido que não houve plágio, Martel reconheceu, depois de ter feito sucesso, que foi Scliar quem lhe deu "the spark of a lifetime".

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