Tuesday, December 11, 2007

Gattaca


Uma amiga me enviou este artigo da jornalista Amy Harmon no New York Times. Por $ 1.000 e um pouco de saliva, ela teve acesso a seu código genético completo. Já existem três empresas prontas a comercializar esse tipo de serviço nos EUA. Através de um programa de computador ela podia explorar o próprio DNA em busca de respostas a problemas cotidianos. Assim ela descobriu que não gostava de couve-de-bruxelas porque faz parte daquela população que tem um gene que ativa o gosto amargo de certas verduras. E que ela nunca bebeu leite depois de crescida porque não tem o gene que produz a enzima própria à digestão de leite. Ela também descobriu que tem um gene que relaciona o aleitamento materno à um QI mais elevado. E outras coisas menos desejáveis como uma propensão à artrite e a engordar com dietas ricas em lipídios.
Como a jornalista mesmo relata, ela teve que ter um bocado de coragam para checar se havia alguma propensão à câncer de mama ou ao mal de Alzheimer por exemplo. E assim descobriu que tinha 23 por cento a mais de chance de ter um ataque cardíaco do que a média da população.
Você gostaria de ter acesso a esse tipo de informação, para saber por exemplo se pode morrer cedo ou não?
Me lembrei de Gattaca, o filme cult de ficção científica com Ethan Hawk e Uma Thurman onde “filhos de Deus” disputam espaço com homens geneticamente superiores, cujos pais preferiram reproduzir em tubos de ensaio. A discriminação genética, eugenia, é oficialmente proibida mas está presente em toda a sociedade. Até para escolher um parceiro, primeiro se tiram amostras de DNA.
Seremos condenados a isso? Esse futuro frio de Gattaca já está chegando?
É bom lembrar, com Amy Harmon diz, DNA não é tudo.

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