Sunday, October 21, 2007

Lumières World Tour


Francis Fukuyama anunciou prematuramente o fim da história na época do colapso da União Soviética. Depois de 11/09 parece que ainda teremos muito chão pela frente para conseguir um mínimo de paz no mundo. Loucos, ditadores e fanáticos ainda tomam conta de grande parte do planeta, expondo milhões de pessoas à guerra e à miséria.
Benazir Bhutto voltou ao Paquistão depois de 8 anos de exílio. Foi eleita duas vezes para o cargo de Primeiro Ministro, foi destituída duas vezes por nepotismo e corrupção. Mesmo assim sua popularidade é enorme, foi a primeira mulher a governar um país islâmica e detesta os fundamentalistas. Acaba de chegar ao seu país e já foi alvo de um atentado terrorista que matou 133 pessoas e feriu centenas.
Enquanto isso o Irã continua insistindo em ter uma bomba nuclear e ameaçando Israel.
A Turquia está prestes a invadir o Kurdistão iraquiano, o único lugar relativamente calmo do país, depois que alguns de seus soldados foram mortos pelo PKK, uma organização terrorista de separatistas curdos.
Em Burma (soa melhor que Myanmá), monges budistas são massacrados por tropas miseráveis de uma ditadura sanguinário. E o Congresso americano homenageia o Dalai Lama com a Medalha de Honra irritando os dirigentes chineses. Isso sem falar na Somália, no Sudão, na Venezuela, na Bolívia, na Coréia do Norte...
Minha conclusão é a seguinte:
Washington promoveu a aliança entre Bhutto e Pervez Musharraf cuja popularidade está em queda livre para evitar que o Paquistão, um país que tem bombas atômicas, caia na mão da Al Qaeda que certamente tem muitos simpatizantes por lá. Na maior parte das vezes a política externa é mesmo a de escolher o mal menor.
Também são os EUA os que estão pressionando a Turquia, Irã, Burma, Coréia, Sudão e Somália e toda sua corja de delinquentes. A grande verdade é que todos aqueles que dizem que os Estados Unidos se metem muito na política dos outros, deveriam pensar um pouco no que seria o mundo se os americanos não se intrometessem. Vamos deixar o Irã bombardear Israel, a única democracia de verdade que existe no Oriente Médio? Vamos deixar o Paquistão ser governado pelo Taliban? Vamos deixar o Sudão e Burma massacrar a própria população? Vamos deixar os chineses oprimindo tibetanos para sempre?
Eu disse isso quando visitei o cemitério de Omaha Beach na Normandia, cenário do desembarque do Dia D: ruim com eles, muito pior sem eles. Por mais que não se goste da administração de George Bush, os EUA tem a obrigação sim de defender a democracia no mundo para poder defenderem a si mesmos e a todos os valores em que acreditam. E seus presidentes e generais estarão sempre sujeitos às regras de uma democracia, e sempre responderão por seus atos. No dia em que um ditadorzinho estiver explodindo bombas perto da minha casa, eu quero estar é do lado dos americanos.

8 comments:

deboraHLee said...

Fernando, terei de dicordar um pouco de vc. Não posso denominar como "salvador" um país que se propõe a matar um monstro que ele mesmo ajudou a criar.

Não acho que os EUA esetjam protegendo o mundo. Eles estão, cada vez mais, tentando fechar feridas que ajudaram a abrir e, deste modo, abrem infinitas outras.

Como diz o ditado popular, não há virgem alguma neste bordel.

beijos.

Alma said...

O fato é que não há ninguém no planeta com força suficiente para deter os malucos, a não ser os americanos. E para mim nesse caso é fácil escolher um lado. Como eu disse, escolher o mal menor.

patricia m. said...

Fernando, eu concordo. E nao precisa vir um ditadorzinho explodir bombas perto da minha casa, eu ja estou do lado dos americanos ha tempos.

As forcas politicas que movem o mundo sao bem mais complexas e dificeis do que a maioria supoe. Se algum conflito ainda eh resultado da Guerra Fria - como o Afeganistao, por exemplo - outros ainda sao o resultado da colonizacao do seculo XIX. Ponto numero 1, nao da para jogar a culpa em cima de um pais ou em cima de uma pessoa - como adoram fazer com o Jorge Bush. Ponto numero 2, entre Bush e Chavez, Bush e aiatolahs, Bush e Sadam, Bush e Bin Laden, Bush e Putin, voce fica com quem? Se escolher qualquer uma das segundas opcoes, eh um lunatico.

deboraHLee said...

Eu prefiro não escolher nenhum dos lados. Pode? rs*

beijo.

patricia m. said...

Deborah, poder pode, mas isso tem nome la na minha terra (MG)...

deboraHLee said...

rs..
Olha, Patrícia, não vejo o mundo com olhos manqueístas.
Não acredito em só dois lados.
Fico com a terceira via, sempre.
E, sinceramente, pouco me importa como queiram me chamar, em MG ou na Sibéria.
;o)
beijo.

Alma said...

Ih olha a briga aí gente.
É verdade que os americanos também podem fazer muita besteira, mas o essencial é que todo abuso de qualquer governante americano (ou israelense por exemplo) está sujeito ao controle e ao julgamento da sua população, o que é a grande vantagem da democracia. Acho que nisso todos concordamos.

deboraHLee said...

Sim, concordamos!
Não tava brigando, não, Fernando.
Só respondi a colega. Aliás, jamais desrespeitaria teu espaço, onde vc. me recebeu sempre tão bem.

Na próxima "provocação básica", juro que fico quietinha.
;o)

bises