Thursday, October 28, 2010

O Fim


This is the end.
Este blog se encerrará em breve.
Já andava meio abandonado, dado que nas últimas semanas passei por Buenos Aires, Paris, e agora Denver. Business as usual.
Mas foi bom estar com vocês, brincar com vocês.
Acho que idade na internet se conta como a dos cães, vezes seis.
Então este blog tem uns 30 anos.
Eu tenho um pouco mais. Mas tenho um filho para cuidar e um trabalho que me exige um constante esforço mental. Too much para me esforçar mais ainda aqui.
Sempre disse que escrevia mais para lembrar a mim mesmo das coisas que importam neste mundo do que para angariar simpatias e leitores.
Em todo caso agradeço a companhia de todos os que passaram por aqui.
Se eu voltar será para contar piadas escatológicas ou para falar de flores.
Something wicked this way comes, diz o Jabor e a bruxa de MacBeth.
Sim, tempos obtusos virão.
Seguirei na minha vida e meu trabalho atrás das Lumiéres, das luzes que podem nos guiar fora dessa escuridão.
Haverá ainda um gran finale para este blog, voltarei para contar.
Mas por enquanto, ficamos por aqui.
This is the end.
Feliz dia das bruxas.
Oremos pelo futuro do país.

The End

Wednesday, October 06, 2010

#melhorespérolas Twitterdemocracia


"O Tiririca tem 10 dias para provar que é alfabetizado. Porra, o Lula teve 8 anos e a gente ainda tá na dúvida." - @tiodino

"É chato Tiririca ser eleito, mas burrice não é exclusividade de brasileiro. americanos elegeram Bush duas vezes." - @patriciaaa

"E daí que o Tiririca não sabe ler e escrever? Você também não sabe votar!" - @tiodino

"Em 2002 Enéas foi o mais votado. Morreu. Em 2006 Clodovil foi o mais votado. Morreu. Tiririca, vc já se confessou?" - @Dnl2Silva

"Em caso de disputa de pênaltis, o STF ficaria 2 dias deliberando se a paradinha é constitucional ou não." - @mrguavaman

"Esse país é uma sensacional piada - o título de eleitor NÃO SERVE PRA VOTAR." - @izzynobre

"Institutos de pesquisa tem 90% de chance de errar feio suas previsões com margem de erro de 10%." - @betosilva

"Na festa da democracia, só entra quem tiver o nome na lista." - @georgemacedo

"Nessa eleição, faça como o STF: justifique o voto e não decida porra nenhuma." - @rafinhabastos

"Resumindo a decisão do STF: título de eleitor vale menos que perfil no orkut, já que não tem foto." - @apedros

"Segundo o Ibope o mundo acaba em 2012 com margem de erro de 2 anos para mais ou para menos. Aposto para menos."

"Sobre os candidatos, o único voto que tenho certeza de que vou dar é o de silêncio." - @aperteoalt

"Tá reclamando do Sérgio Malandro em 24h de Fazenda? Imagine 4 anos de Tiririca?" - @samara7days

"Titulo de eleitor deveria ser como CNH com aula e prova pra poder tirar. Talvez tivéssemos um país melhor." - @monsores_

"Vejam A Fazenda. Nas próximas eleições eles serão nossos candidatos." - @rickgomes

"Vou votar nulo pra presidente porque nenhum dos candidatos me segue no Twitter. Isso é democracia." - @ulissesmatto

Opinião flexível


Editorial da Folha:

Uma pequena porcentagem de votos fez com que escapasse das mãos da petista Dilma Rousseff a chance de vencer a eleição presidencial no primeiro turno.
Ao impacto causado pelo escândalo envolvendo Erenice Guerra, principal auxiliar de Dilma na chefia da Casa Civil, somou-se nos últimos dias da campanha o peso de questões como a do casamento gay e da descriminalização do aborto. Eleitores contrários a essas propostas teriam identificado em Marina Silva uma representante mais confiável do que seria Dilma Rousseff.
Uma vez que é impossível, apesar dos esforços em contrário, reescrever a história da passagem de Erenice Guerra pela Casa Civil, lideranças do PT correm atrás do prejuízo eleitoral tratando de reescrever as posições do partido no que diz respeito ao aborto.
"Foi um erro ser pautado internamente por algumas feministas", declarou o secretário de Comunicação do partido, André Vargas, num pânico eleitoral tardio, e em meio ao vale-tudo de sempre.
Entre essas "feministas" minoritárias, seria preciso incluir a própria Dilma Rousseff, que em 2007 se declarava favorável à descriminalização do aborto: "No Brasil, é um absurdo que não haja".
Com a campanha, o discurso de Dilma Rousseff moderou-se, coincidindo com a tese oficial do ministério da Saúde do governo Lula: trata-se de encarar a questão da descriminalização do aborto não propriamente do prisma religioso, mas como um problema de saúde pública.
A tese, com a qual esta Folha já concordou por diversas vezes em editoriais, evidentemente não satisfaz quem considera, a partir de sua fé religiosa ou de suas convicções íntimas, a interrupção da gravidez como um atentado à vida de um ser humano.
O fato de que operações clandestinas, em condições das mais precárias, levem à morte milhares de mulheres todos os anos no país não é argumento, na opinião desses setores, para que o Estado ofereça acesso generalizado ao procedimento.
Trata-se, como aconteceu em inúmeros países, de matéria a ser resolvida em plebiscito; era o que propunha, aliás, a candidata Marina Silva, apesar de sua postura antilegalização.
Pesquisa do Datafolha, realizada em 2007, registrava forte maioria de opiniões contrárias à flexibilização nas regras em vigor. Estas, permitindo o aborto em caso de estupro ou risco de morte da mãe, contam com 68% de apoio da população.
Um debate continuado a respeito do tema, antecedendo a uma consulta popular, poderia - ou não - alterar esse quadro.
Na corrida por uma pequena porcentagem de votos, entretanto, o PT e sua candidata preferem apostar na desconversa e na mistificação. Condenam a descriminalização do aborto do mesmo modo que poderiam apoiá-la, fosse outra a ponderação dos marqueteiros.
Defenderão os sem-terra e o agronegócio, a Polícia Federal e o ficha-suja, a sexóloga feminista e o pagodeiro acusado de espancar a mulher, pouco importa - desde que esteja garantida a sobrevivência do seu esquema de poder.
É o único "direito à vida", aliás, que os mobiliza neste instante.