Tuesday, June 30, 2009

A mão vermelha bolivariana


O presidente Manuel Zelaya de Honduras quis fazer sua reeleição, o que é inconstitucional pelas leis hondurenhas. O Congresso rechaçou a proposta, Zelaya ignorou a decisão e partiu para realizar o plebiscito de qualquer forma.
O promotor e defensor dos direitos humanos considerou o plebiscito ilegal. O STF, o TSE e o MP o declararam inconstitucional. O parlamento votou lei impedindo. Os comandantes das Forças Armadas foram exonerados. O Supremo determinou que o general chefe do estado maior fosse restituído a seu posto. Hugo Chávez mandou rodar as cédulas do plebiscito e fazer as urnas na Venezuela, e as enviou a Tegucigalpa. Insultou as autoridades constituídas hondurenhas - judiciais, militares e parlamentares. Chamou o chefe do estado maior, general Vásquez, de "gorila e traidor". E colocou suas Forças Armadas de prontidão. O presidente Zelaya foi ao aeroporto, com seus correligionários, receber o material desde Caracas. As urnas foram distribuídas por uma frota de táxis contratados.
O STF determinou a prisão de Zelaya. Este apresentou sua renúncia à presidência. Pela manhã, o Congresso aceitou a renúncia e nomeou presidente o presidente do Congresso, Roberto Micheletti. Zelaya foi detido pelo exército e transferido para Costa Rica. Negou a renúncia. Então Chávez o transferiu para Nicarágua e convocou reunião dos países do ALBA.
Manuel Zelaya desrespeitou a Constituição de seu país. Agora tudo é divulgado como se fosse um golpe de Estado, um atentado à democracia. É mentira das mais escabrosas a serviço do bolivarianismo. E o que é o bolivarianismo? É uma maneira de usar a democracia justamente para afogá-la. Como Chávez faz na Venezuela. Como o PT fazia em Porto Alegre com sua democracia participativa. Como Evo Morales faz na Bolívia. Acham que o apoio que têm nas urnas lhes dá o direito de fazerem o que bem entenderem no poder.
E quem sai em defesa de Zelaya?
- Hugo Chávez, o bufão que puxa as cordinhas das marionetes
- Lula e Celso Amorim, sem comentários
- Rafael Correa, o equatoriano amigo das FARC
- Daniel Ortega, o sandinista nicaraguense
- Miguel d'Escoto, nicaraguense, amigo de Ortega e presidente da Assembléia Geral da ONU
- Barack Hussein Obama, o mais novo bolivariano do clube, leitor das Veias Abertas da América Latina
Honduras já era. O apoio que deveria vir de países democráticos já não virá mais, especialmente com a súbita adesão de Hussein Obama à causa bolivariana.
A grande mão vermelha de Hugo Chávez já alcança da Argentina aos EUA.
Na América do Sul, a Argentina, outrora um dos países mais ricos do mundo está afundando no populismo dos Kirchner.
Bolívia, Paraguay e Ecuador já são casos perdidos.
O Chile escapa porque já não é terceiro mundo como os outros, como diz Mário Vargas Llosa, percebeu as vantagens da globalização e com seus acordos de comércio está se tornando o maior entreposto e balcão de negócios do continente. Ali, Chavéz só pode tentar desestabilizar o regime.
No Peru, sua influência foi sentida com as revoltas indígenas.
O Brasil, embora seja muito grande para suas ambições é um aliado em potencial de sua causa. Quando não o apóia é conivente com suas ações.
Só a Colômbia de Uribe ainda resiste, embora as FARC estejam lá para apoiar a causa.
Na América Central, Honduras virou o palco da batalha entre democracia e o bolivarianismo, e pode determinar sua freada ou a sua expansão. Dada a lista dos que apóiam Zelaya, a segunda opção parece mais plausível.
E Obama só faz confirmar sua falta de compromisso com a democracia e com os princípios que fundaram a liberdade no Ocidente.
Informações sobre o golpe no ex-blog de César Maia

Monday, June 29, 2009

Armadilhas na Amazônia peruana


Um excelente texto de Mario Vargas Llosa no Estadão fala das causas e consequências da revogação de decretos legislativos que permitiriam investimentos e a exploração econômica da Amazônia Peruana. Os decretos provocaram uma revolta indígnea, insuflada por organizações de esquerda, que provocou o bloqueio de estradas, a ocupação de empresas, paralisações e ações armadas nas quais morreram 24 policiais - degolados, perfurados com lanças e queimados - e dez civis, deixando 150 pessoas feridas. Prestem muita atenção pois o que vale lá vale por aqui também:

Todos sabem que este governo, ou futuros governos, não ousarão de novo tentar pôr a mão na Amazônia para estimular o investimento privado e o desenvolvimento econômico da região, que é a mais pobre e mais despovoada do Peru e representa cerca de dois terços do território nacional.

Uma coisa, portanto, está totalmente garantida: os 332 mil indígenas da Amazônia continuarão sendo os cidadãos mais desamparados e explorados do Peru, os que recebem a pior educação, têm menos oportunidades de trabalho e as piores expectativas de saúde e de vida em todo o país.

Os decretos revogados procuravam atender a uma necessidade vital de atrair investimentos privados e tecnologia de ponta para uma região com grandes reservas de gás, petróleo e minerais, e poderiam ser uma fonte de prosperidade e modernização para esse país tão pobre que é o Peru, começando, é claro, por quem mais precisa de ajuda: as comunidades nativas da Amazônia.

Demagogos e extremistas há bastante tempo, com o apoio flagrante dos presidentes Evo Morales e Hugo Chávez, vêm intoxicando toda a região amazônica com um discurso revolucionário, cujos suportes básicos são o anticapitalismo, o nacionalismo e o racismo.

Foi uma derrota política que os inimigos da democracia - uma minoria de ressentidos e saudosistas de Stalin, Mao Tsé-tung e do Sendero Luminoso - vão interpretar como um incentivo para novas ações violentas que acabem com o crescimento dinâmico do país, que o arruínem e, dessa maneira, o aproximem mais da órbita chavista, da revolução bolivariana e do modelo cubano.

Entre todas as regiões do Peru, nenhuma como a Amazônia exige com urgência que a anarquia e a "lei da selva" sejam substituídas por uma ordem legal justa e estável, que garanta os direitos das comunidades nativas e lhes ofereça a oportunidade de melhorar e progredir. Algo que que apenas o desenvolvimento econômico, com a multiplicação de empresas privadas, de investimentos nacionais e estrangeiros e a legalidade democrática, podem conseguir.

O Brasil é grande e distante demais para poder ser tragado, mas o astuto Lula, que tem seu próprio projeto - e está a anos luz de Chávez - nunca lhe fará sombra, nem o enfrentará, desde que possa tirar proveito dos petrodólares venezuelanos que Caracas esbanja à vontade.

Chávez também patrocina generosamente as forças políticas de extrema esquerda que, nos dois países, procuram por todos os meios, legais e ilegais, obstruir o modelo - democracia política e economia de mercado - que nos últimos anos trouxe um progresso sem precedentes para a Colômbia e para o Peru.

A enorme responsabilidade daqueles que, de modo tão insensato e demagógico, utilizaram as comunidades indígenas, mobilizando-as em uma guerra aberta contra medidas das quais elas seriam as primeiras beneficiadas, convencendo-as de mentiras estúpidas, como a de que os decretos faziam parte de um tratado de livre comércio entre Peru e EUA que privaria os nativos de suas terras.

Pelo menos ficou provado, mais uma vez, que não existe limite moral nem político para os inimigos da liberdade.

Saturday, June 27, 2009

Jill


A Pantera! Essa sim era estilosa...

O verdadeiro legado de Michael Jackson


Michael Jackson inventou o conceito moderno do videoclip. Por causa dele, hoje existem videoclips com orçamentos maiores do que o de um filme brasileiro. E não é raro que diretores de videoclipe façam carreira em séries de TV ou em Hollywood depois.
E o videoclip moderno criou, ou deu o impulso definitivo, à MTV e seus veejays. Com isso, Michael Jackson abriu as portas da MTV a outros artistas negros, no tempo em que ele também era negro. Mas se essa foi a parte positiva da carreira de Jackson, a negativa é bem maior.
A Music Television, criada para revolucionar o establishment acabou se tornando o próprio establishment. Inicialmente eram clipes de música, depois vieram os programas de entretenimento e os reality shows. A MTV acabou virando o grande canal de promoção pessoal de artistas e celebridades em geral, e pela MTV, esse mundo das celebridades foi escancarado aos adolescentes de todo o planeta.
Em seu ensaio l'Orgie et la Peste, Giuliano da Empoli fala da influência negativa que isso gerou na sociedade ocidental. Em um negócio onde ganha mais quem chama mais a atenção (sim, a qualidade da música deixou de ser o mais importante graças à MTV), os padrões de comportamento são levados aos seus extremos pelos que querem alcançar a über-class das celebridades.
Hoje, adolescentes acham bonito postar fotos no orkut vomitando de bêbadas ou em lingerie, tatuagens pelo corpo, cabelo roxo, piercings everywhere. E o objetivo na vida é virar objeto de adoração, ter casas enormes, coleções de carros, diamantes e ouro em todo o corpo (especialmente se você tiver nascido no gueto).
E se há cinquenta anos atrás os ídolos da criançada eram figuras históricas ou políticas, hoje são todos celebridades. No lugar de Florence Nightingale ou Abigail Adams temos Madonna, Paris Hilton, Lindsay Lohan ou Amy Winehouse.
O que importa é aparecer. Não é à toa que o holandês dono da Endemol virou um dos homens mais ricos da Europa quando percebeu a oportunidade e criou o primeiro Big Brother, que depois replicou-se em n outros reality shows em todas as televisões do mundo.
Michael Jackson era o exemplo cássico do comportamento bizarro, com seu macaco, sua máscara, suas plásticas, seu embranquecimento, seu Neverland, suas criancinhas... Obviamente era um perturbado, e a coisa só piorou com o tempo. Tornou-se uma caricatura dos horrores a que nos submetemos em nome da fama.

São Francisco Xavier

E que for a São José dos Campos não pode deixar de ir conhecer São Francisco Xavier, a 40km dali.
É uma vila preciosa encravada na Serra da Mantiqueira, com cachoeiras, belas paisagens rurais, pracinha, coreto, cafézinho na esquina, muitas lojas de artesanatos e bons restaurantes.
Experimentem as trutas da Mariser. Tem grelhada com farofa de pinhão, assada com provolone ou com purê de mandioquinha e acelga!

A Embraer é nossa


Meu irmão, pai da minha afilhada, trabalha na Embraer como engenheiro. Mas do que ninguém ele sabe do sucesso que a empresa anda fazendo por aí. Pois ele me presenteou, para fazer graça, com um livrinho escrito por sindicalistas de São José dos Campos intitulado A Embraer é Nossa. E o prefácio, chiquérrimamente vermelho é escrito por Plínio de Arruda Sampaio. Eles acham que os trabalhadores devem tomar conta da empresa antes que ela vire uma subsidiária da Boeing ou da Airbus. Abaixo algumas conclusões tiradas da "obra" com os meus comentários:

"Nossa tese é simples: se a iniciativa privada é incapaz de proteger e defender a indústria aeronáutica brasileira e seu patrimônio mais importante (o corpo de operários, técnicos e engenheiros), deve sair de cena e entregar para o Estado a gerência de nossos recursos, sob controle dos trabalhadores."
Ah, o proletariado no poder, aí a gerência vai ser boa mesmo. Olha o exemplo que vem de Brasília!

"A burguesia nacional, rvelando sua debilidade histórica, para não falar de sua covardia como classe, prefere associar-se ao grande capital financeiro multinacional, comendo as migalhas que caem do prato imperial, do que assumir o papel dirigente de um projeto de desenvolvimento genuinamente nacional, independente do imperialismo e em confronto com ele."
Depende, no prato imperial tem peru e melão com presunto?

"Ou a Embraer toma o caminho da reestatização ou se resignará ao nicho de mercado, sujeitando-se a uma concorrência brutal... Ou toma o caminho da reestatização ou se tornará, nas mãos de especuladores internacionais, uma empresa subcontratada, como montadora final, sem domínio da tecnologia e a serviço das gigantes do setor."
Concorrência pra quê, bom mesmo é monopólio não é? Os russos eram tão felizes com a Lada! E o sindicato domina bem a tecnologia aeroespacial?

"...o Estado brasileiro, ao reestatizar a Embraer, somente estaria reavendo o controle de uma empresa que ele segue financiando com os cofres públicos. Neste sentido, a reestatização da empresa sem nenhuma indenização é o caminho para reestruturar a empresa e recuperar os postos de trabalho."
Opa, olha o fantasma chavista aparecendo... Toma de volta e nem precisa pagar nada.

"Aparentemente, a mudança de donos da Embraer não teria muitas consequências para o país, mas não é assim: a venda da Embraer para banqueiros estrangeiros é a culminação de um processo de recolonização do Brasil e a perda da soberania nacional."
Pois é perdemos tanta soberania que agora estamos vendendo mais aviões do que nunca aos gringos. Precisamos parar com isso...Chega de andar de avião, além de tudo olha o tamanho da pegada de carbono. Vamos expulsar os imperialistas daqui, reabrir a Gurgel e botar todo mundo para andar de X-12.

Alguém aí em sã consciência acha que a Embraer, a Vale do Rio Doce, as empresas de telefonia estariam melhores do que estão hoje se tivessem sido deixadas nas mãos do governo? Ou que nossos automóveis e computadores hoje seriam melhores se ainda houvesse reserva de mercado? Os sindicalistas acham. E pior é que o governo do PT também acha, já que está tentando reestatizar a telefonia e as empresas de alimentos através do BNDES e dos Fundos de Pensão. Credo!
E adivinha onde havia uma faixa bem grande escrita A EMBRAER É NOSSA? No meio dos grevistas do Sintusp, lá na Fefeléchi, como se o problema fosse deles.
Essa turma acha que vive em outubro de 1917.

Tuesday, June 23, 2009

Mais do que mil palavras...

Valesca Popozuda, de quatro, derrière ao ar, pudores ao vento, beijando a foto de Lula.
Perfeita.
Está tudo ali, os inéditos índices de aprovação do presidente, a valorização da cultura bundolística nacional, a posição em que se encontram 80% da população, a subserviência ao poder.
É a metáfora perfeita do Brasil contemporâneo.

Parabéns à Playboy por ter resumido em uma imagem um verdadeiro tratado de sociologia política.

Bloco Democrático e Reformista


Ontem, na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul, foi lançado o Bloco Democrático e Reformista, a aliança de DEM, PSDB e PPS para as eleições de 2010.
Eu estava lá e vi discursarem os presidentes dos três partidos, Rodrigo Maia, Sérgio Guerra e Roberto Freire, além de outros presentes como a Senadora Marisa Serrano e o vice-governador Murilo Zauith.
A idéia é levar o BDR para os outros estados, ouvindo lideranças regionais e construindo um programa de governo para derrotar o PT de Lula e Dilma nas eleições.
A articulação foi acelerada porque a Dilma já anda por aí em campanha, carregada por Lula e propagandeando o PAC como o grande feito seu, um programa que não existe a não ser na cabeça do PT e que executou uma mínima porcentagem das obras que pretendia.
O que eu estava fazendo por lá? Deixo Platão responder por mim: "Uma das punições por se recusar a participar da política é que você acaba sendo governado por seus inferiores."

Batismo


No domingo passado, fui convidado pelo meu irmão a batizar minha sobrinha. Em seu nome, renunciei ao mal e aceitei o Cristo em sua vida, e como padrinho pretendo honrar minha função dignamente.
Há uma certa tentação da sociedade moderna, e uma obsessão de determinados setores, em tornar as tradições da Igreja atemporais e desnecessárias.
Os ateístas militantes negam dois milênios da história Ocidental em lutar obstinadamente contra a instituição da religião.
Há no entanto, a despeito de todos os erros que cristãos possam ter cometido em sua caminhada, um fato essencial a respeito do Cristianismo que deve ser reconhecido até mesmo por aqueles que renunciam a participar da Igreja hoje.
David Bentley Hart, em seu novo livro Atheist Delusions (minha próxima aquisição na Amazon.com), em defesa da herança cristã no Ocidente diz:

"Nós nunca seremos realmente capazes de enxergar Cristo em sua castigada, humilhante e desgraçada humanidade como alguma coisa em si evidentemente desprezível ou ridícula; ao invés disso, somos impelidos, de forma bastante real, a vê-lo abraçar o mistério mesmo de nossa própria humanidade. Obviamente muitos de nós são capazes de olhar o sofrimento dos outros com indiferença ou até desprezo. Mas mesmo os piores de nós, criados à sombra da cristandade, não têm a habilidade de ignorar o sofrimento sem violar a própria consciência. Perdemos a capacidade da insensibilidade inocente.”

E este é o verdadeiro significado do batismo.

Admirável Mundo Novo


John se levantou cedo naquele dia e tomou seu suplemento obrigatório de ferro e vitaminas. O medicamento era distribuído pelo governo desde que a população começara a apresentar sinais de desnutrição cerca de três meses após a aprovação da lei McCartney-Guevara que proibia a venda e consumo de carnes.
Saiu para cumprir o ritual diário de exercícios aeróbicos matinais. Os inspetores do Ministério da Saúde passariam em revista a sua turma, composta por gente da vizinhança, para controlar o teor de gordura do corpo. Na semana anterior ele levara o seu segundo cartão amarelo por ter ultrapassado em 0.5% o teor de gordura permitido por lei para pessoas de sua idade. Tinha se esforçado e concentrado nos exercícios para evitar o cartão vermelho, que fatalmente o enviaria a um dos campos de reeducação alimentar do Ministério.
Ele já tinha estado em um antes, ainda quando comprava hamburguers no mercado negro e criava galinhas escondidas no quintal. Denunciado por sua própria filha de sete anos, treinada para denunciar abusos pelos professores da escola primária, foi condenado por tráfico e produção irregular de alimentos com base no Codex Alimentarius da ONU, adotado pelo Ministério. A filha foi premiada na escola, e designada a pais adotivos.
Foram anos duros, trabalhando na horta orgânica do campo de reeducação. Mas John felizmente passou no teste da gordura e pode seguir seu rumo. Com sua bicicleta, passou em frente aos coffee shops que vendiam marijuana na rua de sua casa e seguiu para o Ministério do Meio Ambiente onde deveria entregar sua declaração mensal de emissão de carbono e de uso de água. Isso não o preocupava. Depois do ano anterior, quando havia pago o equivalente a um ano de trabalho por excesso de emissão de carbono, havia deixado de usar eletrodomésticos e luzes elétricas em casa, e um banho por semana lhe parecia suficiente.
Aquele dia ele iria visitar a esposa, presa em flagrante por fiscais do Ministério da Saúde fumando um cigarro na saída do trabalho. A pena iria acabar em seis meses, então poderiam viajar de bicicleta, quem sabe visitar um parque, ver os índios.
Saiu do Ministério e parou no posto de distribuição de ração, à base de cereais orgânicos. Os níveis de contagem microbiológica de alimentos conservados em casa eram praticamente impossíveis de serem alcançados. Somado a isso, a impossibilidade do uso de fogão a lenha ou a gás, e as restrições ao uso de eletricidade faziam o ato de cozinhar em casa um quase milagre. As rações eram a alternativa mais fácil. Pensou no chocolate que mantinha secretamente embaixo do assoalho em casa. Um pedacinho só não ia fazer mal. Um amigo seu tinha sido preso por vender coca cola no mercado negro. Mas ele não vendia seu precioso chocolate, era só consumo próprio. E a pena, se fosse pego era bem menor.
Na televisão notícias sobre celebridades e sobre nutrição. Ele sabia, haviam rumores de que mais de um bilhão de pessoas tinham falecido no Terceiro Mundo depois que o Codex Alimentarius havia proibido o uso de pesticidas, adubos ou qualquer outro químico na produção de alimentos, e o uso das terras mais férteis para a plantação de árvores. As notícias eram censuradas, e o Ministério dizia que eram bem menos mortos, e que era preferível dar os anéis do que perder os dedos. Havia alguma coisa estranha aí. Ninguém falava mais no aquecimento global, as cidades da costa não tinham sido engolidas pelo mar mas o Ministro dizia que era por causa das medidas que tinham adotado. Alguns cientistas tinham até desaparecido de cena quando divulgaram estudos afirmando que uma nova Era Glacial se aproximava.
Mas John não queria pensar muito nisso. À tarde foi a um concerto. A lei havia determinado o fim dos shows com equipamentos elétricos e grandes aglomerações, e as únicas apresentações permitidas eram as rodinhas de violão.
No fim, apressou o passo, estava escurecendo. Desde que os animais ganharam na justiça o direito de ir e vir como seres humanos, os bandos de cachorros soltos na noite sem luzes faziam as coisas ficarem um pouco sombrias e perigosas por ali.

Musica Ligera


Soda Estereo - De Musica Ligera

Cuiabá - Santarém
















Imagens da Cuiabá - Santarém, uma das rodovias que o Minc recusa-se a deixar que asfaltem. Sorte dele morar no Rio e poder passear de coletinho no calçadão não é mesmo?

A vigarice do Greenpeace


No dia seguinte à divulgação do relatório do Greenpeace sobre o desmatamento na Amazônia, fui acordado logo cedo por telefonemas e mensagens que chegavam da Holanda me perguntado se a carne que eles estavam comprando por lá vinha de áreas de floresta desmatada.
Expliquei que a carne que ia para a Europa vinha de fazendas da lista Trace, aprovadas no sistema ERAS de rastreabilidade e inspecionadas pelo Ministério da Agricultura. Passei as três horas seguintes marcando em um mapa todos os municípios o Brasil onde se encontravam as propriedades da lista Trace. A imensa maioria está em Minas Gerais, Goiás e no sul do Mato Grosso, a 1000 km da Amazônia. O mais perto dali que a lista chegava eram duas fazendas em Alta Floresta/MT.
Mandei o mapa e depois me mandaram de volta perguntando onde era a Amazônia.O moral da história é que por mais ignorante da realidade brasileira que o mercado externo seja, a questão do desmatamento tornou-se um ponto extremamente sensível na comercialização do produto brasileiro, tanto lá como cá, e isso é o fruto da militância ambiental ativa.
O problema é que o Greenpeace colocou bons e maus produtores no mesmo saco, tratando todos como vigaristas, para usar o termo escolhido pelo Ministro Minc, e hoje existem produtores impedidos de comercializar o fruto do seu trabalho pelo Ministério Público.
Na sexta feira passada, um encontro durante a Feicorte reuniu produtores rurais da região Amazônica, profissionais do setor agropecuário, representantes de associações de classe e membros do poder público, como os deputados federais Moreira Mendes e Abelardo Lupion, dois raros parlamentares efetivamente interessados no desenvolvimento do país. A idéia era coordenar uma resposta do setor ao absurdo da situação.
No meu ponto de vista, a mensagem que os deputados deveriam levar a Brasília tem dois ângulos essenciais.O primeiro é que o Greenpeace, e outras organizações semelhantes, estão ignorando séculos de história de ocupação da Amazônia, uma história que começa com os colonizadores portugueses. Não é à toa que as calhas do rio Amazonas, Tapajós, Xingu e Tocantins são o berço de cidades como Belém, Santarém, Monte Alegre, Óbidos e Aveiro, todos nomes de cidades portuguesas dados por ordem do Marquês de Pombal no século XVIII.
Mais recentemente, ignoram décadas de esforços do governo brasileiro em desenvolver a região, especialmente no período militar.
Meu pai esteve em Alta Floresta nos anos 70. Trabalhando como agrônomo, ajudou a plantar mais de 200.000 pés de café e 50.000 pés de cacau na região, e havia então projetos para uma expansão muito maior da agricultura ali naquela fronteira.
Nos anos 80, esteve em Conceição do Araguaia, no sul do Pará, abrindo fazendas, levando progresso e desenvolvimento à região. Como ele, muitos outros foram incentivados pelo governo a ocupar terras na floresta. Todos esses capítulos da história do país são sumariamente ignorados por ambientalistas, que nos dizem hoje que somos todos vigaristas e bandidos.
Ao comentar uma cena do filme O Aviador, em que Howard Hughes desbanca Katheryn Hepburn dizendo "Quem você pensa que é?! Você não passa de uma atriz!", João Pereira Coutinho diz ter chorado de nostalgia de um tempo onde celebridades não eram a encarnação suprema do bem e da verdade.
Pois alguém precisa dizer ao Greenpeace e outros similares e genéricos: "Quem você pensa que é, você não passa de uma ONG!".
Querem contribuir com o debate para estudar uma solução inteligente e racional ao problema, sejam bem vindos. Querem que o país adote a sua pauta preservacionista como verdade universal, transformando a Amazônia em um zoológico gigante, vão catar coquinho.
Pode ser tarde demais, mas é preciso que a oposição evite que o Ministério Público, o Ibama, o Ministério do Meio Ambiente sejam aparelhados por essas organizações como o MST aparelhou o Incra e o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Aliás o Greenpeace parece ter esquecido que o Incra apareceu como o maior desmatador do Brasil no ano passado. Como o Dr. Gianetti da Abiec disse, o Greenpeace não tem o monopólio da verdade sobre o assunto.
O poder público não pode ser pautado pelo que o Greenpeace quer, porque o que eles querem é irreal e é irresponsável. O Poder Público tem sim um compromisso com a preservação ambiental e com o desenvolvimento sustentável, mas tem um compromisso maior ainda com as vidas de 30 milhões de brasileiros que vivem na região, cujas famílias garantiram que todo aquele território fizesse hoje parte do país.
E aí vem o segundo ponto crucial que precisa ser levado ao Congresso. Existem hoje mais de 10.000 ONGs atuando só na Amazônia. Quem é essa gente? O que eles querem? Quem os financia? Quais as reais intenções dessas organizações?Na quinta-feira antes de embarcar de Campo Grande para a Feicorte, a notícia no jornal da noite era: "Polícia Federal prende três americanos e dois brasileiros fazendo prospecção de minério em uma reserva ambiental no Pantanal."Lembrem-se do que disse o general Augusto Heleno. Lembrem-se do que disse Orlando Villas Boas há trinta anos atrás, quando avisou que essas organizações estavam levando lideranças indígenas para a Europa e os Estados Unidos, e que um dia iram voltar e reclamar territórios independentes no Brasil.
A discussão vai muito além da derrubada de árvores. Trata-se da preservação do território nacional. Um território conquistado e mantido por gente que gosta de trabalhar, e não por vigaristas ambientais.

Cuba Libre II

Depois da foto de Antonio Castro farreando e com a mesa cheia, me aparece essa agora de Lydia Guevara, hijita del papá Che, seminua, armada de cenouras, em pose revolucionária, em campanha pelo vegetarianismo.
Quer dizer, matar um bicho para comer não pode. Fuzilar milhares de pessoas no paredón como papá, el chancho, el carnicero de la Cabaña fuzilou, ah, isso pode...

Monday, June 22, 2009

Saramago, sobre blogs


"Meu blog não tem ideias em particular. Os sismógrafos não escolhem os terremotos, reagem com os que vão ocorrendo. O blog é isso: um sismógrafo. Quem me lê sabe que pode encontrar a cada dia algo totalmente inesperado. A prática do blog levou a escrita a muitas pessoas que antes pouco ou nada escreviam. Pena que muitas não se preocupem com o estilo. O resultado é que se está escrevendo cada vez mais, e... pior. O blog é um espaço para a reflexão, e não deve surpreender que ilumine a quem escreve."

Pois é Zé, estou trabalhando no estilo...A sismologia vai bem obrigado.
Blog do Saramago:

Thursday, June 18, 2009

Cuba libre

Cuba para a população em geral

Cuba para Antonio Castro, hijito del papá Fidel Castro

Não acredita? Tá aqui em Cuba al Descubierto blog de um cubano exilado.

Vi no Flanela Paulistana, um dos blogs mais bem escritos do Brasil.

Wednesday, June 17, 2009

Brasil, um país de...


Carga tributária brasileira atinge 38,45% do PIB!
Isso porque ela diminuiu um pouquinho...

Xô Sarney!

Rolando Lero


"Fiquem absolutamente tranquilos quanto a uma coisa: faremos tudo o que for necessário para a moralidade e o bem do Senado."
José Sarney, presidente do Senado, generoso pai de família, ao dizer que os escândalos só apareceram porque ele resolveu investigar...
500 atos secretos foram produzidos pela Casa, incluindo os que nomeavam um neto,duas sobrinhas, uma prima (morando na Espanha) e uma sobrinha do genro de Sarney a cargos no Senado.
Operação Mãos Limpas já!

E quem aparece para defender o oligarca?

17/06/2009 - 10h49
Lula defende José Sarney e diz que denúncias não têm fim
da Agência Brasil, no Cazaquistão
da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta quarta-feira (17) a sequência de denúncias no Senado e saiu em defesa do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que discursou ontem no plenário do Congresso Nacional.
"Não li a reportagem do presidente Sarney, mas penso que ele tem história no Brasil suficiente para que não seja tratado como se fosse uma pessoa comum", disse. "Elas [denúncias] não têm fim e depois não acontece nada."

Tuesday, June 16, 2009

Irã


Ao que parece só o Lula acreditou nas eleições do Irã. O quebra pau que se seguiu nas ruas de Teerã e no resto do país são só coisa de flamenguista e vascaíno, conforme a metáfora do Excelentíssimo.
O governo iraniano agora quer barrar a imprensa estrangeira no país. Coisa típica de ditadura. O Conselho da Revolução promete recontar os votos, o que não quer dizer absolutamente nada. O presidente do Irã será aquele que o Líder Supremo escolher.
A rigor não haverá diferença alguma entre Mahmoud Ahmadinejad e Mir Hossein Mousavi, nem haveria se o candidato fosse qualquer outro. Porque qualquer presidente do Irã tem que passar pelo crivo do Conselho e do Líder Supremo, que testam o grau de fidelidade dos candidatos aos princípios da Revolução Islâmica.
A rigor, eu até prefiro mesmo que o vencedor seja Ahmadinejad, um sujeito que sempre tratei como louco por dois motivos bem pragmáticos:
Primeiro, Mousavi é um terrorista que quando era primeiro-ministro de Khomeini foi responsável por execuções em massa de opositores do regime. Foi Mousavi também o responsável por um atentado a bomba a um centro cultural judaico em Buenos Aires. É a este homem que querem dar a pecha de moderado. E comparado com o outro louco, ele pode até ser mais moderado. O problema neste caso é que Barack Obama, com seu discurso de aproximação dessa cambada se sentiria tentado a deixá-lo ter a bomba atômica. E não sou eu que digo isso, o Financial Times em uma reportagem recente intitulada "US may cede to Iran's nuclear ambitions" conta como o ambiente em Washington está sendo preparado pela administração de Obama para que o Irã seja aceito como uma potência nuclear. Entre um louco desvairado sem bomba e um louco moderado com bomba eu prefiro o sem.
O segundo motivo é que os iranianos estão finalmente percebendo que vivem sob uma ditadura. Por mais muçulmanos que sejam, não gostaram quando viram que a voz deles por ali não vale muita coisa. Com Ahmadinejad no poder, vão perceber que a teocracia está os conduzindo à pobreza, ao desrespeito aos direitos humanos mais básicos e à destruição da guerra. E vão perceber também que a coisa só vai mudar quando eles mesmos tomarem as rédeas da história.

AF447


Apesar das estatísticas que dizem que o avião ainda é o meio mais seguro de voar, e do fato que milhares de pessoas morram por dia em acidentes de trânsito no país, desastres aéreos são capazes de gerar uma comoção extraordinária nas pessoas.
Talvez seja o momento em que todos param para pensar, e se fosse eu? Pessoas não pensam na própria morte com frequência. Especialmente nessa era de culto ao corpo e à juventude, estão cada vez menos preparadas para morrer. Montaigne disse que filosofar é aprender a morrer.
Ao ver tantas vidas assim terminadas em um segundo, paramos um segundo para filosofar e pensar se estamos fazendo valer a pena nossa efêmera existência.
É um exercício que deveria ser diário. E que é muito mais saudável do que especular sobre as possíveis causas do desastres, como se fôssemos todos engenheiros aeronáuticos e meteorologistas.

El Enamorado


Lunas, marfiles, instrumentos, rosas,
lámparas y la línea de Durero,
las nueve cifras y el cambiante cero,
debo fingir que existen esas cosas.

Debo fingir que en el pasado fueron
Persépolis y Roma y que una arena
sutil midió la suerte de la almena
que los siglos de hierro deshicieron.

Debo fingir las armas y la pira
de la epopeya y los pesados mares
que roen de la tierra los pilares.

Debo fingir que hay otros. Es mentira.
Sólo tú eres. Tú, mi desventura
y mi ventura, inagotable y pura.

Jorge Luis Borges
Feliz dia dos namorados atrasado...

Thursday, June 11, 2009

Home


Um filme de Yann Arthus Bertrand.
Em versão integral no Youtube:

Wednesday, June 10, 2009

Brasília


A capital me deu uma sensação estranha. Havia passado por ali há muitos anos atrás e nunca mais voltei.
As distâncias imensas, os espaços vazios entre os prédios.
Olhei os edifícios imensos e suas estranhas formas, as letras garrafais indicando órgãos do governo em toda a parte.
Ali que está o poder, todo poder que emana do povo, ou todo o poder que engana o povo.
Minha visita ali teve uma razão objetiva, encontrar pessoas que pensam como eu e esperar justiça ser feita.
Mas teve talvez uma razão subjetiva. Enquanto olhava os prédios passarem na janela do carro pensei na sequência de acontecimentos que me levaram até ali, e em acontecimentos futuros que podem me levar de volta. Tudo acontece por um motivo?
Veremos.
No avião de volta li um livreto chamado A Maleta de Meu Pai, com três discursos de Orhan Pamuk, o escritor turco ganhador do Nobel.
Fala, de uma belíssima forma, da literatura em geral, de como o escritor que se senta sozinho à sua mesa constrói seus mundos, transforma-se em outros, para os que o lêem se transformem nele. Me deixou pensativo também.
Quem sabe construiremos, como uma cidade que saiu da nada, novos mundos com palavras?
De qualquer modo a viagem foi o fim dos meus tormentos depois de ter voltado da Europa e ajudou a entender quem quero ser daqui para frente.

Tenessee Waltz


Pois é, eu ouvi essa bela música pela primeira vez cantada pelo Amir Sater, mas fazer o quê, eu tenho esse fraco por mulheres lindas, talentosas e com voz de veludo.
Ah Norah...

Sunday, June 07, 2009

Ambientalismo e Agronegócio



Carlos Minc chamou os produtores rurais de vigaristas. Kátia Abreu e a CNA reagiram à altura em um embate público que ganhou as manchetes dos jornais nessa semana.
Ainda na semana que passou, o Greenpeace soltou um relatório culpando grandes empresas da indústria da carne no Brasil e seus clientes no exterior pelo desmatamento na Amazônia.
Agora a Abiec, a associação dos exportadores de carne pretende processar o Greenpeace por equívocos em seu relatório e por prejudicar as exportações e a imagem do Brasil no mercado externo. O Greenpeace em seu relatório por exemplo juntava em seus dados desmatamentos legais e ilegais, colocando no mesmo saco bons e maus produtores.
O grande equívoco dos ambientalistas nesta discussão é assumir que agronegócio e preservação ambiental sejam incompatíveis.
Querem uma prova do contrário? O estado de São Paulo é uma das unidades da federação que apresenta um setor de agronegócios dos mais tecnificados e eficientes do país. O último censo agropecuário de São Paulo mostra que nos últimos 12 anos a cobertura florestal no Estado aumentou em vez de diminuir. O fato foi comentado por Xico Graziano em seu artigo "Lupa Verde". Matas ciliares e corredores ecológicos foram recuperados, fauna antes desaparecida do solo paulista volta a aparecer. O censo mostra ainda o maior uso de técnicas anti-erosão e do plantio direto. E mesmo com a presença fortíssima da indústria sucro-alcooleira, o tamanho médio da propriedade em São Paulo diminuiu de 72 para 63 hectares.
Tudo está interligado, o agronegócio eficiente gera renda.
Renda gera educação (inclusive ambiental). Claudio Moura e Castro em sua coluna na Veja já havia notado como educação e agronegócio andam juntos onde quer que se olhe no país.
Renda e educação juntos facilitam a adoção de tecnologia.
Tecnologia torna a propriedade mais eficiente, inclusive na preservação ambiental e na prevenção da erosão e da contaminação de lençóis freáticos.
Uma propriedade mais eficiente não precisa ser grande para sustentar uma família, o que destrói o mito da concentração fundiária.
O movimento ambientalista quer demonizar como um todo um setor responsável por 24% do PIB e 36% das exportações do país, sendo que no Brasil, 71% da superfície total do país está protegida por lei na forma de reservas, áreas de proteção permanente, parques e terras indígenas. Para o agronegócio sobram 29%.
As áreas de fronteira na floresta precisam é de mais capitalismo, e de uma presença eficiente do Estado, não o contrário.
Grandes empresas e produtores eficientes, inseridos no mercado global, conhecem bem suas responsabilidades na preservação ambiental. É uma estupidez colocá-los no banco dos réus do desmatamento ilegal.

D Day

Há 65 anos atrás...
Que os anti-americanistas se lembrem deste dia.

Wednesday, June 03, 2009

Perguntar não ofende


O Minc chamou os produtores rurais de vigaristas. Ele se referia a esse pessoal mau-caráter que planta arroz, feijão, cria galinha e boi.
Mas caro Ministro, na sua opinião o produtor bom é aquele que planta a erva danada que o Sr. tanto aprecia?

I.O.U.S.A.


Um documentário obrigatório para entender a catástrofe que vai destruir os Estados Unidos mais do que qualquer ameaça terrorista.
Na parte Financial Warfare, vejam bem quem são os credores da dívida dos EUA para imaginar o cenário geopolítico daqui a 50 anos... Se vocês achavam os yankees ruins, imaginem os chineses.
É um aviso também para os outros países que seguem o caminho do estado do bem-estar social populista.


Agradecimentos ao Jiló, por suas colaborações sempre bem vindas a este blog.

Monday, June 01, 2009

John Adams


E para quem quer sentir um pouco mais de perto como foi a Revolução Americana e o nascimento dos Estados Unidos da América, assista a minissérie John Adams, produzida por Tom Hanks e pela HBO. Baseada no best seller ganhador do Pullitzer de David McCullough, a série ganhou 13 Emmy's e reconstitui com primor a época, as discussões políticas e a vida daquele que efetivamente uniu as 13 colônias pelo sonho da independência.
Paul Giamatti e Laura Linney estão provavelmente nos melhores papéis de suas carreiras, e os diálogos entre John e sua esposa Abigail estão entre os mais interessantes da série.
Mais sobre a série e seus capítulos aqui:

Comprei a série e o livro de Mark Levin na Amazon.com por US$ 53. Eu tenho a mesma compulsão pela Amazon.com que minha mulher por lojas de sapatos. E sou grato às maravilhas da internet e do livre mercado que tornaram possível essa minha aquisição.

Tea Party

E para quem acha que o Conservadorismo está morto nos Estados Unidos, algumas imagens do último tax day quando os manifestantes lembraram do Boston Tea Party. Durante o movimento pela independência, americanos jogaram ao mar a carga de chá dos navios no porto de Boston depois que os britânicos decretaram a cobrança de uma taxa sobre o produto.

Obama comuna?
3 trilhões e 600 bilhões de dólares é a conta dos bailouts que sobra para as futuras gerações.

Fight Tyranny, Enjoy Liberty no cartaz lá atrás. O velhinho aqui diz que a culpa não é dele, que ele votou na Sarah...

Tea Party...
Um manifestante segura o cartoon Join or Die, desenhado por Benjamin Franklin durante a Revolução Americana.

Liberty and Tyranny


Contardo Calligaris afirmou certa vez em entrevista a Reinaldo Azevedo que o Iluminismo anglo-saxão sempre foi preterido pelos intelectuais quando comparado ao Iluminismo francês. No entanto, gerou a Revolução Americana, e a Magna Carta na Inglaterra. Na França, a Revolução Francesa iria gerar o Terror, Napoleão Bonaparte, a restauração dos Bourbon e Napoleão III. Depois da Revolução, a França levaria ainda um século para se tornar uma República.
Mas foram as idéias dos iluministas anglo-saxões, John Locke, Adam Smith, Edmond Burke e também de alguns franceses como Montesquieu que deram as bases da Revolução mais importante da história do mundo Ocidental, a Revolução Americana. Foram esses pensadores que influenciaram as idéias dos Founding Fathers americanos que com a Declaração de Independência e a Constituição estabeleceram as bases daquela que seria a nação mais livre e próspera do mundo.
Em seu livro Liberty and Tyranny, Mark Levin, um dos líderes do pensamento conservador na América contemporânea, fala de como os Estados Unidos hoje estão se afastando dos princípios que fundaram o país. A América original estaria sendo pouco a pouco estrangulada e subjugada pelo câncer do Estatismo, Mark Levin defende, como todo conservador deve defender, o direito de cada indivíduo viver livremente em busca da própria felicidade, o livre mercado, o Estado de Direito, o direito à propriedade, a descentralização do poder, a limitação do poder central, a preservação da sociedade civil, a tradição e a fé como formas de manter a identidade cultural de um povo.
Já o Estatista, que é como ele identifica os liberais (esquerdistas) modernos, acredita na supremacia do Estado. Para o estatista, indivíduos são criaturas imperfeitas, e a busca individual de cada um impede o objetivo de criar um estado utópico coletivo para o bem de todos. A agenda do estatista cria aquilo que o francês Alexis de Tocqueville chama de tirania leve, que progride constantemente em direção à tirania totalitária pura e simples.
Mark Levin identifica o nascimento do Estatismo moderno no New Deal de Franklin D. Roosevelt, que fez o governo federal intervir no mercado para diminuir os efeitos da crise de 29 e criou os primeiros programas assistencialistas. Segundo estudos econômicos de hoje, o New Deal fez a crise de 29 durar muito mais tempo do que se não houvesse interferência. O intervencionistas e os programas assistencialistas de atendimento médico e previdência foram depois ampliados por governos democratas e agora chegam ao auge com Obama, com seus bailouts trilionários e com seu projeto de dar assistência médica universal a todos gerando uma dívida impagável para futuras gerações. O estatismo também tomou conta do sistema judiciário que interpreta a Constituição como quer, tomou conta da economia pedindo mais interferência do Estado, mais assistencialismo, distribuição de riquezas. Tomou conta dos movimentos ambientais que querem regular desde o consumo de energia de cada um até o uso de defensivos agrícolas. Está em resumo em todos os lugares, pedindo mais interferência do Estado, mais controle, mais impostos, diminuindo as liberdades e direitos individuais.
O livro de Mark Levin não é só uma leitura fundamental para conservadores americanos. Aqui mesmo no Brasil o Estatismo tem bem mais defensores do que lá, e os Conservadores contam-se nos dedos. Liberty and Tyranny é um Manifesto Conservador, é uma obra essencial para qualquer conservador, com idéias e projetos para evitar que o Estatismo se aprofunde ainda mais e que a tirania se instale.
Um conservador é sobretudo alguém que acredita no próximo, na capacidade de cada indivíduo, respeitando o direito dos outros, decidir o próprio destino. É no que eu acredito.

Considerações de Aninha


Melhor do que a criatura,
fez o criador a criação.
A criatura é limitada.
O tempo, o espaço,
normas e costumes.
Erros e acertos.
A criação é ilimitada.
Excede o tempo e o meio.
Projeta-se no Cosmos

Cora Coralina

Enquanto isso em um boteco português...