Sunday, August 30, 2009

Saturday, August 29, 2009

Gran Torino


Walt Kowalski é de um tempo onde jovens reverenciavam os mais velhos, carros de verdade eram fabricados nos Estados Unidos, comunistas eram inimigos, homens respeitavam as mulheres, ganhavam a vida trabalhando e um senso de honra e dignidade ainda existia.
Obviamente ele não entende muito as mudanças do mundo globalizado, a multiculturalidade, o bem estar social e todas as baboseiras da era Obama e politicamente correta.
Curiosamente, é no tradicionalismo dos seus vizinhos imigrantes que ele encontra algum conforto, mais do que na própria família.
E é tentando resolver do seu jeito a encrenca em que o seu jovem e problemático vizinho imigrante se meteu. Nessa briga, ele vai acabar recuperando um pouco da dignidade perdida e se redimindo de um passado que o assombra desde os tempos da Guerra da Coréia.
Clint é ainda um dos melhores diretores (e atores broncos) da atualidade. Gran Torino é excelente.

O Lutador


Randy "The Ram" Robinson é um lutador de luta livre. Sua vida é levar e dar porrada dentro de um ringue, levando os fãs à loucura.
Amargando sua decadência como ídolo do esporte, e a sua decadência física com o corpo doído completamente entorpecido por drogas e anabolizantes, a vida de Randy fora dos ringues é um vazio total.
Enquanto no ringue ele é quem deseja ser, fora dele parece ser ninguém.
Como ele mesmo diz, as porradas que a vida lhe deu são bem piores do que as que ele leva nas lutas. E não há nada mais triste, mais do que um corpo dilacerado, do que ver uma alma amputada.
Quando a hora chega, The Ram vai preferir morrer com seu espírito intacto do que viver como uma sombra.
Aí reside a beleza deste filme singular.
Eu faria o mesmo. Todos deveriam fazer o mesmo.

Trivia: Na cena onde Randy espera a amiga na calçada do bairro pobre onde vive, atrás dele aparece uma Universal Church of the Kingdom of God com um outdoor Jesus es el Señor, Pare de sufrir...

Thursday, August 27, 2009

No más Chávez


Mobilização total:

http://www.nomaschavez.org/

Saúde pública


Ainda na área da saúde, obviamente eu acho que casos de saúde pública são responsabilidade do governo. E o tal do Temporão não parace ter a capacidade de perceber isso. Depois da epidemia de dengue é a vez da gripe suína.
Segundo César Maia, o Ministério da Saúde minimizou a gravidade e proibiu o acesso aberto ao Tamiflu como em outros países e a situação lhe saiu de controle. Não houve treinamento para atendimento nas unidades de saúde e nem espaços de isolamento. Omitiram as informações à imprensa, que não pôde orientar.
O resultado é que o Brasil virou o país com o maior número de mortes pela doença no planeta.

Tuesday, August 25, 2009

Jon Stewart

The Daily Show With Jon StewartMon - Thurs 11p / 10c
Heal or No Heal - Medicine Brawl
http://www.thedailyshow.com/
Daily Show
Full Episodes
Political HumorHealthcare Protests

Obamacare


A briga sobre o tal plano de saúde universal de Obama nos Estados Unidos está bem boa. Vale a pena acompanhar.
Como em toda política estatista, a história toda começa com o governo querendo decidir o que é bom para a gente. É até bonito, dizem que todos têm direito à saúde e que é obrigação do governo dar saúde a todos.
Para começar, um direito não é uma coisa que se ganha do governo. Direito de verdade é direito à vida por exemplo. Direito de verdade é o direito de ser tratado como igual, independente de raça, cor ou sexo por exemplo.
Dizer que temos todos direito à educação, sáude, moradia são armadilhas para dar ao governo um poder que ele não deve ter, o poder de decidir sobre as nossas vidas.
Mas os que afirmam isso são tratados imediatamente como seres cruéis e sem coração que acham que pobres devam morrer sem cuidados médicos. O próprio Obama disse aos críticos de seu plano: "get out of the way". Ele disse mesmo querer fazer as coisas "the Chicago way", ou se eles trazem uma faca para a briga, nós trazemos um revólver.
Ora, ninguém nega que a saúde tenha ficado mesmo cara nos últimos anos. É lógico, porque desenvolver novos remédios ficou mais caro, novos equipamentos médicos são mais caros, novas técnicas são mais caras. Um paciente que antes receberia no máximo uma extrema unção pois já não havia mais o que fazer com ele, hoje pode ter sua vida razoavelmente prolongada com novas técnicas e drogas.
O que Obama nem seu partido sabem dizer é se o seu plano vai causar racionamento, se vai limitar escolhas, se vai impedir a inovação em medicamentos, máquinas e procedimentos, já que será financeiramente inviável desenvolvê-los se o governo se apropriar de tudo, e o mais importante de tudo, como o governo pretende pagar por tudo isso.
Na Holanda, eu convivi com essa medicina tipo socialista proposta por Obama. Em primeiro lugar, para qualquer problema você consulta um clínico geral. Ele olha as estatísticas de doenças do país e chuta a doença que você tem. Na verdade, na base do chute, até que ele resolve uma boa parte dos casos. Só pede um exame em último caso, depois que você voltou nele com o mesmo problema umas quatro vezes. Você só vai a um especialista se ele decidir que você deve ir ao especialista. Recebe só o medicamento que ele receitar, contadinho, comprimido por comprimido. O problema é que nos casos graves de verdade, você vai esperar bastante até ter o tratamento ou a cirurgia que precisa, isso se eles decidirem que você precisa. Nos casos mais graves mesmo, o mais provável é que desliguem sua máquina, claro que em nome de uma eindlossung mais humana e justa. Tudo para que o sistema permaneça barato.
No Brasil, não acho normal que existam mais farmácias do que padarias por exemplo. E não acho normal que qualquer médico, a imensa maioria incompetente, peça duzentos exames para descobrir a causa de uma dorzinha.
Mas também não acredito que o governo seja competente para administrar um hospital ou o SUS por exemplo.
Eu acredito que seguro saúde deva ser exatamente isso, um seguro para a eventual necessidade de uma internação custosa e grave, afinal é disso que temos todos medo. E não acredito que seja do governo a obrigação de nos dar esse seguro.
Acredito sim que todos os cidadãos devam ter oportunidades iguais de consegui-lo.

Dilma x Marina


Uma revisãozinha sobre as eventuais candidaturas de Dilma e Marina em 2010, by César Maia:

1. Só a enorme popularidade de Lula viabilizou a candidatura de Dilma, pelo PT. Cristão novo no PT não tem vez. Dilma era do PDT, e como tal, ocupou a secretaria de minas e energia no governo Olivio Dutra, no RS. A desintegração do PDT local, com a adesão do filho de Brizola, ex-deputado federal, e suas entrevistas, terminaram por gerar uma migração ao PT (que além de estar no governo do RS, ainda detinha uma hegemonia de anos em Porto Alegre). Nessa leva, Dilma entrou.

2. Com a surpreendente ausência de quadros na formação do primeiro governo Lula, Dilma acabou indicada por Olivio e o PT-RS para ministra de Minas e Energia. Sua passagem foi, no depoimento dos especialistas, medíocre. E o PT viu sacrificar-se seu principal quadro no setor de energia (Pingueli Rosa), que tendo assumido a Eletrobrás, foi demitido por Lula, dizendo que "ele não tem votos", na verdade a pedido do PMDB. Dilma foi salva pelo "mensalão" e a queda de José Dirceu. Lula, que trabalha com símbolos, nomeou-a no lugar de Dirceu, pelo jeito de executiva vertical com que ela vendia a sua imagem (encobrindo o despreparo técnico), e pela condição feminina. Lula produzia com isso, expectativas de mudança de referência.

3. Não foi por sua performance, sempre criticada (vide o escândalo em Furnas, empresa de sua área, onde toda a diretoria caiu). E a transição do ministério se deu, para controle total do PMDB de Sarney. Os conflitos entre meio-ambiente (Marina) e energia (Dilma) (hidroelétricas, etc.) começaram aí e só se ampliaram quando o campo de influências de Dilma foi ampliado, com maiores interferências na área ambiental. Lula, provavelmente para proteger Dilma, lançou Mangabeira no conflito, indicando-o como coordenador das estratégias econômico-ambientais.

4. Quando Lula designou Dilma para candidata ad referendum do PT, as reações internas dos históricos do PT foram sentidas. Marina, Tarso Genro, etc. No caso de Marina, com intensidade dupla, pois a vitória eleitoral de Dilma significaria sua completa exclusão do processo decisório na questão ambiental. A saída de Marina do ministério, com a assunção de um ecologista urbano, foi apenas a indicação que a ruptura estava dada e que era questão de tempo e de momento. E assim foi.

5. Marina, espertamente, escolheu o melhor dia: a sustentação de Sarney pelo PT. Mas seria hipocrisia destacar a questão ética para sua decisão. Afinal de contas, não se leu, viu ou ouviu qualquer indignação da ministra Marina Silva no caso "mensalão". Onde estava, ficou. O fato novo, fermentado pelos confltos com a ex-ministra de minas e energia foi a escolha de Dilma para candidata. Nesse momento, o futuro se somava ao passado e ao presente, e era insuportável a convivência. Por isso, ela diz na carta de saída do PT que o PT deixou de sinalizar compromisso de fato com o desenvolvimento sustentável. Na verdade, com Dilma (e não com o PT) é que esse descompromisso ficou caracterizado, e com firma reconhecida.

Cocaleros


Em visita à Bolívia, Lula e o índio cocalero Evo Morales vestem colares de folha de coca.
Depois do nosso Ministro Minc defender a maconha em passeata no Rio, agora é a vez do Estimado Líder defender a cocaína.
Vamos bem...
Quem conhece a Bolívia sabe exatamente que o país produz muito mais coca do que o necessário para o tal consumo tradicional movido pelo costume de mascar folhas para superar os males da altitude. E o índio loco do Evo está estimulando o plantio em novas áreas, de uma variedade que não é exatamente aquela do consumo tradicional. É uma, digamos mais "turbinada".
Deve estar seguindo os passos de seu guru, Chávez, responsável por transformar a Venezuela no maior entreposto de cocaína do planeta e por sustentar os narcotraficantes das FARC com armas e apoio político. Ou do Sendero Luminoso peruano, outro "movimento social" com o pé no pó.
Não é difícil imaginar qual o principal mercado visado pela Bolívia para exportar sua cocaína. Enquanto isso, Nosso Líder, além de dar asilo a traficantes como Olivério Medina, dar apoio à Chávez, protestar contra a presença americana na Colômbia, chamar as FARC de movimento social e os traficantes brasileiros de malcriados, libera empréstimos milionários para seu companheiro enquanto 50 mil brasileiros que fazem agricultura de verdade na Bolívia estão em vias de serem expulsos do país.
É imoral, é vergonhoso, é uma afronta ao Estado de Direito.
Não é raro que a esquerda esteja associada a políticas pela liberalização do consumo de drogas. Deve ser herança dos contestadores maconheiros lá dos anos 60. Na América Latina isso é perfeitamente natural, já que as drogas é que estão financiando sua expansão. Como já produziram milhões de cadáveres que pelo mundo só no último século, causar violência, miséria e a desgraça de mais algumas milhões de famílias não é lá nada de mais, não é Presidente?

Friday, August 21, 2009

Aloysio Mercadante e o PT

Ah, mas fez por merecer...

Wednesday, August 19, 2009

Assassinando a honra II


Trechos do editorial da revista do Clube Militar de julho, assinado pelo Gen. Ex. Gilberto Barbosa de Figueiredo (http://www.clubemilitar.com.br/):

1. Os homens se deixam de tal forma dominar pelas necessidades do momento, que aquele que saiba enganar achará sempre quem se deixe enganar (Maquiavel). Nunca na história deste país se fez tão pouco caso da honra, de tal maneira se desprezou a ética, tanto se usou de meios escusos para corromper, para enlamear instituições, para comprar consciências. A amarga sensação que fica é a da total perda, por parte de um grande número de homens públicos, de qualquer noção de honestidade, de dignidade, de honradez.

2. O atual governo abandonou completamente o decoro no trato da coisa pública e partiu para o uso de um verdadeiro rolo compressor, comprando tudo e todos a sua volta, desde que possam, de alguma forma, interferir em seus objetivos. Não satisfeito em aliciar parlamentares para sua base de sustentação política e populações desassistidas para aumentar suas possibilidades eleitorais, o governo trata, também, de evitar qualquer problema nas ruas, em termos de manifestações públicas de desagrado contra os muitos desvios de ética praticados por seus correligionários e aliados.

3. Com a prática da compra indiscriminada de todos que possam atrapalhar os desígnios do governo, este foi perdendo todos os escrúpulos. Conseguindo manter níveis elevados de popularidade, julga-se acima do bem e do mal, capaz de tudo, inclusive de defender crimes praticados por aliados, pouco se importando com a ética e com a moralidade pública. Pouco se importando com a evidência de que está corrompendo os brios de toda uma nação que, em um dia não tão distante, teve orgulho de se proclamar brasileira.

N.B. (Nota do blog): a ilustração traz instruções para um seppuku, ritual japonês bastante recomendado para casos de desonra. Fica a dica pro bigode e pro pessoal da bancada governista.

Assassinando a honra


O que um homem decente faz ao ser acusado de algo que não cometeu é usar fatos para desmentir a acusação.
O que um canalha faz ao ser acusado de algo que cometeu é ou acusar quem o acusou de algo pior, acusar quem espalha a notícia, ou esperar na moita que as coisas acabem em pizza.
Quando o governo federal foi acusado no escândalo dos cartões corporativos, em vez de mostrar os gastos preferiu montar um dossiê (sob as ordens de Dilma) com os gastos de FHC.
No mensalão, em vez de punir os culpados insistiu em mostrar que era coisa surgida com o PSDB mineiro.
Sarney, acusado de picaretagens mil, em vez de mostrar que não é picareta prefere censurar o jornal que divulga suas picaretagens.
A cada escândalo o PT culpava a imprensa burguesa que mais o protegeu do que a qualquer outro por espalhar o terror.
Dilma diz que nunca se reuniu com Lina Vieira e pediu para "agilizar" o processo de Sarney. Em vez de por à disposição os vídeos do circuito interno do Palácio, insiste na mentira.
Dilma mentiu sobre seu currículo. Mercadante, que já disse ser doutor (e não é), tomou suas dores e acusou, falsamente, Serra, de ter mentido no seu.
O governo Lula, seu partido e seus aliados, são pródigos em exemplos mas seus tiros saem pela culatra porque deixam ainda mais evidente a canalhice, mesmo se tudo acabar em pizza.
Ao atirar nos outros é a própria honra dos canalhas que cai por terra. E eles nem parecem se preocupar muito.
Faço minhas as palavras do editorial da Revista do Clube Militar, nunca se fez tão pouco caso da honra.

Are babaca


É fato que muita gente tem a Índia como um lugar de espiritualismo elevado e vai para lá atrás dos ensinamentos de seus gurus e suas filosofias milenares. Sem querer sacanear, como pode um lugar tão espiritual ser o único no mundo onde todos os homens nascem desiguais?

Tuesday, August 18, 2009

Crossroads


Chego agora numa dessas encruzilhadas da vida, sem sinalização, sem bússola, sem mapa. Está nublado, e escurecendo.
Porquê não põem uma placa no caminho da fortuna e da glória?
Consultarei a cartomante, o astrólogo, o realejo? Algum sinal aparecerá nos céus?
Já passei pelo ápice do meu caminho e não vi? Ou virá ainda?
Há tantas pedras no caminho. E se o caminho escolhido levar ao precipício, ao espinheiro, à areia movediça? Deverei ser grato?
A cabeça dói, os dentes rangem, o estômago se dilacera, o sono se vai. Mas é claro que o sol, vai brilhar amanhã.
Como diz meu amigo dessas horas, keep walking...
As coisas deveriam, e poderiam ser bem mais simples. Porque não o simples? Viver simplesmente?
Cada vez mais creio que as bifurcações no caminho são ilusões de um poder que não temos. Nossas escolhas são feitas baseadas em escolhas anteriores em uma infinita sucessão de ações e reações provavelmente previsíveis por alguma fórmula que não sabemos qual é. Se Alguém sabe, não nos deixa ver.
Menos uma estrada com caminhos alternativos, e mais como o fluxo de um rio no qual seguimos boiando e pensando prepotentemente que somos nós a controlar a correnteza.
Uma hora acabaremos na cachoeira, ou em um remanso, ou em uma bela praia, ou encostados na curva, com garrafas PET usadas.

Fazenda da Esperança


Querem conhecer uma obra feita pela Igreja (a de verdade) com a contribuição dos fiéis e a ajuda de voluntários que realmente muda a vida de milhares de pessoas em vez de enriquecer um punhado delas?

Urban farming




















Friday, August 14, 2009

Squabbling Friends


A política externa delinquente do Brasil na Economist.

Would Brazil ever criticise Mr Chávez for endangering democracy? “It’s not the way we work,” says Mr Amorim.

Doutrinação


O Congresso da Venezuela acaba de aprovar uma Lei para Educação, através da qual o ditador Hugo Chávez pretende acelerar a Revolução Bolivariana no país.
O projeto muda o currículo escolar instituindo uma Doutrina Bolivariana, que pretende que as disciplinas sejam estudadas sobo ponto de vista socialista. As escolas também vão se transformar em centro de reunião da comunidade sob a supervisão de funcionários do governo. O governo também ganhou o direito de definir quais carreiras os estudantes universitários deverão seguir.
Os manifestantes pró-Chávez baixaram o sarrafo nos jornalistas e nos manifestantes contra o projeto que estavam na porta do Congresso.
Chávez tem agora em seu poder a maior máquina de doutrinação que uma sociedade pode dispor, o sistema público de ensino. Este é de longe o passo mais desastroso que o ditador tomou para o futuro do seu país. Os venezuelanos deram sua economia ao governo, agora vão dar seus corpos e mentes aos delírios deste gorila.
Embora a Venezuela tenha se tornado um paraíso do tráfico e Caracas a cidade mais violenta das Américas, Chávez poderá ensinar às crianças que este é o caminho para um mundo melhor.
Educação é um assunto privado. Cabe aos pais escolherem o tipo de educação que devem dar aos filhos, e cabe aos filhos decidirem oque querem ser da vida quando adultos.
É mentira que o governo seja responsável por dar educação ao povo. Ele pode e deve facilitar o acesso dos menos favorecidos às escolas, mas não pode nos dizer o que devemos aprender.
Educação bancada e estruturada pelo governo, não é educação, é doutrinação. Educação é dar ferramentas para que o estudante descubra o mundo por si mesmo. Doutrinação é forçar uma visão de mundo ao estudante.
Antonio Gramsci sabia do imenso potencial de doutrinação do sistema público de educação, não admira que aconselhasse os socialistas a começar por ali a Revolução, aparelhando escolas e universidades.
No Brasil há dezenas de exemplos em livros didáticos oficiais e provas de vestibulares com claro viés ideológico. As faculdades de Ciências Humanas, Direito e Jornalismo estão infestadas de militantes, embora a doutrinação não seja oficial como na Venezuela. Mas a doutrinação oficial já começou aqui também, a Universidade Federal do Ceará acaba de criar um curso de jornalismo exclusivo para membros do MST. É a quota marxista. Imaginem o quão isentas serão essas reportagens...
Enquanto isso, pais que querem educar os filhos em casa podem até parar na cadeia, por negligência.

Vale a pena ver de novo



O Bispo

Deus é 10%, Jesus Cristo é o $enhor!

A foto é do templo da Igreja Universal do Reino de Deus em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. A malandragem local apelidou o lugar de Casa da Moeda em referência aos carros-fortes que saem dali carregados de doações.
Me lembro ainda há poucos anos atrás de ficar revoltado ao ver cinemas antigos transformados em templos evangélicos. Ainda na Europa, fiquei espantado ao ver pela primeira vez no exterior uma Universal Church of the Kingdom of God em Rotterdam, na Holanda.
Well, parece que o Jesus Business progrediu e agora vemos essas construções faraônicas surgindo em todo o Brasil.
Não me entendam mal, sou completamente a favor da liberdade de culto. Sou contra alguém enriquecer coagindo gente miserável (financeiramente e/ou intelectualmente) a doar o que têm e o que não têm em troca de falsas promessas de salvação.
Pois parece que o Bispo (???) Edir Macedo anda enrolado com o Ministério Público. Além de uma fortuna pessoal de 2 bilhões de dólares não declarada à Receita, a Igreja Universal está metida em lavagem de dinheiro no exterior.
Pois é, os fiéis comem o pão que o diabo amassou, deixam até as cuecas na Igreja se o Bispo pedir e aí o pEdir Maiscedo sustenta sua televisão ruim, contrata o Gugu por R$ 3 milhões por mês, compra um jato particular de 42 milhões, constrói uma mansão de R$ 6 milhões, 35 cômodos e 2 mil metros quadrados em Campos do Jordão e ainda tem 2 bilhões no cofrinho 2. Para completar ainda tem partido político para usar os fiéis de massa de manobra e conseguir uma ajudinha no Congresso. Aleluia!
Eu não tenho dúvida nenhuma. Vivo, Edir Macedo deveria apodrecer na cadeia. Morto, Edir Macedo deveria ir ao quinto dos infernos. E que outros pseudo bispos tipo Sonia Hernandez (já saiu do xadrez nos EUA?) o acompanhem.
Mas é como dizia um amigo meu, uma das verdades fundamentais da nossa sociedade é que ninguém nunca perdeu dinheiro apostando na estupidez do povo.

Essas fotos aqui são da residência do Bispo em Campos do Jordão:


Parodiando Morticia Adams: sonegação, lavagem cerebral, lavagem de dinheiro, corrupção, tudo isso podemos perdoar. Mas esta decoração?
Convenhamos, com essa grana toda não tem um arquiteto e decorador menos brega para contratar?

Little Joy

Tuesday, August 11, 2009

Censura no Brasil



A organização Reporters Sans Frontières noticia a censura movida pelo clã dos Sarney ao jornal o Estado de São Paulo.

"Le 31 juillet 2009, le juge Dácio Vieira du tribunal de São Paulo, a interdit au journal O Estado de São Paulo la publication d’informations liées à une affaire mettant en cause l’entrepreneur Fernando Sarney, fils du président du Sénat José Sarney, et accusé entre autres de trafic d’influence et de corruption. D’après la décision de justice, adoptée en deuxième instance, le journal devra payer R$ 150 000 (environ 57 000€) pour chaque texte publié.
Quant à la décision de justice interdisant au journal O Estado de Sao Paulo de publier des informations impliquant le nom de Sarney, elle constitue un acte de censure qui contrevient à la liberté d’expression. Qu’un élu obtienne que son nom ne soit plus cité prive la presse de son droit à le mentionner en tant que personnalité publique. Il s’agit d’un abus de pouvoir et nous espérons que l’affaire aboutira à un autre jugement en appel."

Nem precisa traduzir né?
Só o título basta: Dias sombrios para a liberdade de imprensa

Monday, August 10, 2009

Into the Wild


Em 1990, Christopher McCandless, um estudante bem de vida com pais complicados decidiu doar suas economias de 24 mil dólares para organizações de caridade, abandonou família e amigos e passou dois anos vagando pelos Estados Unidos sem lenço nem documento. Andou até o Alaska onde entrou na natureza selvagem sem equipamentos adequados, mapa, bússola ou mantimentos. Passou a morar em um ônibus abandonado no meio do nada. Morreu em 1992 de fome.
O filme Into the Wild (Na natureza selvagem) de Sean Penn, conta a história de Chris, que na estrada se autodenominava Alexander Supertramp. Foi baseado no livro homônimo de Jon Krakauer, repórter que seguiu os passos de Chris depois de sua morte.
Para uns era um idiota narcisista que acabou se matando. Para outros uma espécie de Che Guevara, um idealista que abominava uma sociedade falsa e consumista e que foi em busca de si mesmo.
Tanto o livro quanto o filme são simpáticos à segunda opinião. Os Park Rangers do Alaska chegaram a chamar de fenômeno McCandless o fato de encontrarem cada vez mais jovens perdidos por lá em busca de isolamento e aventura.
Embora eu compartilhe a idéia de que a felicidade pode ser encontrada em coisas mais simples do que pensamos, não acredito que fugir da tal "sociedade hipócrita" nos fará melhores ou mais felizes, até porque como o próprio Chris/Alex escreveu quando perdido, felicidade não é real ao menos que seja compartilhada.
PS: a trilha sonora de Eddie Vedder é bem legal.

Lei Antifumo


Achtung! A partir desta semana não se pode mais fumar dentro de estabelecimentos fechados no estado de São Paulo. É o governo quem zela por nós.
O pessoal bacana e consciente aplaude a decisão, afinal é para o bem de todos.
O governo sempre diz querer o nosso bem. E cada vez que ele toma uma decisão que deveria ser nossa, em prol do nosso bem, nós deixamos de pensar e decidir por nós mesmos.
O fim deste processo é que um dia seremos incapazes de amarrar o cadarço sem autorização, instrução ou orientação do governo.
São Paulo diz que não podemos fumar. O Paraná diz que não podemos falar ou escrever nada em língua inglesa. O Governo Federal acha que deve dar pílula do dia seguinte às suas filhas e camisinhas aos seus filhos. E assim a estupidez vai se multiplicando. E assim as nossas liberdades vão diminuindo. E assim se constrói uma nação de gente que delega sua consciência ao Estado.
Para quando as leis proibindo batatas fritas e bacon?
Daí é só um passo para proibirem certos livros, ou fecharem certos jornais... Tudo para o nosso bem.
No meu ponto de vista, se eu tenho um bar ou um estabelecimento comercial, e meus clientes querem fumar o problema é meu e deles. Se você não quer fumaça vá para um bar onde não se pode fumar.
Fumar é uma decisão de adultos conscientes dos riscos que estão correndo. E não venham me dizer que o fumo gera gastos extras do governo em saúde, porque o governo arrecada mais com cigarros do que gasta em toda a área de saúde.
Para o inferno com a lei antifumo, desobediência civil serve para isso. Até quando nossos nobre parlamentares gastarão tempo e dinheiro tentando regular nossas vidas privadas em vez de se ocuparem do que realmente interessa ao país?

A Criação (versão bolivariana)

Obama comuna


O jornalista Bruno Pontes me escreve sobre o post abaixo:

"O camarada Obama vem investindo pesado na socialização dos EUA: já estatizou banco, empresa automobilísitca, quer criar um gigantesco plano de saúde federal (que inclui cláusulas bastante nebulosas envolvendo aborto e eutanásia), quer desarmar a população, quer monitorar os computadores, quer criar uma guarda civil (Juventude Obamista, em outras palavras) e por aí vai. Para se ter uma idéia, basta dizer que o Partido Comunista dos Estados Unidos é só elogios à administração Obama.
Fernando, o negócio é sério: a Casa Branca mandou um e-mail aos eleitores do Obama pedindo que DEDUREM os críticos da administração. Agora tu imagina se o Bush tivesse feito uma coisa dessas? Não faltariam passeatas furiosas em protesto contra o "estado policial" do Hitler texano... FORA, BUSH!
Parece que os americanos estão acordando. A oposição ao Obama cresce a cada dia. Isso é bom."

Pois é, do New Deal à contra-cultura dos anos 60 e ao obamismo de hoje, o estatismo e a destruição dos valores que fundaram a América acabaram irradiando-se em toda a sociedade americana, principalmente a partir do complexo ideológico mídia-academia.
Hoje, os maiores focos de anti-americanismo dos EUA estão em Hollywood e nas Universidades, exatamente os maiores pontos de apoio de Barack Obama.
Dentro do país, Obama eleva a presença do Estado a um Leviatã de proporções inimagináveis, em troca de uma utopia européia de bem estar social que manterá o povo americano a um estado eterno de infantilidade e Estado-dependência.
Fora do país, sua nouvelle diplomacia aproxima os EUA de terroristas e ditadores, ao melhor estilo bolivariano.
Barack Hussein Obama é a vergonha da América, e nossa única esperança é que os americanos mesmo comecem a se convencer disso.

Sunday, August 09, 2009

Change

Olha só o que andam falando do Obama por aí, porque será?






Alimentos para o mundo


Andei revirando uma coleção de moedas antigas que tenho em casa. Comecei com uma de um cruzeiro, a coisa foi crescendo, fui herdando trocos de viagens e moedas de tios, tias e avós e acabei virando um numismata amador.
Achei essa hoje por acaso. É uma moeda brasileira de 5 centavos de 1976. É de uma série produzida pela Casa da Moeda com o tema Alimentos para o Mundo.
Acreditava-se então que o Brasil poderia vir a ser o celeiro do mundo, produzindo alimentos que a escalada demográfica fatalmente iria demandar.
Nesta aparece um boi representando o alimento carne.
Vem de um tempo onde pioneiros eram incentivados a se instalar nas fronteiras agrícolas do país, a derrubar a mata e levar civilização aos rincões esquecidos do país.
Integrar para não entregar era o mote do governo militar.
Em Rondônia chegava-se a oferecer um lote de terra grátis se toda a mata do seu lote tivesse sido derrubada.
Era certo isso?
Não podemos julgar as ações daquele tempo com o conhecimento que temos hoje. Sabemos hoje da importância das florestas tropicais, das matas ciliares e da preservação da biodiversidade. Naquele tempo a coisa era diferente. Nossa prioridade era a conquista de um território inexplorado.
Por esse motivo não podemos condenar hoje as pessoas que naquele tempo foram incentivadas a ocuparem as áreas de fronteira na Amazônia e em outros territórios como o Mato Grosso e o Oeste paranaense.
Hoje esses pioneiros que garantiram nossa integridade territorial e que ajudaram o Brasil a assumir a vocação hoje reconhecida de maior produtor de alimentos do mundo são tratados como os vigaristas destruidores do meio ambiente.

Saturday, August 08, 2009

Alô Goiânia


Este modesto escriba fala sobre pecuária sustentável aos ouvintes da rede Serra Dourada de rádio, da formosa cidade de Goiânia!

Friday, August 07, 2009

Pecuária sustentável

Os três posts abaixo foram escritos depois que participei do Workshop sobre Pecuária Sustentável, organizado pelo Beefpoint no mês passado.

Vamos aos fatos. O agronegócio é a força motriz da economia brasileira. A pecuária, parte fundamental do setor do agronegócio, avançou na Amazônia Legal, não por diversão mas porque as condições edafo-climáticas são extrememente adequadas à prática desta atividade. A ocupação da Amazônia, antes incentivada pelo governo hoje é criminalizada pelo mesmo. O relatório do Greenpeace que colocou os pecuaristas como os culpados da devastação da Amazônia foi de uma estupidez lamentável ao ignorar a história da ocupação da região.
Ora, não se pode defender a sustentabilidade da produção na Amazônia sem antes resolvermos os dois principais problemas da região, a legalização da posse de terras e a reforma do código florestal. Os dois temas foram alvo das críticas da turma melancia, aquela verde por fora e vermelha por dentro.
Acusaram a legalização de terras de oficialização da grilagem e agora opõem-se à reforma de um código criado em 1965 com mais de 60 modificações.
O Código atualmente prevê reservas florestais em cada propriedade e áreas de preservação (APP's) permanente em beiras de rios, encostas e topos de morro por exemplo. Na Amazônia, a reserva legal era de 50% da propriedade até 1989, depois passou a 80%. Hoje os ambientalistas exijem que os fazendeiros que desmataram antes de 89 passem a recompor os 30% que faltam para se enquadrarem na lei, como se alguma lei pudesse ter efeito retroativo.
No Sul e Sudeste, onde a ocupação é bem mais antiga a coisa é bem pior. Poucos tem a reserva exigida de 20%. Praticamente todos os agricultores de São Paulo são ilegais. Os cafezais dos morros de Minas e o Vale dos Vinhedos no Rio Grande do Sul por exemplo teriam que desaparecer para dar lugar a APP's. O pior é que a legislação não distingue área urbana de área rural. A marginal do Tietê, o Cristo Redentor e o Palácio da Alvorada às margens do Paranoá estão todos em situação ilegal por serem APP's. Pela lei, se você tem uma piscina em casa, você tem que plantar 20 metros de bosque ao redor dela. O Dr. Assuero Veronez da CNA define a situação citando o jurista francês Georges Ripert: "Quando o Direito ignora a realidade, a realidade se vinga ignorando o Direito".
Se fosse cumprido o Código ao pé da letra e se fossem ouvidas as reivindicações dos ambientalistas, 70% da superfície do país estariam imobilizados em reservas, parques, terras indígenas e quilombolas e outras. Apesar disso o Brasil ainda possui mais de 69% de sua cobertura florestal nativa intacta.
Pecuaristas estão tomando iniciativas em relação à sustentabilidade da própria atividade. Projetos como o da Aliança da Terra, da Pecuária Orgânica do Pantanal, do Novilho Precoce do MS e do Estado de Rondônia todos incluem as questões ambientais e sociais em suas atividades, não por obrigação mas por terem consciência de que o próprio mercado vai exigir que isso aconteça.
Com o uso de tecnologia, a pecuária pode dobrar ou triplicar a produção sem derrubar uma árvore nem na Amazônia nem em outro lugar. E ao se intensificar, a pecuária gera áreas excedentes para a agricultura, diminuindo a pressão sobre a floresta. É desta forma que a pecuária que vai salvar a Amazônia.

Thursday, August 06, 2009

Fair enough


Existe uma mudança de comportamento fundamental do consumidor europeu, estudada pelo Prof. Jean Yves Carfantan da AgroBrasConsult. Essa mudança começa a se refletir na forma como as grandes redes varejistas adquirem seus produtos e na forma como a União Européia audita seus fornecedores externos.
Se antes o consumidor queria um produto que lhe proporcionasse saúde/beleza e segurança alimentar, hoje esses parâmetros não são por si só suficientes. Além disso, o consumidor quer ter a consciência tranqüila. Quer saber que o que compra não foi produzido às custas de devastações ambientais, sofrimento de animais ou trabalho escravo ou infantil. A empresa que consegue garantir isso ao consumidor está a uma imensa distância da concorrência.
A política dos varejistas europeus, e dos americanos logo no encalço, certamente ultrapassará fronteiras, já que as grandes redes são hoje multinacionais presentes em todo o planeta. O que hoje é incentivado em termos de sustentabilidade e bem estar animal, amanhã será exigido.
Provavelmente, nos rótulos do futuro terão que aparecer menções de quanto carbono foi emitido na produção daquele determinado produto, ou quanta água foi gasta, quantos km ele percorreu até a prateleira, acompanhadas de certificações relativas à idoneidade do processo produtivo.
Ok, como parte da cadeia produtora de alimentos acho que podemos aceitar isso. É como dizem "fair enough". Eu também não me sentiria bem sabendo que alguma roupa minha foi costurada por uma criança chinesa que trabalha 15 horas por dia.
Mas há o outro lado da moeda, raramente discutido quando se fala em sustentabilidade. Todo mundo se preocupa com a forma como algo é produzido, mas pouca gente quer saber o que acontece depois que ele é consumido.
Para onde está indo o lixo produzido nos países desenvolvidos? Onde estão indo os pneus, os plásticos, os resíduos químicos, o lixo radioativo de suas usinas nucleares? Há dias atrás recebemos 1,4 mil toneladas de lixo inglês, mandados em containers para cá como se fosse mercadoria normal. Em seu livro Gomorra, Roberto Saviano conta como as regiões mais pobres da Itália estão sendo inundadas de lixo industrial tóxico produzidos no norte da Europa. A Máfia intermédia as negociações, burla a legislação e enterra o lixo em cada gruta, vale e buraco da Campânia e da Calábria. A Alemanha manda os dejetos de seus milhões de porcos para serem espalhados nos campos poloneses. Que sustentabilidade é essa? Da mesma forma, as redes varejistas que exigem sustentabilidade na produção de carne pretendem fazer algo a respeito das milhões de sacolinhas plásticas distribuídas todos os dias a seus clientes?
Obviamente tanto países industrializados como os em desenvolvimento têm que se preocupar tanto com a forma como matéria prima é produzida quanto com a forma como resíduos industriais e lixo são tratados. Também é obvio que países desenvolvidos tenham menos problemas com o primeiro (até porque eles já devastaram tudo o que tinham a devastar) e mais problemas com o segundo.
O novo paradigma criou uma enorme pressão comercial que é jogada em cima dos exportadores de alimentos e matéria prima para que produzam de forma sustentável.
Para quem compra é fácil exigir controle e transparência do fornecedor. Que tal quem vende exigir controle e transparência do cliente? It's only fair enough.

O Perigo Verde


Em 1987, ao presidir uma comissão sobre meio-ambiente e desenvolvimento, o primeiro-ministro norueguês Gro Brundtland definiu desenvolvimento sustentável como aquele que "satisfaz as necessidades da geração presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em satisfazer as próprias necessidades".
Este conceito foi lembrado pelo professor de Stanford David G. Victor em um debate promovido pela Economist sobre a "insustentabilidade do desenvolvimento sustentável".
Segundo Victor, muitas vezes na história humana estivemos à beira de crises semelhantes à de hoje (mudança climática), mas na maioria das vezes os problemas foram resolvidos com o uso de novos recursos e novas tecnologias.
O ambientalismo radical no entanto apropriou-se do conceito de sustentabilidade, direcionando-o rumo à paralisia e ao protecionismo. Não é nenhuma surpresa que a militância ambientalista radical ande de braços dados com movimentos anti-globalização e partidos esquerdistas.
É bom lembrar que o ambientalismo moderno nasceu com o livro Primavera Silenciosa, de Rachel Carson que denunciava a presença de moléculas de DDT até em gordura de focas do Ártico. O resultado de sua campanha foi a proibição do uso de DDT e um genocídio, este sim silencioso, de milhões de crianças vítimas de malária e fome no Terceiro Mundo, sem que qualquer efeito nocivo do DDT à saúde fosse provado.
Hoje, o novo DDT chama-se CO2, uma molécula que longe de ser venenosa é a base de toda a vida existente no planeta. Há uns dias, os líderes do G8 reunidos resolveram limitar o aquecimento global a 2°C até 2050. Como dizia Mané Garrincha, falta combinar com os suecos... Parece inacreditável uma promessa dessas quando não sabemos nem se irá chover na semana que vem.
Pelo conceito moderno de sustentabilidade, os países do terceiro mundo seriam obrigados a frear seu desenvolvimento para preservar seus recursos e evitar a emissão de CO2. As benesses da sociedade industrializada seriam substituídas por outras tecnologias mais "sustentáveis". Eu me lembro de ver em um documentário inglês um posto de saúde montado em algum lugar da África com o dinheiro de uma ONG. A condição para ser construído é que usasse energia solar. O resultado é que a geladeira que guardava medicamentos e as luzes da sala de cirurgia não podiam funcionar ao mesmo tempo para evitar blecautes.
Já os países desenvolvidos seriam obrigados a mudar o comportamento de seus cidadãos, reduzindo o consumo de bens e o carbon foot-print seja lá como isso for calculado.
É preciso tomar cuidado com o que o ambientalismo radical chama de sustentável. Pode ser uma nova forma de totalitarismo, que de um lado controla a vida e as escolhas dos cidadãos de países ricos e por outro cria formas de controlar o uso de recursos por países pobres, recursos que dizem eles, seriam melhor administrados por algum organismo global como a ONU.
A história mostra que inovação e tecnologia trouxeram muito mais benesses do que malefícios ao homem e ao planeta, e as maiores beneficiadas nesse processo foram justamente as sociedades mais livres e abertas.
Desenvolvimento sustentável não significa não-desenvolvimento, mas criar um intercâmbio de riquezas e tecnologias capazes de garantir às gerações futuras, de todas as nações, o usufruto do progresso humano.