Por falar em aeroporto encontrei o Parreira na fila da Polícia Federal em Guarulhos.
Ali estava ele, vindo do México e nervoso com a fila, com medo de perder o avião para o Rio.
Na parede da minha saudosa rapública estudantil havia pendurada uma cabeça imensa de um búfalo. Aquele búfalo foi estúpido o suficiente para morrer de uma cabeçada mal dada.
Por isso, naqueles tempos da Copa de 94, o batizamos de Parreira. Nossa televisão só funcionava em tons de verde e cada vez que uma mobilete passava na rua a estática distorcia toda a imagem. Isso porque Piracicaba é provavelmente a cidade com mais mobiletes do Brasil.
Mas o problema da Copa de 94 não foi minha televisão, foi ter que assitir a seleção de Parreira e Dunga jogando o futebol mais feio já visto do lado de baixo do Equador.
Parreira foi o homem que me fez desgostar de futebol. A vitória nos pênaltis em 94 teve um gosto de derrota, de futebol ruim, sem graça. E em 2006 então, lá estava eu feito um palhaço pintado de verde e amarelo nas ruas de Frankfurt vendo Thierry Henri marcar um gol enquanto Roberto Carlos amarrava sua chuteira e Ronaldinho chamava um táxi para ir da zaga ao ataque.
Pensei em dar uma caçuleta no Parreira na fila e lhe contar a história do búfalo cabeçudo, mas deixei para lá. Operação tartaruga da Federal no aeroporto já é punição que ninguém merece, nem ele.
1 comment:
Ah, Fernando, tudo bem que o Parreira é uma toupeira, mas não deixe de gostar de futebol dele! É a mesma coisa que deixar de escutar música porque existe o funk carioca.
Ainda há Robinho, Messi, Benzema e tantas outras boas razões para curtir o esporte!
Abração,
Lelec
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