Sunday, January 31, 2010

Esposa na direção?

O marketing nos tempos em que politicamente correto não existia...

Friday, January 29, 2010

Previsões...

Lendo o futuro de Hugo Chávez:

Friday, January 22, 2010

O espírito da coisa


Homenagem ao Big Ben, o vigilante rodoviário de Casa Branca...

O Guia Lopes da Laguna


O relato abaixo é do Visconde de Taunay, descrevendo a figura de José Francisco Lopes, o Guia Lopes da Laguna. Seria ele quem guiaria por aquele território e sustentaria com seus bois a tropa do Coronel Camisão, encarregado pela Coroa de repelir os paraguaios que haviam invadido o Mato Grosso em 1864.
Lopes era pecuarista no então longínquo sertão do Mato Grosso. O que Taunay descreve dá uma idéia aos desmemoriados da forma como o território brasileiro foi conquistado
:

"Tivera, desde a infancia, o pendor pelas entradas nos sertões brutos.
Contava-se também que um ato violento, da primeira mocidade, lhe impusera, durante algum tempo, este modo de vida. Viera depois a idade desenvolver-lhe todas as aptidões. Prodigiosamente sóbrio, viajava dias inteiros sem beber, trazendo à garupa da cavalgadura pequeno saco de farinha de mandioca, amarrado ao pelego macio, que lhe forrava o selim.
Jamais deixava o machado destinado a cortar palmitos. Nascido na vila de Piumhi, em Minas Gerais, dali, ao léu das aventuras, havia atingido todos os pontos da área que
se estende das margens do Paraná às do Paraguai.
A fundo conhecia as planicies que entestam com o Apa, divisa do Brasil e do Paraguai. Numerosas localidades até então virgens do pé humano, até mesmo selvagem, percorrera e a várias batizara (Pedra de Cal, entre outras).
Tomara, em nome do Brasil, posse, ele só, de imensa floresta, no meio da qual chantara uma cruz, grosseiramente falquejada, onde esculpira a inscrição P II (Pedro Segundo), imponente madeiro, perdido no recesso dos desertos.
Criava a iniciativa do sertanista domínios ao soberano.

Numa viagem para estudar a navegação do rio Dourado, afluente do Paraná, gravemente ferira a planta do pé, acidente de que jamais pudera curar-se. Um dia. como lhe víssemos a chaga, semicicatrizada, sempre a sangrar, disse-nos: "Prometeu-me o governo dar-me, a título de recompensa, trezentos mil-réis, mas nunca os pagou. Perdoei-lhe a divida; o que se me devia era uma condecoração; já a tenho e nada mais quero".
Durante sete anos, com a família, residira no Paraguai; mas no momento da invasão já estava de volta ao solo brasileiro, habitando, à margem do rio Miranda, uma propriedade sua, que batizara Jardim, fertilizada por seu trabalho e o dos filhos já crescidos. Ele e a mulher, D. Senhorinha, generosamente hospedavam quantos ali fossem ter.
Quando, em 1865, irromperam os paraguaios em território brasileiro, conseguira escapar-lhes, mas único da família, que caíra toda em poder do inimigo e fora transportada para a aldeia paraguaia de Horcheta, a sete léguas da cidade de Concepción. Com ela vivia o coração do velho guia.
Por todas estas razões, nele encontrou o coronel Camisão apaixonado adepto.
Desde que, dando-lhe a conhecer os seus projetos, acenou a José Francisco Lopes com o ensejo de, como guia da expedição, ir ter com a familia e vingar-lhe os agravos, empolgou o espirito do sertanista brasileiro, que, apesar de todo o ardor, jamais perdeu, contudo, a perfeita intuição das conveniências.
Assim, nunca esquecendo a modéstia da posição, freqüentemente dizia: "Nada sei, sou sertanejo; os senhores que estudaram nos livros é que sabem".
Era-lhe o orgulho num único ponto irredutivel, no que tocava ao conhecimento do terreno, legitima ambição, além do mais, pois dela nos proveio a salvação.
"Desafio, exclamava, todos os engenheiros com as suas agulhas (bússolas) e plantas. Nos campos da Pedra de Cal e Margarida sou rei. Só eu e os indios Cadiuéus conhecemos tudo isto".

A Retirada da Laguna, Visconde de Taunay

Thursday, January 21, 2010

Abra os olhos


Imagine-se um hipotético indivíduo que doravante chamaremos de Sr. Oliveira.
O Sr. Oliveira é um homem comum. É um pai de família. Habita uma região metropolitana que poderia ser São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte ou Recife ou alguma outra grande cidade. Tem um emprego em uma instituição financeira, ou em uma revendedora de peças por exemplo. Pertence àquela classe média ligeira, que além de trabalhar 4 meses por ano de graça para o governo esforça-se para pagar as contas de aluguel, escola, natação e inglês dos filhos, plano de saúde, o guarda da rua e outros pormenores no fim do mês.
O Sr. Oliveira levanta-se de manhã e veste-se com roupas de algodão, algodão esse crescido nos campos de Chapadão do Sul, MS e processado em Blumenau, SC. Talvez esteja um pouco frio, e ele use um pulôver de lã de carneiros criados em Pelotas, RS e fabricado em Americana, SP. Calça seus sapatos de couro vindo de bois do Mato Grosso, e fabricados em Novo Hamburgo, RS.
Ele toma café da manhã, com ovos vindos de Bastos, SP, leite de uma cooperativa do Rio de Janeiro, broa de milho colhido em Londrina, PR, um mamão vindo do Espírito Santo, suco de laranja de Araraquara, SP e um cafezinho vindo direto de São Lourenço, MG.
Ele lê um jornal, impresso em papel feito de eucalipto crescido em Três Lagoas, MS.
O Sr. Oliveira entra em seu carro, abastecido com álcool de cana de açúcar produzida em Piracicaba, SP, com pneus de borracha saída dos seringais de São José do Rio Preto, SP.
Enquanto ele vai ao trabalho, a Sra. Oliveira vai às compras nos supermercados do bairro, sempre pesquisando os melhores preços das frutas, das verduras e da carne para não apertar o orçamento familiar.
No almoço, o Sr. Oliveira come um filé de frango criado no Paraná, alimentado com soja de Goiás e milho do Mato Grosso, com molho de tomate de Goiás. Tem arroz do Rio Grande do Sul, feijão dos pivôs do oeste baiano. Tem salada das hortas de Mogi das Cruzes, SP. Suco de uvas do Vale do São Francisco e de sobremesa goiabada feita com goiabas de Valinhos, SP e açúcar de Ribeirão Preto, SP, e queijo de Uberlândia, MG. Outro cafezinho dessa vez da Bahia.
Hoje a noite é de comemoração. Sua empresa fez um corte de pessoal mas felizmente o Sr. Oliveira manteve o emprego. Ele leva a esposa jantar fora. Vinho do Vale dos Vinhedos gaúcho. Presuntos e frios de porco criado em Santa Catarina, alimentado com soja paranaense, filet mignon de bois criados no Sul do Pará. Chocolate produzido com cacau do sul da Bahia. E outro café de Minas, adoçado com açúcar pernambucano.
O Sr. Oliveira é um homem razoavelmente informado e inteligente. No dia seguinte ele lerá os jornais novamente. Pelos jornais ele ficará sabendo que há conflitos em terras indígenas recentemente demarcadas e fazendeiros cujas famílias foram incentivadas a ocupar aquelas terras há décadas atrás. Pelos jornais ele ficará sabendo que a pecuária é a maior poluidora do país (embora ele mesmo tenha o sonho de um dia abandonar a cidade poluída e viver no campo por uma qualidade de vida melhor). Pelos jornais ele tem notícias de invasões de terras, de conflitos agrários, de saques e estradas bloqueadas (o Sr. Oliveira é a favor da reforma agrária, embora repudie a violência). Pelos jornais ele toma conhecimento de ações do Ministério Público contra empresas do agronegócio (ele não entende que mal há em empresas que ganham dinheiro). Pelos jornais ele acha que a Amazônia está sendo desmatada por plantadores de soja e criadores de boi.
Mas o Sr. Oliveira pensa que isso não tem nada a ver com ele.
Pois eu gostaria de agarrá-lo pela orelha, e gritar bem alto, de megafone talvez, não um, nem dez, mas mil megafones que TUDO ISSO É PROBLEMA DELE SIM!
Gostaria de lhe dizer que a agropecuária está presente em todos os dias da vida dele.
Gostaria de lhe dizer que o agronegócio gera um terço do PIB e dos empregos do país. Gostaria de lhe dizer que quem diz que a pecuária polui mente descaradamente.
Gostaria de lhe dizer que o maior desmatador da Amazônia é o INCRA, que com o dinheiro dos impostos dele sustenta assentamentos que não produzem absolutamente nada, condenando uma multidão de miseráveis manipulados por canalhas balizados por uma ideologia assassina à eterna assistência do Estado.
Gostaria de lhe dizer que estes mesmos canalhas estão tentando, sob a palatável desculpa dos direitos humanos, acabar com o direito de propriedade, arruinando qualquer futuro para o agronegócio brasileiro.
Gostaria de lhe dizer, que os mesmos canalhas querem fechar índios que há 5 séculos estão em contato com brancos em gigantescos zoológicos onde eles estarão condenados à miséria e ao suicídio.
Gostaria de lhe dizer que índios são 0,5% da população brasileira e não obstante são donos de 13% do país.
Gostaria de lhe dizer que querem transformar 2/3 do país em reservas e parque que estão sendo demarcados sobre importantes reservas minerais e aqüíferos subterrâneos essenciais para o futuro do país.
Gostaria de lhe dizer que a agricultura ocupa apenas 7,5% da superfície do país, e que mesmo assim somos os maiores exportadores do mundo de carne, soja, café, açúcar, suco de laranja e inúmeros outros produtos.
Gostaria de lhe dizer que podemos dobrar ou triplicar a produção pecuária do país sem derrubar uma árvore sequer.
Gostaria de lhe dizer que produtores rurais não são a espécie arrogante e retrógrada que os canalhas dizem que são. São gente que está vivendo em lugares onde você não se animaria a viver, transitando por estradas intransitáveis e mortais, acordando nas madrugadas para ver nascer um animal, rezando para chover na hora de plantar e para parar de chover na hora de colher, com um contato e um conhecimento da natureza muito maior do que o seu. São gente cujos antepassados foram enviados às fronteiras desse país para garantir que esse território fosse nosso, foi gente incentivada a abrir a mata, abrir estradas, plantar e colher, às vezes por causa do governo, às vezes apesar dele.
Gostaria enfim de gritar a plenos pulmões, que qualquer problema que afete um produtor rural, uma empresa rural, uma agroindústria É UM PROBLEMA DELE, DO PAÍS E DO MUNDO.
Sim, porque no mesmo jornal que o Sr. Oliveira leu, há uma nota de rodapé que diz que há 1 bilhão de pessoas no mundo passando fome.
E grito finalmente para o Sr. Oliveira e tantos outros iguais a ele: ABRA OS OLHOS! e desconfie daqueles que querem transformar o agronegócio em uma atividade criminosa.

Quanto vale o show?


Quer saber quanto vale uma vaga no Conselho de Segurança da ONU?
Quem dá mais?
É o international mensalation Tabajara by Celso Amorim!

1. Brasil perdoa 95% da dívida de Moçambique. Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e de Moçambique, Joaquim Alberto Chissano, assinaram na terça-feira (31) em Brasília um acordo em que o Brasil perdoa 95% da dívida do país africano - no valor de US$ 315 milhões.

2. Brasil perdoa mais da metade de dívida da Nigéria. O Brasil vai receber apenas US$ 67,3 milhões da dívida de US$ 150,4 milhões que a Nigéria contraiu com o país, há mais de 20 anos, em financiamentos e seguros de exportações. Os outros R$ 83,1 milhões serão cancelados, conforme acordo assinado

3. Brasil perdoa dívida de US$ 52 mi da Bolívia. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira o perdão de uma dívida de US$ 52 milhões que a Bolívia tinha com Brasil.

4. Brasil perdoa dívida de 4 milhões de dólares a Cabo Verde.

5. Brasil perdoa dívida da Nicarágua. O presidente nicaraguense agradeceu a decisão do Brasil de perdoar 95% da dívida nicaraguense com esse país, estimada em 141 milhões de dólares.

6. Brasil vai perdoar a dívida de Cuba. Brasil e Cuba devem assinar acordo para amortizar a dívida do governo cubano com o governo brasileiro, que já chega aos 40 milhões Euros.

7. Brasil perdoa a dívida do Gabão. O presidente em exercício do Conselho Federal da OAB criticou a decisão do presidente Lula de perdoar a dívida do Gabão com o Brasil, calculada em US$ 36 milhões.

Monday, January 18, 2010

A roça e a cidade


Anda circulando aí pela internet. O pior é que é tudo verdade...

Carta do Zé Agricultor para Luis da Cidade

Luis, quanto tempo!
Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.
Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite.
De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?
Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade.
To vendo todo mundo falar que nós da agricultura estamos destruindo o meio ambiente.
Veja só. O sítio de pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.
Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?
Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né ...) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?
Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.
Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.
Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia,isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.
Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?
Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.
Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.
Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.
Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia.. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.
Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.
Até mais Luis.
Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta em papel reciclado pois não existe
por aqui, mas aguarde até eu vender o sítio.

Thursday, January 14, 2010

Zilda Arns


Do meu amigo Scot:
A doutora Zilda Arns, com o seu soro caseiro e a com a multi-mistura promoveu uma revolução silenciosa no Brasil. Sem aparato e sem dinheiro. Um fenômeno!
Que falta certamente ela fará.
Recém formado, fui trabalhar na roça, como se diz. As condições dos trabalhadores rurais, na época, eram uma lástima. Nesse período tomei conhecimento, através do jornal o Estado de São Paulo, do trabalho de um engenheiro agrônomo, que estava fazendo uma revolução, fornecendo refeições quentes e balanceadas para cortadores de cana e apanhadores de laranja.
Fui ver e fiquei admirado com a qualidade do pessoal, a alegria e principalmente o porte e a saúde do time da usina onde trabalhava esse agrônomo.
Fiz o mesmo. Foi um sucesso. Simples e barato. Genial.
O que a doutora Arns fez também tem essa característica de simplicidade e eficiência. Ela elaborou um modelo para alimentar bem as crianças na tenra idade e as mães das crianças brasileiras. Fantástico e simples. Quando conheci o sistema, pensei comigo: Vai dar certo! É por aí!
Sendo o Brasil o país do agronegócio, será através de uma alimentação balanceada que o progresso será instalado em nossa terra. Dito e feito o sistema da doutora Arns produziu e está produzindo esse efeito.
Lamento muito a morte da doutora Zilda Arns e a coloco na minha lista de pessoas que, com a sua simplicidade, clareza de pensamento e de ações, conduzem o Brasil para diante.


E uma lembrança da grande mulher:

"A boa notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista da paz nas famílias e nas nações.
A construção da paz começa no coração das pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade social.
A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas, quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10.10)"


Dra. Zilda Arns ao começar a palestra na Igreja de Porto Príncipe que desabou no terremoto.

Tuesday, January 12, 2010

Kátia Abreu, lição de verdade


HÁ MUITAS maneiras de impedir que o cidadão recorra à Justiça para defender seus direitos. Uma delas, que os brasileiros conhecem bem, foi ensinada aos militares pelo jurista Chico Campos em abril de 1964: consiste em, pura e simplesmente, decretar que é vedada à Justiça apreciar os atos em que o governo ditatorial alegar estar exercendo poderes revolucionários. Agora, estamos diante de uma nova conspiração. Trata-se da ameaça explícita do governo de criar versão própria da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da ONU, de 1948.
Um pretexto para estabelecer atalhos e criar entraves ao reconhecimento até de direitos humanos consagrados, como a propriedade e a liberdade de imprensa, que, de princípios indiscutíveis, passam a depender de instâncias administrativas ou sindicais, antes que a Justiça possa reconhecê-los ou preservá-los. A propriedade privada, um dos 17 artigos da primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, da Revolução Francesa, de 1789, perderá a proteção da Justiça brasileira se persistir a versão do decreto.
Outra medida inédita prevê um ranking, dominado por grupos sindicais e administrativos, para avaliar se os órgãos de comunicação podem receber propaganda ou patrocínios, numa confissão tácita de que a distribuição de verbas publicitárias oficiais não é feita por critérios técnicos em que se avaliam a eficácia dos veículos.
Assim, não avançamos. Democracia é privilégio de sociedades desenvolvidas que compreendem o valor da tolerância, a importância dos direitos humanos e a necessidade de respeitar o princípio da igualdade de todos os cidadãos perante a lei.
E, no Brasil, justiça, democracia e direitos humanos são valores consensuais. Tanto que, sob o comando do ex-ministro da Justiça José Gregori, nosso país conquistou prêmio internacional, concedido pela ONU, por ter feito, de forma competente, a implantação, em 1996, de um consistente programa nacional de direitos humanos. Em 2002, o segundo programa deu continuidade aos avanços, reconhecidos internacionalmente.
No novo Programa Nacional dos Direitos Humanos, PNDH-3, o desenho é outro: saem a democracia, a justiça, a tolerância e o consenso e entra a velha visão esquerdista e ideológica que a humanidade enterrou sem lágrimas nas últimas décadas, depois de muito sofrimento e muita miséria.
Direitos humanos, na forma aprovada pelo decreto 7.037, parece ser apenas a máscara benigna e traiçoeira que oculta a face terrível dos demônios que grupos radicais e sectários se recusam a sepultar.
Aproveitando-se do sucesso da economia capitalista e globalizada do Brasil, para o que em nada contribuíram as ideias, os valores e a visão do mundo de setores radicais do PT e dos movimentos que o sustentam, atiram aos brasileiros essa plataforma totalitária. Com que propósito?
Duas ideias me ocorrem: uma possível "satisfação", em fim de governo, a velhos aliados da esquerda ideológica ou então, e seria mais grave, uma tentativa de envenenar e dividir a sociedade brasileira com um debate (esquerda revolucionária x democracia) que, no resto do mundo desenvolvido, é coisa do passado, assunto de museus ou de faculdades de história.
O documento, cuja íntegra tem mais de 80 páginas, contém equívocos inaceitáveis. Ali, o agronegócio é considerado instituição suspeita e desprezível. Tanto que até liminares, um dos instrumentos jurídicos mais essenciais no caso de invasões de terra por terem efeito imediato, só poderão ser concedidas depois de realizados procedimentos administrativos e "conciliatórios". Não há prazos previstos aqui, e os procedimentos poderão ser tão numerosos que tornarão inócuas as providências de urgência reclamadas quando há desrespeito ao direito de propriedade.
Cumpre lembrar, a propósito, que o acesso à Justiça com a devida celeridade é um dos direitos humanos garantidos na Constituição a todos nós, brasileiros e brasileiras.
Dificultar a reintegração de posse é estimular invasões de terra. Não podemos esquecer, igualmente, que os procedimentos "conciliatórios" e burocráticos estariam à mercê de integrantes do MST, que hoje controla, acintosamente, postos de comando no Incra e no Ministério do Desenvolvimento Agrário. A Justiça não pode, em nenhuma circunstância, ser refém de burocracia alguma.
Não é por acaso que só as questões específicas que reafirmam os artigos da Declaração dos Direitos Humanos da ONU, que são parcela mínima no texto, merecem apoio. Os demais pontos não passam de uma tentativa típica de camuflar delírios de dominação autoritária com aparentes manifestações democráticas.

* KÁTIA ABREU é senadora da República pelo DEM-TO e presidente da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Artigo publicado no Jornal Folha de S. Paulo de 12/01/2010.

Dicas de segurança

Em caso de alagamentos mantenha a calma e procure um lugar seguro.

Monday, January 11, 2010

Mestre Jonas



Bolivarianadas


Trechos da coluna de Cesar Maia na Folha de SP, de sábado (09): "Últimas Bolivarianas".

1. Evo Morales, reeleito presidente da Bolívia, determinou a prisão de Manfred Villas, ex-oficial do Exército, ex-governador de Cochabamba e seu adversário mais próximo, com uns 20% de votos. Reyes já não estaria no país. Em 1º de janeiro, foram presos três chefes de polícia e destituídos os diretores de Inteligência e da Interpol.

2. Nesse mesmo dia, Morales informou que as decisões da justiça indígena serão inapeláveis. O projeto de lei, preparado pelo Ministério da Justiça, diz que "as decisões da jurisdição indígena têm o caráter de coisa julgada e não poderão ser revistas". A base é a Constituição aprovada em fevereiro de 2009. A justiça indígena só existe por tradição oral. Os juristas consideraram esse ato uma aberração jurídica.

3. Daniel Ortega, num pacto antigo com o ex-presidente (na época em prisão domiciliar), mudou a Corte Suprema da Nicarágua e dividiu-a com aquele. Agora conseguiu que essa corte anulasse dispositivo constitucional que proibia a reeleição. A oposição não reconhece a decisão. No dia 3 de janeiro, a imprensa destacou a ausência do presidente Ortega há 18 dias. A ausência de Ortega não admira ninguém, pois é sua esposa, Rosário Murillo, que governa de fato.

4. Rafael Correa, presidente do Equador, abriu o ano denunciando uma suposta conspiração "na qual estão envolvidos certos elementos das FFAAs vinculados aos Gutiérres", líderes do Partido Sociedade Patriótica -PSP. E chamou ao apoio popular para defender o regime. Correa disse que, a partir deste mês, começarão uma série de protestos da União dos Educadores e da Confederação de Nacionalidades -Conaie. "Nós não temos oposição, mas obstrução, conspiração e desestabilização, mas lhes temos dado com a pedra nos dentes, porque o Equador profundo está contente", disse. Questionou a Conaie, dizendo que essa organização indígena "sempre se presta para os jogos da direita".

5. Chávez fechou o ano apresentando os equipamentos militares que comprou da Rússia. Disse que está pronto para a guerra. Formalizou as Milícias Bolivarianas como vetor das FFAAs.

6. Lugo, presidente do Paraguai, contido pelo Parlamento, conseguiu a anulação dos atos de 2007 de destituição de dois ex-ministros da Corte Suprema. O Senado não reconheceu. Novos filhos do ex-bispo continuam a aparecer -e fala-se em 17.
O presidente do senado paraguaio, Miguel Carrizosa, disse que a pressão para aprovar a entrada da Venezuela no Mercosul estaria vindo por meio das maletas de Chávez e da diplomacia bilheteira. Disse esperar que seus colegas não se vendam.

E, por aqui no Bananão...
Trechos do editorial do Globo (09).

"Na crise militar, Lula confidenciou não ter lido o decreto do “programa” que assinara. De fato, se lesse veria que seu governo está sendo usado para um golpe via Legislativo, bem ao estilo chavista. Tem agora a chance de salvar o governo de pelo menos uma grande trapalhada tragicômica. Cabe, ainda, destacar o papel da Casa Civil em todo o imbróglio. Como nada chega à mesa do presidente sem o aval dessa instância, a candidata Dilma Rousseff tem o nome ligado à iniciativa. Assim, mesmo que Lula mande engavetar os absurdos que assinou sem ler, o projeto chavista de governo será inevitável tema na campanha eleitoral, por ter sido avalizado pela ministra."

Friday, January 08, 2010

Os Stalinistas estão chegando, estão chegando os Stalinistas


Na calada da noite um decreto foi aprovado, o Decreto 7.037 de 21/12/2009.
É de longe o capítulo mais vergonhoso e mais revelador da trajetória lulo-petista.
É o embrião de uma sociedade totalitária, uma empulhação marxista disfarçada em "direitos humanos".
O direito de propriedade torna-se relativo, a lei torna-se retroativa, a liberdade de imprensa uma piada.
Pretendem controlar nossa vida, nossas palavras e pensamentos, nossas escolhas.
Os guerrilheiros da ALN, VAR Palmares e MR8 que hoje estão no poder, conseguiram finalmente o que queriam, derrubar uma ditadura para instalar outra.

E de novo, agora traduzido:
"De todas as tiranias, a tirania sinceramente exercida pelo bem de suas vítimas é talvez a mais opressiva. Seria melhor viver sob o jugo de barões corruptos do que sob esses onipotentes comitês da moral. A crueldade do barão corrupto pode às vezes adormecer, sua cupidez a algum ponto será saciada, mas aqueles que nos atormentam pelo nosso próprio bem nos atormentarão para sempre, pois o fazem com a aprovação da própria consciência."
C. S. Lewis, 1953


Leia mais aqui, aqui e aqui

Thursday, January 07, 2010

Mao wins


Michelle Obama decidiu fazer uma árvore de Natal participativa. Enviou bolas de enfeite para comunidades e associações em diferentes cantos do país. Elas foram decoradas e voltaram à Casa Branca para a árvore dos Obama.
Uma das bolas tinha a cabeça de Obama pintada no Mount Rushmore junto às de Lincoln, Roosevelt, Washington e Jefferson.
Outra tinha o retrato de Mao Tsé Tung, o Grande Timoneiro chinês, que só matou umas 70 milhões de pessoas com as políticas comunistas do seu governo.
Gostaria de saber o que o casal Obama explicou a suas filhas ao colocar essa bola na árvore. É a vontade do povo? Era um bom sujeito? Change?
É, é só uma bola. Mas não deixa de ser um sintoma.

Feliz Ano Velho


Of all tyrannies, a tyranny sincerely exercised for the good of its victims may be the most oppressive. It would be better to live under robber barons than under omnipotent moral busybodies. The robber baron’s cruelty may sometimes sleep, his cupidity may at some point be satiated; but those who torment us for our own good will torment us without end for they do so with the approval of their own conscience.
C. S. Lewis, 1953

O ritual do Réveillon nos dá essa falsa impressão de que podemos apagar as coisas ruins do passado com a promessa de que daqui para frente tudo vai ser diferente.
Desse carnaval de brindes de esperança sobra um janeiro transformado em quarta-feira de cinzas, e percebemos na ressaca que a vida não parou e nem mudou, continua como a deixamos antes, como se vê pela coleção de manchetes dos últimos dias.
Pouco antes do Natal, Senadores liberaram de novo a farra das passagens aéreas na calada da noite.
Lula, em discurso a empresários no Rio disse que não irá baixar carga tributária nenhuma, que o Estado precisa ser forte. Disse mentirosamente que países ricos tem cargas tributárias altas. Não explicou porém porque temos no Brasil impostos escandinavos e serviços públicos africanos. Confundiu força com gordura. Os empresários, bovinamente ouviram sem dizer nada.
Ficamos sabendo que nosso chanceler Celso Amorim andou dialogando com o Hamas, no que foi censurado até pela Autoridade Palestina.
Vimos também o presidente da maior estatal do Brasil fazendo escancarada campanha eleitoral em entrevista de jornal. Como diz o Reinaldo Azevedo a Petrobrás deixou de refinar petróleo para refinar ideologia.
E os mortos? Há quantos anos seguidos ouvimos notícias de mortos em chuvas, alagamentos, enxurradas e deslizamentos de terra? Nem por isso deixamos de remover ocupações ilegais, de conceder licenças para construções em áreas de preservação a quem paga mais, ou de prevenir o inchaço das metrópoles.
A last but not least, ficamos sabendo de um decreto presidencial de 21/12, proposto pelo Soviet Supremo formado por Dilma, Tarso Genro e Paulo Vanucchi, que não só revisa a Lei de Anistia punindo torturadores de uma ditadura e beneficiando terroristas de outra, mas que promete rever todos os conceitos de educação, liberdade de imprensa e propriedade privada no Brasil.
Isso é o que nos espera em 2010, um ano que já nasce velho. Mas é preciso ter esperança, pelo menos esperança longínqua de que a justiça e o bom senso prevaleçam.
Te dizem que nada é o que parece ser. Mas é sim.