Tuesday, March 02, 2010

Invictus


Em 1995 eu havia entrado na posição de segundo centro para o glorioso Luiz de Queiroz Rugby Club, time da ESALQ em Piracicaba.
Era ano da Copa do Mundo de Rugby na África do Sul. O apartheid havia terminado em 1990 e o país era novamente aceito nas competições internacionais
Em Piracicaba compramos camisetas com o emblema da Copa e acompanhávamos as notícias da competição através daqueles que tinham o luxo da TV a cabo. Ali eu ouvi o nome de François Pienaar, capitão dos Springboks pela primeira vez.
O desempenho da África do Sul, liderada por Pienaar, foi surpreendente. Um ano antes o buraco na defesa dos Springboks parecia maior do que a Table Mountain. Agora eles não só haviam chegado à final como haviam vencido os melhores do mundo, os All Blacks da Nova Zelândia de Jonah Lomu. No rugby sabe-se que ganha a partida que tem mais vontade de ganhar, e a África do Sul tinha essa sede de vitória.
Mas Invictus não é um filme sobre este magnífico esporte que é o rugby (eu daria meu reino por um par de ombros novos para jogar de novo).
Invictus é sobre um homem e o nascimento de uma nação.
Nelson Mandela chegou à presidência de um país com a alma dilacerada, dividido em duas metades que se odiavam. A maioria negra poderia facilmente ter cedido à tentação da vingança e declarado uma guerra civil à minoria branca que por tantos anos os havia subjugado, como ocorrera no Zimbábue, em Angola, Moçambique e outros países africanos. Mandela tomou o país pelas mãos falando em perdão e reconciliação. Viu no time dos Springboks, antigo símbolo do apartheid, e na Copa do Mundo uma oportunidade para construir sua Rainbow Nation, um país com todas as cores. E conseguiu. A final no Ellis Park de Johannesburg foi o nascimento da nova África do Sul.

Invictus
William Ernest Henley

Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.

It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul.

1 comment:

Sandra Leite said...

Adoro, adoro muito seus posts sobre cinema.

"It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll.
I am the master of my fate:
I am the captain of my soul."

Em tempos tão difíceis, é bom pensar nisso

beijos

Sandra