Saturday, May 15, 2010

Onde foi parar minha Igreja?


Um colega agrônomo, que assistiu uma missa de Dia das Mães, me trouxe uma cópia do semanário litúrgico usado durante a cerimônia.
Na última página havia uma reflexão sobre Ecologia e Missão que começa com a seguinte frase:

“Diante do avanço da industrialização e da urbanização, impõe-se-nos esforço coletivo para salvar a vida do planeta.”

Este pequeno prólogo é notável porque resume em uma frase o charco ideológico onde atolou a Igreja Católica latino-americana. Industrialização e urbanização são necessariamente transformadas em causas de catástrofes para o planeta, sendo que a única solução contra esses males está em impor-nos um “esforço coletivo”.
Seguindo a linha imaginária que nos leva de Stédile a Al Gore, tudo se associa: crises alimentares, climáticas, financeiras, migratórias, desastres ecológicos, exploração da terra, apagões e etc.
Aí o Agronegócio vira o alvo, em alguns ofensivos parágrafos que posso desconstruir aqui com dois ou três tapas. Diz o texto:

“O Agronegócio que fatura alto e recebe incentivos dos governos pensa menos na comida do povo do que em produzir ração para animais.”

Incentivos do governo? Como por exemplo imobilizar 70% do país em reservas e áreas de preservação? Impostos? Estradas esburacadas? Insegurança jurídica? Se esse é o incentivo imagine se o governo quisesse então nos prejudicar. A comida do povo vem do agronegócio, inclusive o bifinho, o franguinho e a bistequinha. E não se preocupem que produzimos suficiente para o povo e para os animais que o povo vai comer também.

“Por sua vez a pequena agricultura produz a maioria dos alimentos do país.”

Mentira. As estatísticas estão aí e provam. A agricultura familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário é um engodo. Os assentamentos que defendem com unhas e dentes não produzem nem o suficiente para a própria subsistência. Nenhum país sério no mundo tem essa divisão entre agronegócio e agricultura familiar inventada no Brasil. Seja grande, médio, ou pequeno, produtor rural tem que produzir para os outros e viver do que produz.

“O problema migratório cresce, ao moverem-se as camadas populares e povos pobres em direção aos centros.”

Dê uma volta no oeste catarinense ou no interior do Paraná por exemplo. A população fixou-se no campo e vive bem em pequenas propriedades graças ao agronegócio. Pessoas migram para as cidades porque de onde vêm não há empregos, não há hospitais, não há escolas, não há bancos. O agronegócio gera tudo isso onde está presente. O que o interior do Brasil precisa é de mais capitalismo, não menos.

“No fundo está o problema ecológico. Tratamos a terra como objeto de exploração, entregue à ganância dos mais fortes e poderosos à custa da fome de bilhões de pessoas. Mais uma vez reina o desequilíbrio em desfavor dos pobres.”

Em 1950 o mundo produzia cerca de 650 milhões de toneladas de grãos em 600 milhões de hectares. No ano 2000, esse volume era de 1.900 milhões de toneladas em 660 milhões de hectares. Bilhões de pessoas foram salvas da fome graças a esse aumento de produtividade, sem contar que 1.1 bilhão de hectares de terra foram salvos do desmatamento por conta dessa evolução, o que faz de produtores rurais no mundo todo não só grandes salvadores de vidas mas os maiores ecologistas da história.

Essa aparente ignorância da Igreja em relação aos fatos é um mero disfarce para esse ranço marxista que a dominou neste continente desde a década de 60.
Essa Igreja, que hoje me dá vergonha (não de ser católico, mas de meus representantes) não é a Igreja de Cristo, de Pedro e Paulo. É um mero instrumento de proselitismo coletivista.
Neste 13 de Maio, dia de Nossa Senhora de Fátima, não custa lembrar o que ela revelou aos pastorinhos portugueses naquele longínquo 1917:

"Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz."

Você, que não é católico não precisa acreditar no milagre de Fátima. Mas quem é católico, e principalmente quem é do clero precisa. Depois de toda a luta do Vaticano, e especialmente de João Paulo II contra o comunismo na Europa, é triste testemunhar a transformação da Igreja católica latino-americana em uma aberração, que em vez de acolher todos os homens como irmãos em Cristo, acredita que a luta de classes entre os homens trará o Reino de Deus para a Terra. A utopia comunista, que espalhou milhões de cadáveres pelo mundo todo veio encontrar seu caminho justamente aqui na Teologia da Libertação.

3 comments:

alessandra said...

Eu já desisti de ir à missa, agora só vou à igreja quando está vazia. Ando preferindo comício político. Aqui no Norte de Minas tá cheio de padres e freiras que viraram prefeitos (as) na última eleição. E são iguaizinhos aos outros, ou até pior.
É triste, muito triste!

Bípede Falante said...

Essa igreja é nauseante.

Lelê Carabina said...

Hummm a Igreja, a nossa Igreja não aprova tudo isso não. A Igreja é feita de pessoas e infelizmente há um punhado delas escrevendo e fazendo bobagens, mas creio que isso não deve afetar a essência e a importância da Santa Missa. Eu também me importava muito com o folheto (e com as preces!), agora rezo à Missa sem ele, é completamente dispensável. Eu resolvi que daria mais espaço para a Mística na Missa e deixaria as críticas para outra hora, ou realmente teria abandonado o barco. Enfim, tem coisa ruim, mas tem muita coisa boa ainda!