Fui para o Algarve, ainda a trabalho, região portuguesa heroicamente tomada aos mouros na Reconquista. Hoje invadida novamente por ingleses em férias.
A bela natureza do lugar tem sido violentada por condomínios, resorts, golf clubs e auto estradas que se destinam a tranformar a região em um pólo turístico.
E tudo voltado para atender os ingleses que aí se instalaram, provisória ou definitivamente. E alguns tiveram a brilhante idéia de abrirem English Pub’s, English restaurants (há tembém escoceses, holandeses e alemães).
O que não me entra na cabeça é como os ingleses, alemães e holandese que vão para lá têm a coragem de saírem para jantar croquetes, salsichas e carneiro no molho de hortelã. Como dizia o Obelix, coitado dos bichinhos.
Jantei uma cataplana, prato típico da região com peixe, camarão e amêijoas, acompanhado de um belo vinho verde. Ainda estou indeciso entre França e Portugal para saber quem tem a melhor cozinha e os melhores vinhos da Europa. Nos dois me sinto em casa.
Comprei outra garrafa do vinho que tomei para trazer para casa. Aparentemente há um sinistro plano da Comissão Européia para coca-colizar a produção de vinhos no continente fazendo-a mais padronizada e mais competitiva face às ameaçadoras importações da Austrália, África do Sul, Argentina, Chile e Califórnia.
A diversidade cultural da humanidade, da qual a culinária faz parte, para mim tem que ser preservada a todo custo, assim como a biodiversidade no planeta. Cada mínima perda é irreparável e trará danosas consequências às gerações futuras. Como defensor da causa me proponho a visitar o máximo de adegas possíveis nos próximos meses. Antes que ouça: le vin coca-cola est arrivé.
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