Michael Weiss na New Criterion falando sobre o filme Che de Steven Soderbergh:
Por trás de cada imagem atenuada do Che, repousam milhares de sepulturas ocultas, para não mencionar os campos de concentração (um símbolo ainda misericordiosamente imune a todo tributo pop) e uma ortodoxia de pensamento político-cultural que nenhum atirador de pedras anti-globalização suportaria por muito tempo se esta significasse a diferença entre estilhaçar vidraças da Starbucks e enfrentar um pelotão de fuzilamento.
E ainda assim, nunca deixarão de faltar as camisetas do Che, os bares e restaurantes do Che e as hagiografias do Che, sejam elas impressas ou no cinema.
Nem a demanda jamais irá superar a oferta de esquerdistas tacanhos e ansiosos por ignorar a realidade bruta em favor da concepção mito-poética de seu heróico caballero.
É uma função da arte, mesmo de alguma arte realista socialista, desestruturar e satirizar o que é injustamente exagerado, e descobrir a cloaca sobre a qual foram erguidos edifícios de hipocrisia, mentiras e apologias.
E é a obrigação de qualquer um que pretenda ser algo além de um puro fantasista, descrever eventos reais e pessoas reais como elas realmente existiram, e não como tributo a um mundo de idílio histórico.
Oxalá Hollywood, sempre pronta a usar estas técnicas contra Joe McCarthy e George W. Bush, pusesse os olhos em uma figura que merece este tratamento mas que ao invés disso sempre foi alvo de um perene “branqueamento”.
Por trás de cada imagem atenuada do Che, repousam milhares de sepulturas ocultas, para não mencionar os campos de concentração (um símbolo ainda misericordiosamente imune a todo tributo pop) e uma ortodoxia de pensamento político-cultural que nenhum atirador de pedras anti-globalização suportaria por muito tempo se esta significasse a diferença entre estilhaçar vidraças da Starbucks e enfrentar um pelotão de fuzilamento.
E ainda assim, nunca deixarão de faltar as camisetas do Che, os bares e restaurantes do Che e as hagiografias do Che, sejam elas impressas ou no cinema.
Nem a demanda jamais irá superar a oferta de esquerdistas tacanhos e ansiosos por ignorar a realidade bruta em favor da concepção mito-poética de seu heróico caballero.
É uma função da arte, mesmo de alguma arte realista socialista, desestruturar e satirizar o que é injustamente exagerado, e descobrir a cloaca sobre a qual foram erguidos edifícios de hipocrisia, mentiras e apologias.
E é a obrigação de qualquer um que pretenda ser algo além de um puro fantasista, descrever eventos reais e pessoas reais como elas realmente existiram, e não como tributo a um mundo de idílio histórico.
Oxalá Hollywood, sempre pronta a usar estas técnicas contra Joe McCarthy e George W. Bush, pusesse os olhos em uma figura que merece este tratamento mas que ao invés disso sempre foi alvo de um perene “branqueamento”.
4 comments:
Isso vem dessa nossa espantosa carência de ídolos. Ao invés de procurarmos desvendar o nosso mito pessoal(sei, estou falando como Paulo Coelho), ficamos procurando super heróis para cultuar.
Não sei se você sabe, Fernando, mas combato as "brumas da mistificação" que assolam as salas de aula desse país.
Numa turma de terceiro ano, foi feito um trabalho sobre a Revolução Cubana onde o Che mito foi constrastado com o Che real. Os alunos ficaram espantados! "Professor", perguntaram, "por que há sobre Che Guevara essa aura de herói?" Simples, respondi, por ignorância ou má fé!
Essa turma era composta por 40 alunos. 40 vacinados contra o esquerdismo bocó.
Engraçado que o filme "Cidade Perdida" nao foi noticiado quanto este q vai sair agora
Em Lost City, dirigido por andy garcia, ele q é cubano, mostra Che e toda revolução de uma maneira bem menos romantica, ou , falando a real, bem menos mentirosa
O mais engraçado, Fernando, é que muitas pessoas razoavelmente educadas caem nessa idolatria do Che. Falo de carteirinha: meu pai,um pequeno empresário, que não é de esquerda nem lulista, tem um adesivo do Che (aquela foto mítica) na carroceria do carro. Ele já foi a Cuba várias vezes, adora tudo lá. Nem adianta tentar convencê-lo da natureza assassina de Che.
Ainda bem que existem você e o Zé Costa para desmistificar a lenda.
Abraço,
Lelec
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