A televisão brasileira para mim é um grande lixão, com algumas raras coisas muito boas cá e lá.
Alice, a série dirigida por Karim Aïnouz e Sérgio Machado para a rede fechada HBO é uma novidade boa.
Conta a história de uma garota que vive em Palmas no Tocantins com a avó e o namorado, e que vem acabar em São Paulo quando o pai que morava aí morre. Acaba conhecendo a madrasta e uma meia irmã, faz novos amigos e aos poucos vai descobrindo os segredos da metrópole.
Alice vai migrando para o universo cult de São Paulo, onde transita a vanguarda hype brasileira. São nos bares, restaurantes, exposições de arte e nas próprias ruas que a vida na cidade acontece 24 horas por dia, 7 dias na semana.
Ali estão sexo, drogas, moda e cultura pop como não existem em lugar nenhum do país. Até o Rio de Janeiro parece provinciano visto da Avenida Paulista.
O novo universo de Alice pode ser restrito a uma parcela mínima da população, e nem sequer me interessa tanto assim. Mas a novidade é ver na tv uma produção que, ao contrário da imensa maioria dos programas e novelas da tv aberta, respeita a inteligência do espectador.
Temos excelentes atores, inclusive a bela protagonista Andréia Horta, saídos dos palcos dos teatros, e sem aquele ar irritante dos atores de novelas disputados entre Globo e Record.
Temos um roteiro com texto inteligente.
Temos a cidade de São Paulo como cenário, e na maioria das vezes não percebemos o quão cinematográfica São Paulo é. Mas sob a feia fumaça está uma arquitetura bela e única. A cidade em si é um personagem.
Of course, qualidade não sai de graça. Cada episódio custou à HBO R$ 1 milhão. Mas esperemos que o sucesso da série possa influenciar de alguma forma o lixão da tv aberta.
3 comments:
A mulher é muito bonita.
Não vou assistir.
E o nome tb é MUITO bom!
Infelizmente não vai fazer sucesso não, Fernando.
É bem feita demais para isso!
De mais a mais, o povo gosta mesmo é das carinhas carimbadas da Globo/Record, roteiros frouxos, agua com açúcar, que não puxem muito pela inteligência, nem exigem muita reflexão.
Além do que, Alice, a personagem ( e convenhamos, a atriz também) um tesão, não se presta muito à linguagem televisiva. Ela é mesmo do cinema, do teatro!
No mais, sua resenha é perfeita!
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