A premissa básica da Ciência, o que a difere de religiões, é que nenhuma tese é definitiva e eterna. A Ciência se ocupa em elaborar hipóteses que são aceitas como verdadeiras até que alguém prove o contrário ou valide uma hipótese diferente.
O problema hoje é que há gente que assume a Ciência como religião, rejeitando novas hipóteses e idéias com o fervor dogmático de inquisidores.
O exemplo mais óbvio é o do aquecimento global, religião onde o IPCC é Deus e Al Gore o seu profeta. Na segunda passada, militantes ecoterroristas de um grupo britânico chamado Plane Stupid invadiu a pista do aeroporto londrino de Stansted impedindo o embarque de milhares de pessoas saindo de férias. Eles protestavam contra a emissão de CO2 por aviões (3% das emissões planetárias desse gás).
O meu desprezo por esse tipo de gente não vem só da sua ignorância tosca, mas o fato de serem marionetes nas mãos de interesses escusos por trás dessa história toda.
Pela primeira vez na história, países antes extrativistas começam a se industrializar. Pessoas comuns em todo o planeta têm acesso a passagens aéreas e viagens de férias, veículos para se locomoverem, geladeiras, luz elétrica e outros benefícios da civilização. E bem agora aparece essa turma dizendo "parem tudo, o planeta tá esquentando e o mundo vai acabar debaixo d'água". Tem algo de podre no reino de Al Gore. A única coisa que Kyoto (e o futuro encontro em Poznan) vai causar é um aprofundamento da recessão econômica mundial.
No entanto, qualquer dúvida sobre as causas humanas do aquecimento global é encarada como fruto de cinismo ou estupidez. Mesmo quando os dados do próprio IPCC mostram que não houve aquecimento nenhum entre 1997 e 2007.
Alguém sabe qual é o mais poderoso gás de efeito estufa na atmosfera? Quem falou CO2 errou feio. É o vapor de água.
Um cientista dinamarquês, Henrik Svensmark ousou investigar uma hipótese diferente para as alterações de clima do planeta. Ele investiga o efeito da ação de radiação cósmica e manchas solares na formação de nuvens e consequentemente na temperatura dos oceanos e da atmosfera. O resultado de suas experiências está no documentário The Cloud Mystery.
Svesmark fundou o que se chama hoje de cosmoclimatologia. Para ele, o aquecimento global não tem nada a ver com o CO2, e sim com a atividade solar. O mais interessante é ouvi-lo falar das dificuldades en encontrar financiadores para as pesquisas e revistas que aceitassem publicar seus resultados. Sua hipótese bateu de frente com a Inquisição.
10 comments:
Fernando, desculpa chatear...
O documentário é the Cloud Mistery...
:-)
Abraço / T
corrigi...
Oi Fernando
Obrigada pelos comentários em meu blog. Muito me honra estar em sua lista de links.
Gostei da variedade dos seus assuntos, virei visitá-lo mais vezes. E eu também gosto da Lispector.
Abraços
Sobre qualquer assunto, extremismo é desnecessário e atrapalha o andar das coisas. E neste não é diferente.
Abço
Pitango
http://www.tchubaduba.blogspot.com/
Tem muita histeria em torno disso tudo, e um bando de ovelhas repetindo o mesmo clichê.
Olá Fernando,
Eu não conheço o assunto a fundo.
Entendo que possa ser possível que uma mudança na atividade solar possa contribuir para o aumento das temperaturas terrestres. Mas, pelo que li, há provas irrefutáveis de que as emissões de CO2 contribuem para as mudanças climáticas da Terra.
O vapor d'água pode ser importante, mas, vale lembrar, ele age também como resfriador, que absorve calor.
Em todo caso, as descobertas do cientista dinamarquês não mudam o fato de que as emissões de CO2 têm um papel importante no clima da Terra.
Não acredito que o aquecimento global seja uma invenção ou uma conspiração de sei lá quem.
O próprio fato do tal cientista divulgar suas idéias em um vídeo do You Tube já depõe contra sua credibilidade. Que ao menos o fizesse em um congresso de climatologistas. É como na medicina: toda semana um "pesquisador" vai ao Fantástico ou a congêneres anunciando descobertas incríveis. Te juro: toda semana alguém descobre a cura contra o Alzheimer.
Lembro-me de um cubano que descobrira a cura para a catarata. Muitos adoraram sua teoria, que "iria contra os interesses das indústrias farmacêuticas do 1o Mundo". Todo mundo adora uma teoria conspiratória. Aí o tal oftalmologista cubano foi falar em um congresso na UFMG. Saiu envergonhado de lá, sem provar o que dizia.
Isso que aquecimento global é conspiração das esquerdas é bobagem.
Abraço,
Lelec
Lelec, o cara não divulgou a descoberto na Youtube, ele fez um documentário. E no final sua pesquisa foi publicada mesmo na Inglaterra em uma revista séria.'
A questão aqui é que cientistas deveriam aceitar hipóteses diferentes e testá-las, e não adotar um ponto de vista por politicagem.
Olá Fernando,
Se o cientista publicou seus trabalhos em uma revista séria, isso é sem dúvida um ponto positivo e um sinal de que a comunidade científica acolhe hipóteses divergentes, quando bem sustentadas. Desculpe-me, mas não há uma "Inquisição" que manda à fogueira o cientista que pensa diferente. Uma hipótese não é bem recebida quando ela não é bem fundamentada, simplesmente isso.
Agora, resta esperar que outros trabalhos testem a hipótese do pesquisador. Se ela for mesmo válida, tenha certeza: ela virá à irá tomar o lugar central na problemática de entendimento das mudanças globais.
Na história da ciência, houve muitas mudanças paradigmáticas (os filósofos as chamam de "cortes epistemológicos"): muda-se completamente a maneira de se entender um fenômeno. Há 30 anos, a úlcera gástrica era tratada com cirurgia. Hoje, é com antibiótico, porque se descobriu algo antes inimaginável e que causou um baita rebuliço à época (meados dos anos 80): a úlcera gástrica é uma doença infecciosa, causada por uma bactéria (H. pylori).
É possível que algo semelhante aconteça na questão climática, basta que a nova teoria se comprove.
Aí está a grande diferença entre a ciência e as ideologias baseadas em dogmas. Enquanto a primeira tem caráter auto-corretivo, retendo as melhores explicações, a segunda permanece sempre nos mesmos erros, há séculos e séculos.
Abraço,
Lelec
Lelec, a questão é justamente essa, a ciência deveria se auto corrigir aceitando e testando diferentes hipóteses. Mas o que acontece hoje é o contrário, vários cientistas comprovam as dificuldades de se encontrar financiamento para pesquisas ou alguém que publique idéias diferentes do "mainstream" sobre aquecimento global.
Olá Fernando,
Em primeiro lugar, queira me desculpar pelo erro de português no meu comentário acima. No final do segundo parágrafo, o que quis dizer foi que "(...) ela irá tomar o lugar central (...)".
Bom, isso posto, dei uma pesquisada no pesquisador que você mencionou. Ele publicou sim em importantes revistas, dirige um centro de pesquisas na Dinamarca e recebeu vários prêmios. Me explica então: como é que se diz que ele está sendo "excluído" da comunidade científica? Não é o caso, definitivamente. Ele está sim testando suas hipóteses (e deve haver vários pesquisadores que também verificam suas idéias). Ele apenas defende uma corrente que não é majoritária, apenas isso. Há gente discordante em todas as áreas da ciência, na medicina, na física, na química. É isso, aliás, que faz a riqueza e a pertinência da ciência.
Não concordo quando você diz que quem propõe uma alternativa ao aquecimento global é marginalizado no meio científico. Nos EUA de Bush, ocorreu o contrário: cientistas que estudam o assunto deixaram de receber financiamento estatal. Isso foi matéria de um editorial da Science que é, ao lado da Nature, a mais importante revista científica do mundo.
Repito: se o dinamarquês tiver razão, e se ele conseguir prová-lo, a ciência o reconhecerá, mesmo que isso demore um certo tempo, mesmo que a maioria não aceite, em um primeiro momento. Tem sido assim desde Galileu.
Abraço,
Lelec
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