Friday, December 05, 2008

A praga africana


A história da África é uma coleção de desgraças. A epidemia de cólera no Zimbábue é só um capítulo a mais na história de calamidades do continente negro. Escravidão, guerras, contrabando, mutilações, estupros, doenças, corrupção, miséria, fome, crianças soldados, limpeza étnica, pense em alguma coisa horrível e estará acontecendo por lá.
O livro The State of África de Martin Meredith analisa a história e as transformações do continente depois do fim do colonialismo. É provavelmente o melhor livro que se pode ler sobre o assunto.
Agora pergunte a qualquer “intelequitual” liberal, artista de novela, fã do Bono ou outra categoria de pensamento dominante no Brasil qual será a solução para a África.
Ajuda financeira dirão. Vamos montar uma ONG, fazer um megashow, vender camisetas e mandar dinheiro para a África. Vamos fazer uma lojinha de fair trade e vender artesanato africano.
Bem, nos últimos 50 anos os governos ocidentais despejaram 400 bilhões de libras esterlinas de seus contribuintes em ajuda financeira a governos africanos. Segundo um relatório do Banco Mundial, os países da África Sub-saariana estão tão ou mais pobres do que eram em 1981.
Esta série de reportagens do conhecido Sorius Samura, divulgada pela BBC (e pelo blog da Clarisse) mostra um pouco em que ralos escorre o dinheiro dessa ajuda financeira.
E uma entrevista de Martin Durkin na Front Page Magazine, jornalista e produtor de tv inglês ajuda a quebrar alguns mitos dos liberais sobre a África.
Diz ele:

“In Africa, being in government is so massively lucrative, thanks to aid, that the rulers refuse to relinquish power. As one African commentator has put it, “the primordial instinct of the ruling elite is to loot the national treasury, perpetuate itself in power and brutally suppress all dissent and opposition. Aid kills democracy.It is a mix between a laudable charitable impulse and a detestable, misguided socialist prejudice. The charitable impulse is a perfectly decent one. Far from attacking it, it should be applauded. But we have to strenuously point out that (a) state aid is not charity, it is a form of state intervention, and a massively corrupting one at that; and (b) even proper charity, well organised and directed, is not the answer for Africa”

“The left and the greens are utterly wedded to their anti-capitalist ideology. They refuse to listen to arguments, no matter how cogent or well supported, that contradict their political prejudices. You can tell a green that their opposition to the use of DDT has resulted in the needless deaths of literally millions of people from malaria. What’s their reaction? The greens still support the ban on DDT.”

“Forget aid. Africa needs free trade. Free trade is needed to give the African economy a chance to get on its feet. And the growth of a successful, wealthy bourgeoisie is the only hope Africans have of building a healthy political system. In other words, when the wealth comes from below, locally, rather than from above from foreign powers. Only then will the African nightmare end.”
“Fair Trade is nothing more than a rearguard PR exercise from the greens. They were embarrassed at opposing free trade, so had to do little linguistic fancy foot-work. Free Trade says, OK the poor can sell their food to the rich world, but only if they are organic farmer (ie. they retain backward, not very productive farming techniques), and we will favour small peasant farms (which are famously no good at producing food efficiently). People who advocate ‘Fair Trade’ are just bastards.”

Façam a África andar com os próprios pés.

2 comments:

bloguista said...

Quem tiver olhos para ver que veja:
Uprooting World Poverty: A Job for Business

Zé Costa said...

Excelente texto Sampaio! Pena que meu DNA VISIGODO, impeça-me de ler em inglês, francês, holandês, só me restando algo parecido com o português.

Vou apelar para o google porque essas informações me serão úteis nas aulas sobre o imperialimo no ano que vem

Muito obrigado e um grande abraço!