Wednesday, June 10, 2009

Brasília


A capital me deu uma sensação estranha. Havia passado por ali há muitos anos atrás e nunca mais voltei.
As distâncias imensas, os espaços vazios entre os prédios.
Olhei os edifícios imensos e suas estranhas formas, as letras garrafais indicando órgãos do governo em toda a parte.
Ali que está o poder, todo poder que emana do povo, ou todo o poder que engana o povo.
Minha visita ali teve uma razão objetiva, encontrar pessoas que pensam como eu e esperar justiça ser feita.
Mas teve talvez uma razão subjetiva. Enquanto olhava os prédios passarem na janela do carro pensei na sequência de acontecimentos que me levaram até ali, e em acontecimentos futuros que podem me levar de volta. Tudo acontece por um motivo?
Veremos.
No avião de volta li um livreto chamado A Maleta de Meu Pai, com três discursos de Orhan Pamuk, o escritor turco ganhador do Nobel.
Fala, de uma belíssima forma, da literatura em geral, de como o escritor que se senta sozinho à sua mesa constrói seus mundos, transforma-se em outros, para os que o lêem se transformem nele. Me deixou pensativo também.
Quem sabe construiremos, como uma cidade que saiu da nada, novos mundos com palavras?
De qualquer modo a viagem foi o fim dos meus tormentos depois de ter voltado da Europa e ajudou a entender quem quero ser daqui para frente.

3 comments:

Alessandra said...

Você vai conseguir o que quer, você vai conseguir melhorar o mundo.
Sucesso!
Grande abraço para vc, para a Jú e para seus pais, pela boa genética que colocaram neste mundo!!!

Prof. Zé Paulo said...

Pô Fernando! Vc teve por aqui e nem me disse nada, cara! Da próxima vez avisa, beleza?

abraço.

bete p.silva said...

Putz, Brasilia produziu em você toda essa beleza? começo a amar Brasília.

Conta mais disso aí, Fernando, que a amostra foi boa.