Saturday, June 27, 2009

A Embraer é nossa


Meu irmão, pai da minha afilhada, trabalha na Embraer como engenheiro. Mas do que ninguém ele sabe do sucesso que a empresa anda fazendo por aí. Pois ele me presenteou, para fazer graça, com um livrinho escrito por sindicalistas de São José dos Campos intitulado A Embraer é Nossa. E o prefácio, chiquérrimamente vermelho é escrito por Plínio de Arruda Sampaio. Eles acham que os trabalhadores devem tomar conta da empresa antes que ela vire uma subsidiária da Boeing ou da Airbus. Abaixo algumas conclusões tiradas da "obra" com os meus comentários:

"Nossa tese é simples: se a iniciativa privada é incapaz de proteger e defender a indústria aeronáutica brasileira e seu patrimônio mais importante (o corpo de operários, técnicos e engenheiros), deve sair de cena e entregar para o Estado a gerência de nossos recursos, sob controle dos trabalhadores."
Ah, o proletariado no poder, aí a gerência vai ser boa mesmo. Olha o exemplo que vem de Brasília!

"A burguesia nacional, rvelando sua debilidade histórica, para não falar de sua covardia como classe, prefere associar-se ao grande capital financeiro multinacional, comendo as migalhas que caem do prato imperial, do que assumir o papel dirigente de um projeto de desenvolvimento genuinamente nacional, independente do imperialismo e em confronto com ele."
Depende, no prato imperial tem peru e melão com presunto?

"Ou a Embraer toma o caminho da reestatização ou se resignará ao nicho de mercado, sujeitando-se a uma concorrência brutal... Ou toma o caminho da reestatização ou se tornará, nas mãos de especuladores internacionais, uma empresa subcontratada, como montadora final, sem domínio da tecnologia e a serviço das gigantes do setor."
Concorrência pra quê, bom mesmo é monopólio não é? Os russos eram tão felizes com a Lada! E o sindicato domina bem a tecnologia aeroespacial?

"...o Estado brasileiro, ao reestatizar a Embraer, somente estaria reavendo o controle de uma empresa que ele segue financiando com os cofres públicos. Neste sentido, a reestatização da empresa sem nenhuma indenização é o caminho para reestruturar a empresa e recuperar os postos de trabalho."
Opa, olha o fantasma chavista aparecendo... Toma de volta e nem precisa pagar nada.

"Aparentemente, a mudança de donos da Embraer não teria muitas consequências para o país, mas não é assim: a venda da Embraer para banqueiros estrangeiros é a culminação de um processo de recolonização do Brasil e a perda da soberania nacional."
Pois é perdemos tanta soberania que agora estamos vendendo mais aviões do que nunca aos gringos. Precisamos parar com isso...Chega de andar de avião, além de tudo olha o tamanho da pegada de carbono. Vamos expulsar os imperialistas daqui, reabrir a Gurgel e botar todo mundo para andar de X-12.

Alguém aí em sã consciência acha que a Embraer, a Vale do Rio Doce, as empresas de telefonia estariam melhores do que estão hoje se tivessem sido deixadas nas mãos do governo? Ou que nossos automóveis e computadores hoje seriam melhores se ainda houvesse reserva de mercado? Os sindicalistas acham. E pior é que o governo do PT também acha, já que está tentando reestatizar a telefonia e as empresas de alimentos através do BNDES e dos Fundos de Pensão. Credo!
E adivinha onde havia uma faixa bem grande escrita A EMBRAER É NOSSA? No meio dos grevistas do Sintusp, lá na Fefeléchi, como se o problema fosse deles.
Essa turma acha que vive em outubro de 1917.

6 comments:

Everardo said...

Fernando, esse negócio de "estatização" pode estar entrando na moda. Esse manual bem que poderia ter sido escrito por funcionários da GM, dos grandes bancos, das seguradoras, e de tantas outras corporações americanas. Lá, mesmo sem a ajuda de Hugo Chávez, de Evo Morales, de Lula e tantos outros, a estatização caminha a passos largos...Espero que tenham tempo...

Lelec said...

Oi Fernando,

No ano passado, voei em um jato EMBRAER 175. A empresa aérea era americana, a gigante Northwest Airlines. Pois é: uma companhia americana voando em jato brasileiro na terra da Boeing.
Há 20 anos, isso soaria delírio. Isso só é possível hoje por causa da privatização, que permitiu a modernização da empresa.
Espero que essa indústria continue nas mãos da iniciativa privada e que mais e mais empresas mundo afora usem jatos brasileiros.

Abraço

Lelec

Everardo said...

Observe a sua companhia Lelec, pois voc^epoderá ter voltado para a Europa em uma empresa estatal, num aviâo produzido por um consórcio estatal. (Ou terá sido essa a causa da tragédia do avião da Air France?)

Alma said...

Aiaiai Lelec, esse Everardo é outro Chapolin Colorado pegando no meu pé... Muda pra Cuba Everardo...

Anonymous said...

Você me fez gastar tempo lendo esse comentário inútil sobre um livro sério, com conclusões perfeitamente razoáveis e críticas que não são nenhuma exclusividade da "turma de outubro de 1917", e que eu ajudei a editar.
Em vez de recomendar mudanças pra Cuba, mude-se você mesmo pra Alagoas e vote no Collor.

Alma said...

Eu votar no Collor? O Collor é amigo do Lula rapaz, defende o patrão com unhas e dentes... Igual o Sarney... Cruz credo.