Wednesday, November 18, 2009
Listas
Alice e Clarisse, uma dupla dinâmica lá da Holanda, me chamaram a atenção para esta entrevista de Umberto Eco na Der Spiegel.
Eco é o curador de uma exposição no Louvre sobre um tema inusitado e sobre o qual eu nunca pensaria: listas, na arte e na poesia. Faz parte de seu novo livro: Ther Vertigo of Lists. Diz ele que a cultura é a tentativa humana de tornar o infinito compreensível, e nada melhor do que listas para organizar o pensamento. Por isso fazemos listas de nomes, enciclopédias, dicionários, coleções, até listas de compras. A literatura, a poesia, e mesmo as pinturas estão cheias de listas. Somos fascinados pelo céu infinito e suas estrelas, e mesmo sabendo que a tarefa é infinita, não nos cansamos de listar o que vemos, em constelações e galáxias. Da mesma forma não se pode expressar o amor, mas podemos listar os efeitos que ele nos causa. Naturezas mortas são listas, um punhado de coisas cortadas da infinidade fora das molduras de um quadro.
Segundo Umberto Eco, temos este desencorajante limite à vida chamado morte. Por isso gostamos de listar coisas infinitas, para fugir desse medo da morte.
No entanto, uma ferramenta como o Google por exemplo que lista informações sobre determinado tema, Eco considera uma tragédia. Não para velhos como ele que já aprederam de outras fontes, mas para jovens que não vão saber o que presta e o que não presta dali.
Mas como ele mesmo diz, não adianta listar hoje o que você gosta e não gosta por exemplo, como Roland Barthes fez. Se você interage com a vida, as coisas mudam o tempo todo.
Como o Google...
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