Enquanto a hora H da chegada do baby não vem, freqüentemente me deparo com a indagação inusitada: "E aí, vai ser normal ou cesárea?" ou a variação "Já escolheu?".
A pergunta talvez soe anormal para mim, depois de longa temporada na Europa, mas por aqui parece que a coisa é assim mesmo, uma questão de opção e ainda com ares ideológicos.
As naturebas e as vítimas do machismo optariam pelo parto normal, enquanto as feministas e descoladas pela cesariana.
Há hoje em dia até o tal de parto humanizado (os outros são desumanos?), que é mais ou menos como fazem os índios e as cadelinhas, faltando só uma moita ou um caixote de papelão para dar a luz sem a interferência de ninguém além da mãe natureza.
Não estudei o caso, mas aparentemente índices de parto por cesariana são altíssimos no Brasil quando comparados a outros países. Os médicos dão uma ajudinha porque afinal ninguém quer ser chamado para trabalhar no meio da madrugada ou na hora do jogo do Brasil. Quem trabalha em hospital sabe que sexta feira é dia de cesariana, porque os médicos tem que ir pro sítio no final de semana (porque todo médico quer ter sítio no Brasil?). Ah, e o seguro paga mais por uma cesariana também...
Já na Europa a coisa é diferente. Em prol do parto normal as maternidades são autorizadas a torturarem mães e bebês por doze, treze, dezesseis horas de trabalho de parto excruciante até que um dos dois esteja à beira do colapso para que seja autorizada uma intervenção cirúrgica.
Toda brasileira que mora ou morou por lá, principalmente na Alemanha e na Holanda, tem uma aterrorizante história de trabalho de parto para contar. Eu mesmo escutei algumas e não foi no disse-me-disse, aconteceu com amigas e parentes. Não é preciso um diploma de médico europeu para saber que em certas posições o bebê não vai sair, e que se a mãe não teve dilatação nenhuma depois de quinze horas dificilmente terá...Na Holanda o normal é, ainda no século XXI, dar a luz em casa com a assistência de uma parteira.
Ora, o que custa um pouco de bom senso?
Acho que não é sensato optar por uma cirurgia amplamente invasiva e arriscada quando a mãe tem todas as condições de ter um bebê normalmente. E também não é demais desejar um parto normal, e caso este ponha em risco ou em stress fisiológico tanto mãe como bebê ter ali à mão um centro cirúrgico capaz de fazer todos os procedimentos necessários para que tudo corra bem para ambos.
A pergunta inicial continua para mim, fora de propósito. Como fora de propósito são os procedimentos das maternidades européias.
Ora, o que custa um pouco de bom senso?
Acho que não é sensato optar por uma cirurgia amplamente invasiva e arriscada quando a mãe tem todas as condições de ter um bebê normalmente. E também não é demais desejar um parto normal, e caso este ponha em risco ou em stress fisiológico tanto mãe como bebê ter ali à mão um centro cirúrgico capaz de fazer todos os procedimentos necessários para que tudo corra bem para ambos.
A pergunta inicial continua para mim, fora de propósito. Como fora de propósito são os procedimentos das maternidades européias.
4 comments:
É uma questão bem pessoal. Mas fiz cesariana e nunca senti um pingo de dor nem durante, nem depois.
Como vc disse , toda brasileira que mora na europa tem uma história ruim de parto pra contar...
Bem, como brasileira, percebo que nossas conterrâneas têm um trauma, uma coisa muito mal resolvida em relação ao parto. Com o atendimento que a maioria dos hospitais dispensa às parturientes, não é de estranhar...
Tenho dois filhos, um nascido num parto normal hospitalar e outro nascido em casa.
O parto é doloroso sim, é cansativo, mas é um processo natural e gratificante.
Ter o bebê em casa foi a melhor opção que fiz.
Honestamente, não entendi qual é a ligação entre querer um parto normal e ser machista. Acho que, pelo contrário, optei por parir em casa para exercer meu direito de ficar na posição que quisesse e de não ser induzida a aceitar uma cesárea, poder comer, beber água, estar num ambiente acolhedor, com minha família e não ser tratada como alguém que está pagando pecados.
Reiterando, o problema não é o parto em si mas a forma como as pessoas o encaram, principalmente mulheres que forma treinadas para acreditar que parir é feio, sujo e perigoso, e juntando a isso, médicos acomodados e machistas(SIM), que se irritam com mulheres gemendo(som que costuma lembrar o êxtase sexual)e lançam mâo de qualquer método para calá-las!
Não será estranho que sejam as brasileiras a reclamarem?
Porque as holandesa não reclamam?
Bem, pelo menos não as que eu conheço.
Desculpe, não quero ser rude.
Bom parto pra vc!
Bípede Falante,
Vc é uma feliz excessão!
Tentando contar por alto, já que no Brasil a maioria das mulheres de níveL sócio econômico mais elevado passa por cesária, conheço umas 12 ou 13 mulheres que fizeram esta cirurgia e TODAS sentiram dor e desconforto no pós-operatório.
Bem, segundo elas e/ou seus familiares!
Oi, desculpe o fora, coloquei outro post já explicando...
Desejei bom parto pra vc...rsrs
Bem, só me resta dizer, boa paternidade para o bebê...que já nasceu...
ABRAÇOS
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