Se há uma coisa que me atrai no cinema de Mel Gibson é sua vocação ao perfeccionismo. Foi assim em Braveheart e em A Paixão de Cristo, e é a mesma coisa com Apocalypto. Os cenários, as roupas e ornamentos, as cenas de ação, até a língua falada no filme, todos os detalhes são cuidadosamente observados para que o espectador tenha a máxima sensação de realidade.
O filme Apocalypto conta a saga de Pata de Jaguar, um jovem guerreiro que durante uma batalha é capturado e levado a uma decadente cidade Maia para ser oferecido em sacrifício aos deuses. Pata de Jaguar vai passar por poucas e boas antes de conseguir fugir e conseguir salvar sua família.
O filme tem sido rotulado como desnecessariamente sangrento e violento, e Mel Gibson como alguém com traumas psicológicos sado-masoquistas. Acredito que Gibson não seja lá mesmo muito bom da cabeça. Ele mesmo gosta de se auto-martirizar nos próprios filmes (lembrem-se de Lethal Weapon e da cenas finais de Braveheart).
Tudo bem que não precisamos de closes em feridas abertas e corações palpitantes recém arrancados da caixa torácica de prisioneiros, mas um filme sobre a ultra-violenta sociedade Maia não tinha como deixar de ser sangrento.
Apesar de ser a civilização pré-colombiana mais avançada do continente, a única com escrita e complexos conhecimentos em astronomia e matemática, os Maias não conheciam a roda nem meios de transporte ou animais de carga e dispunham de escassos recursos alimentares. Incapazes de empreenderem longas campanhas militares, a civilização Maia nunca conseguiu se unificar, ao contrário de Incas e Aztecas, restando em pequenas cidades estado que guerreavam entre si o tempo todo.
Prisioneiros eram torturados com unhas, dedos, lábios, dentes ou maxilares arrancados, e sacrificados. Mel Gibson poderia ter feito um filme muito mais sangrento do que fez e com todo embasamento arqueológico.
O filme termina com espanhóis desembarcando nas praias da América Central. Um erro já que as cidades Maias já estavam abandonadas quando os conquistadores chegaram, embora parte da população ainda sobrevivia. Aqui se vê um dedo do lado carola de Mel Gibson, cristão ultra-ortodoxo à la George Bush. No barco espanhol se vê um missionário com a cruz trazendo a palavra de Deus depois do show de horror pagão que se viu na tela. Gibson deveria se lembrar que foi Diego de Landa, um missionário espanhol quem queimou todos os manuscritos Maias que encontrou para eliminar o paganismo. Só 4 manuscritos sobreviveram. Com eles talvez tivéssemos aprendido algo sobre nosso próprio destino.
De 90 a 99% da população Maia desapareceu depois do ano 800 DC, um dos maiores mistérios da arqueologia. Jared Diamond, em seu livro Collapse dedica um fascinante capítulo às hipóteses estudadas sobre o desaparecimento dos Maias. O filme faz notar como pano de fundo uma parte das prováveis causas do fim desta civilização. O desgaste ambiental provocado pelas suas cidades, erosão dos solos e poluição dos rios, doenças, superpopulação e pouca produção de alimentos, tensão social entre classes dominantes e servos. O fim dos Maias deveria ser uma lição importante para os dias de hoje. Como Jared Diamond diz em seu livro, os reis e nobres Maias falharam ao não reconhecer e resolver problemas óbvios que afetavam sua sociedade. Em vez disso concentravam-se em esforços em enriquecer, guerrear, construir templos cada vez maiores e mais altos, oferecer mais sacrifícios. Como muitos líderes através da história humana, eles não prestaram atenção em problemas de longo prazo mesmo se apercebendo deles a tempo.
O filme Apocalypto conta a saga de Pata de Jaguar, um jovem guerreiro que durante uma batalha é capturado e levado a uma decadente cidade Maia para ser oferecido em sacrifício aos deuses. Pata de Jaguar vai passar por poucas e boas antes de conseguir fugir e conseguir salvar sua família.
O filme tem sido rotulado como desnecessariamente sangrento e violento, e Mel Gibson como alguém com traumas psicológicos sado-masoquistas. Acredito que Gibson não seja lá mesmo muito bom da cabeça. Ele mesmo gosta de se auto-martirizar nos próprios filmes (lembrem-se de Lethal Weapon e da cenas finais de Braveheart).
Tudo bem que não precisamos de closes em feridas abertas e corações palpitantes recém arrancados da caixa torácica de prisioneiros, mas um filme sobre a ultra-violenta sociedade Maia não tinha como deixar de ser sangrento.
Apesar de ser a civilização pré-colombiana mais avançada do continente, a única com escrita e complexos conhecimentos em astronomia e matemática, os Maias não conheciam a roda nem meios de transporte ou animais de carga e dispunham de escassos recursos alimentares. Incapazes de empreenderem longas campanhas militares, a civilização Maia nunca conseguiu se unificar, ao contrário de Incas e Aztecas, restando em pequenas cidades estado que guerreavam entre si o tempo todo.
Prisioneiros eram torturados com unhas, dedos, lábios, dentes ou maxilares arrancados, e sacrificados. Mel Gibson poderia ter feito um filme muito mais sangrento do que fez e com todo embasamento arqueológico.
O filme termina com espanhóis desembarcando nas praias da América Central. Um erro já que as cidades Maias já estavam abandonadas quando os conquistadores chegaram, embora parte da população ainda sobrevivia. Aqui se vê um dedo do lado carola de Mel Gibson, cristão ultra-ortodoxo à la George Bush. No barco espanhol se vê um missionário com a cruz trazendo a palavra de Deus depois do show de horror pagão que se viu na tela. Gibson deveria se lembrar que foi Diego de Landa, um missionário espanhol quem queimou todos os manuscritos Maias que encontrou para eliminar o paganismo. Só 4 manuscritos sobreviveram. Com eles talvez tivéssemos aprendido algo sobre nosso próprio destino.
De 90 a 99% da população Maia desapareceu depois do ano 800 DC, um dos maiores mistérios da arqueologia. Jared Diamond, em seu livro Collapse dedica um fascinante capítulo às hipóteses estudadas sobre o desaparecimento dos Maias. O filme faz notar como pano de fundo uma parte das prováveis causas do fim desta civilização. O desgaste ambiental provocado pelas suas cidades, erosão dos solos e poluição dos rios, doenças, superpopulação e pouca produção de alimentos, tensão social entre classes dominantes e servos. O fim dos Maias deveria ser uma lição importante para os dias de hoje. Como Jared Diamond diz em seu livro, os reis e nobres Maias falharam ao não reconhecer e resolver problemas óbvios que afetavam sua sociedade. Em vez disso concentravam-se em esforços em enriquecer, guerrear, construir templos cada vez maiores e mais altos, oferecer mais sacrifícios. Como muitos líderes através da história humana, eles não prestaram atenção em problemas de longo prazo mesmo se apercebendo deles a tempo.
2 comments:
Gostei bastante do filme. Violento, sem dúvida, porém muito interessante.
Paula
Fernando,
Também assisti ao filme, o filme é muito bonito só não gosto muito dos exageros de violência do Mel Gibson, mas você não acha que pelo título do filme e a cena final do filme, não estaria dizendo que o sofrimento mais forte iria começar ali. Eu percebi que enquanto os nativos viviam sua vida "ingênua", da terra, seus costumes, havia uma certa ordem. é um filme que vale a pena
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