Zygmunt Bauman é um dos mais influentes sociólogos da Europa. Polonês de nascimento, conheceu o trauma da guerra e o exílio na Rússia. Tournou-se professor na Inglaterra, na Universidade de Leeds e hoje, com mais de 80 anos está sempre escrevendo e viajando pelo mundo em palestras e conferências.
Com todo o horror que viveu e presenciou, Bauman não é dos mais otimistas. Seu ponto de vista sempre foi o do ‘‘underdog’’. Ele não vê seu trabalho como algo a ser discutido nos corredores do poder, mas dirigido às pessoas comuns que lutam para viver humanamente neste mundo. Apesar de afastado das suas origens marxistas, Bauman é um crítico virulento do liberalismo econômico, e alerta para o conceito de subclasse (underclass) que o sistema está criando. Em uma sociedade de consumo, diz ele, pessoas chafurdam em coisas, coisas fascinantes, coisas prazerosas. Se você se define pelo valor das coisas que você adquire e das coisas com as quais você se rodeia, ser excluído é humilhante. E vivemos em um mundo de comunicação, onde todos recebem informações sobre todos os outros. Existe uma comparação universal, e você não se compara só com seus vizinhos mas com gente de todo o mundo, e como o que é te apresentado como vida decente, própria e digna. É o crime da humilhação.
Acabei de ler um ensaio de Zygmunt Bauman sobre a Europa (Europa, uma aventura inacabada, editora Jorge Zahar).
Segundo o autor, a Europa, longe de ser uma denominação geográfica, é um conceito, algo sempre em construção. A Europa é o aprendizado de uma sociedade utópica e pacífica, criadora e cultivadora de cultura, aberta às diferenças, que vê o resto do mundo como um lugar de aventuras e desafios, e não como uma ameaça. Bauman considera que a onda liberal que assola a Europa (que começou com Margaret Tatcher e que agora chega à França de Sarkozy ) está destruindo o Estado do Bem Estar Social, que ele acredita ser a solução da subclasse criada pela sociedade de consumo, e algo a ser difundido em escala planetária. Com isso a Europa está abandonando seu propósito de existir em um mundo dominado pelos EUA que ele vê como um elefante numa loja de cristais, e se fechando em si mesma com suas fronteiras cercadas contra a ameaça da imigração.
O que eu penso ? Eu pretensiosamente acho que Zygmunt Bauman é um grande humanista, mas está equivocado nas suas soluções. Discuti isso com amigos em um fim de semana desses. O Estado mãe europeu, seja na França ou na Holanda dá sustento aos ‘‘excluídos’’ do sistema. Por serem sustentados sem esforço pelo Estado, os excluídos escolhem permanecer na situação em que se encontram sem trabalhar e sem estudar. Some-se a essa cabeça vazia o islamismo trazido pela imigração e temos uma bomba relógio, que já estourou parcialmente nas periferias de Paris, na Espanha e na morte de Theo van Gogh na Holanda por exemplo.
Enquanto isso, nos EUA, uma indiana vira presidente da Pepsi Co. E dois russos são os bilionários donos da maior empresa de internet do mundo.
O liberalismos tem seus defeitos óbvios, mas como reconhece o ex-primeiro ministro francês Michel Rocard em entrevista na Nouvel Observateur, existe hoje uma crítica do liberalismo que vem do próprio coração do sistema financeiro. Depois do Katrina em New Orleans, da Enron, da bolha imobiliária, essa auto-crítica promete mudar os paradigmas do mundo capitalista.
Eu pessoalmente acredito em compaixão, mas não acredito em um sistema que tire das pessoas a vontade de lutar e crescer. A Europa está se tornando um monstro produtor de papel e burocracia, preocupada em infantilizar seus cidadãos (by João Pereira Coutinho) dizendo o que devem comer e beber, tentando orientar cada aspecto de suas vidas e privando-os de responsabilidades. Eles deveriam se preocupar em criar uma economia que dê a cada um a oportunidade de se desenvolver, investir em ciência e tecnologia e erradicar o islamismo.
Com todo o horror que viveu e presenciou, Bauman não é dos mais otimistas. Seu ponto de vista sempre foi o do ‘‘underdog’’. Ele não vê seu trabalho como algo a ser discutido nos corredores do poder, mas dirigido às pessoas comuns que lutam para viver humanamente neste mundo. Apesar de afastado das suas origens marxistas, Bauman é um crítico virulento do liberalismo econômico, e alerta para o conceito de subclasse (underclass) que o sistema está criando. Em uma sociedade de consumo, diz ele, pessoas chafurdam em coisas, coisas fascinantes, coisas prazerosas. Se você se define pelo valor das coisas que você adquire e das coisas com as quais você se rodeia, ser excluído é humilhante. E vivemos em um mundo de comunicação, onde todos recebem informações sobre todos os outros. Existe uma comparação universal, e você não se compara só com seus vizinhos mas com gente de todo o mundo, e como o que é te apresentado como vida decente, própria e digna. É o crime da humilhação.
Acabei de ler um ensaio de Zygmunt Bauman sobre a Europa (Europa, uma aventura inacabada, editora Jorge Zahar).
Segundo o autor, a Europa, longe de ser uma denominação geográfica, é um conceito, algo sempre em construção. A Europa é o aprendizado de uma sociedade utópica e pacífica, criadora e cultivadora de cultura, aberta às diferenças, que vê o resto do mundo como um lugar de aventuras e desafios, e não como uma ameaça. Bauman considera que a onda liberal que assola a Europa (que começou com Margaret Tatcher e que agora chega à França de Sarkozy ) está destruindo o Estado do Bem Estar Social, que ele acredita ser a solução da subclasse criada pela sociedade de consumo, e algo a ser difundido em escala planetária. Com isso a Europa está abandonando seu propósito de existir em um mundo dominado pelos EUA que ele vê como um elefante numa loja de cristais, e se fechando em si mesma com suas fronteiras cercadas contra a ameaça da imigração.
O que eu penso ? Eu pretensiosamente acho que Zygmunt Bauman é um grande humanista, mas está equivocado nas suas soluções. Discuti isso com amigos em um fim de semana desses. O Estado mãe europeu, seja na França ou na Holanda dá sustento aos ‘‘excluídos’’ do sistema. Por serem sustentados sem esforço pelo Estado, os excluídos escolhem permanecer na situação em que se encontram sem trabalhar e sem estudar. Some-se a essa cabeça vazia o islamismo trazido pela imigração e temos uma bomba relógio, que já estourou parcialmente nas periferias de Paris, na Espanha e na morte de Theo van Gogh na Holanda por exemplo.
Enquanto isso, nos EUA, uma indiana vira presidente da Pepsi Co. E dois russos são os bilionários donos da maior empresa de internet do mundo.
O liberalismos tem seus defeitos óbvios, mas como reconhece o ex-primeiro ministro francês Michel Rocard em entrevista na Nouvel Observateur, existe hoje uma crítica do liberalismo que vem do próprio coração do sistema financeiro. Depois do Katrina em New Orleans, da Enron, da bolha imobiliária, essa auto-crítica promete mudar os paradigmas do mundo capitalista.
Eu pessoalmente acredito em compaixão, mas não acredito em um sistema que tire das pessoas a vontade de lutar e crescer. A Europa está se tornando um monstro produtor de papel e burocracia, preocupada em infantilizar seus cidadãos (by João Pereira Coutinho) dizendo o que devem comer e beber, tentando orientar cada aspecto de suas vidas e privando-os de responsabilidades. Eles deveriam se preocupar em criar uma economia que dê a cada um a oportunidade de se desenvolver, investir em ciência e tecnologia e erradicar o islamismo.
3 comments:
Fernando,
acho que naõ tem soluçaõ para as pessoas que vivem neste mundo. Acho que tem aperfeiçoamento.
Acima de tudo, acredito na liberdade, nos sonhos, na visão positiva, na esperança, na fé e finalmente, no livre arbítrio, e isso infelizmente não existe no mundo do Socialismo e congenêres.
Tenho que confessar que meu coração é socialista, pois gostaria que todos pudessem ter a condição de vida que tenho, mas será que todos iriam trabalhar e lutar o mesmo tanto que eu, será que todo mundo quer ser igual a mim? Minha alma diz que não, e acaba por vencer meu coração!
Tá faltando um pouco de auto estima nas pessoas, mas acredito que vamos conseguir superar isso futuramente.
acho que vc precisa ler mais um pouco sobre o islamismo.
trata do assunto, em seu texto, com radicalização e pouco conhecimento.
Fernando,
O problema da Europa não é o Islã, muito ao contrário ele já foi em várias vezes a solução para uma europa decadente. A visão de mundo de um Oriente médio de um ocidental, foi promovida pelos EUA, que dominam a região, roubando suas riquezas(petróleo), pregando uma falsa democratização, de um lugar que tem sua cultura tão ou mais antiga que a européia, dependendo do país, da localidade geográfica.
Não existem só homens bombas no Oriente Médio, assim como não existem só índios no Brasil, bem como o cristianismo não existe fora do ocidente!!!!
Infelizmente a falsa idéia de globalização destrói, nações, pessoas, história, em favor apenas dos países de centro, e de mega multinacionais que mandam no mundo atual, bem como disseminam a idéia de um ou outro modo mais correto de se viver, curiozamente este é o norte-americano, vc não acha que existe alguma coisa errada?????
Quanto a Bauman, parabéns pra ele, um cara super lúcido e sencivel!!!
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