Sunday, April 13, 2008

Sobre o Islã


Considero Ali Kamel um dos melhores jornalistas do país. Vemos seu trabalho todos os dias no Jornal Nacional, mas eu gosto mesmo é de ler as colunas que ele manda de vez em quando para O Globo. Lembro de uma das primeiras que eu li onde ele desmascarava uma por uma todas as empulhações que Michael Moore queria impingir com seu filme Fahrenheit 9/11.
Lembro também de seus artigos onde, com base nas estatísticas do IBGE, Ali Kamel desmontava completamente as teses de que negros são discriminados no Brasil, as mesas teses que serviram de base para as políticas de quotas raciais.
Em seu livro Sobre o Islã, Ali Kamel usa sua imensa capacidade de argumentação lógica de uma maneira clara, como sempre fez em seus artigos de jornal.
O livro, se divide em partes que se propõem a explicar os seguintes pontos:
Primeiro, que o Islã, o Cristianismo e o Judaísmo tem muito mais em comum do que sonha a maioria da população desinformada. As três religiões "do livro", de fato têm em Abraão um patriarca comum a todas elas. Cristo é respeitosamente mencionado no Alcorão como sendo um de uma longa linha de profetas enviados pelo único Deus.
Segundo que ao contrário do que se imagina, o Islã é uma religião pacífica, de devoção e humildade perante Deus. O Corão tem tantas passagens violentas, misóginas ou cruéis quanto a Torá ou o Antigo Testamento da Bíblia. São textos que devem ser interpretados segundo o contexto histórico em que foram escritos.
O terrorismo que vemos hoje todos os dias nas notícias de jornal é a ferramenta encontrada por uma minoria de fanáticos sedentos de poder que querem impedir a evolução do Islã e o livre arbítrio dos homens. São esses fanáticos que nada mais querem do que poder que fazem uma leitura completamente deturpada das escrituras para o fim que lhes é conveniente. E essa leitura equivocada, nascida com a Irmandade Muçulmana egípcia, se espalha feito fogo de palha no meio da multidão pobre e analfabeta do Oriente Médio.
Em seguida, Kamel defende a invasão do Iraque apesar de todos os erros que foram cometidos lá depois da invasão. Mostra que realmente haviam motivos para que se desconfiasse que o Iraque de Saddam viraria o próximo abrigo de Bin Laden e companhia, e que ao contrário do que se pensa, não houve unilateralismo dos EUA. George W. Bush na verdade lutou até o fim para conseguir o apoio das Nações Unidas para sua causa.
O livro de Ali Kamel ajuda a nos livrarmos de algumas idéias pré-estabelecidas, dessas que de tanto serem repetidas na mídia acabam se tornando verdades absolutas sem que ninguém verifique a procedência das informações.
O filme de Geert Wilders por exemplo transforma todos os muçulmanos em fanáticos assassinos. Embora eu defenda com unhas e dentes seu direito de dizer o que quiser, não concordo com as conclusões de seu filme e na verdade eu acredito mesmo que o que ele quer é aparecer, atrás dos votos dos descontentes com a imigração. O que ele merecia mesmo era um novo corte de cabelo.
Nunca é demais repetir, a primeiras vítimas do terrorismo islâmico são os próprios muçulmanos, famílias, homens, mulheres e crianças que vivem sob bombas, ameaças e preconceito.

2 comments:

patricia m. said...

Eu tb nao acredito que todos os muculmanos sao assassinos. So um idiota acreditaria. Eu tenho amigos muculmanos.

Mas acho importante o video de Geert. Ha a necessidade de se dar um choque na populacao europeia. E choques costumam ser violentos.

A Inglaterra acolheu radicais violentos EXPULSOS da Franca por puro idiotismo, na decada de 90. Esses mesmos radicais que explodiram seus cidadaos em um golpe para la de covarde.

Sabe aquele grupelho que mofou por 5 anos em Guantanamo? Vc os considera bonzinhos, inocentes? So por terem passado por Guantanamo, para mim mereceriam ser sumariamente deportados para seus paises de origem. Mas nao, um deles mora em um bairro ao lado do meu.

Chega de passividade. Chega de aceitar esses loucos. Alguns justos pagarao pelos pecadores, mas antes se salvem vidas pela expulsao e/ou condenacao desses loucos.

O Geert esta muito certo. Se isso servir para acordar os bovinos, eh muito bem vindo. E que venham mais filmes como esse, e que a populacao se volte contra esses malucos. E se impeca a entrada deles.

Para que ter o inimigo dormindo em nosso meio?

Alma said...

ocê está certa, a Europa não pode de maneira nenhuma em nome da multiculturalidade (aaargh) deixar que direitos essenciais de liberdade sejam pisoteados.
Mas há gente, como a saudosa e corajosa Oriana Fallaci que faziam isso com mais inteligência do que o Wilders.
Mesmo assim é bom que ele fale, e que os governos europeus se animem a explusarem os fanáticos que não respeitam seus valores.