Aconteceu hoje em Campo Grande. Um carro fechou outro no trânsito, o que acontece umas mil vezes por dia nesta cidade que tem um dos trânsitos mais mal educados e violentos do país. A fechada virou discussão. Durante a discussão, um dos motoristas, um jornalista de 60 anos pegou um revólver e disparou 5 tiros. O carro tinha outras quatro pessoas dentro. Os tiros atingiram o pescoço de uma criança de 2 anos e o maxilar de seu avô que estavam dentro do carro. A criança morreu no hospital durante a tarde de hoje.
Por um motivo estúpido, um homem de 60 anos, com certa experiência de vida para saber o que é importante ou não, deliberadamente destruiu em um segundo a própria vida, a vida de sua família, e a vida da família que perdeu a criança. Que apodreça na cadeia o resto dos seus pobres dias. Que queime no inferno pela eternidade depois.
O que mostra isso? A banalidade do mal.
Mas mostra também um sintoma pior de uma sociedade doente. Em São Paulo um pai joga o filho de um prédio de 18 andares e se joga atrás. Uma mãe esquece o filho por oito horas no banco de um carro no sol quente, e a criança morre.
Quando o preço da vida de uma criança se tornou tão barato? Porque são eles os primeiros a pagarem pelas neuroses, pela estupidez, pela boçalidade dos ditos "adultos"? De quantos João Hélio e Isabella Nardoni precisaremos?
3 comments:
Nossa, me deu até arrepios.
Li há pouco tempo uma matéria que afirmava estarmos nos tornando menos violentos (vou ver se acho para te mandar), mas atitudes assim deixam a dúvida.
No Brasil, bens materiais têm valor imensamente maior que a vida humana. Claro que essa banalização do mal é geral, não só podre mérito nosso, mas sinto que por falta de punição adequada em terras brasilis atigimos o ápice.
Beijos,
Cla
Fernando, entra no blog O Dono da Loja. Tem um post de dar calafrios, que já li e reli e não consigo acreditar, porque já não dá mais para acreditar, porque o mundo virou uma tela de cinema trash, de filme de terror constante, porque a gente não sai mais dessa eterna sexta-feira 13 e já nem sabe mais o que dizer.
É por essas e outras que sou contra o porte de armas por civis. Só a polícia deveria poder andar com armas.
'Tá bom, 'tá bom, andar com um objeto (seja ele qual for) é uma liberdade individual na qual o estado não deveria interferir, a menos que haja dano a terceiro.
Mas os riscos são muito grandes. As pessoas perdem a cabeça com muita facilidade. Ainda que o tal homem que matou a criança seja severamente punido (coisa que não vai, em se tratando de Brasil), nada, absolutamente nada vai devolver a vida da criança morta.
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