O Parlamento holandês caiu, e está agora negociando para formar um novo governo. A crise que se abateu sobre a Tweede Kamer tem sua origem em um braço de ferro entre a Ministra da Imigração Rita Verdonk e a deputada Ayaan Hirsi Ali.
Verdonk quer ser a Margareth Tatcher ou a Madeleine Albright holandesa. A Ministra de Ferro quer por ordem no barraco holandês e anda canetando vistos e passaportes à torto e à direito.
Por um estupidez burocrática, decidiu expulsar a deputada de origem somali do país porque esta teria mentido seu nome e idade quando pediu asilo à Holanda.
Ayaan Hirsi Ali nasceu em uma familia muçulmana na Somália. Foi circuncisada aos 5 anos. Fugiu de um casamento arranjado aos 23 quando sua família fugia da fome na Somália. Pediu asilo na Holanda, renunciou ao Islã e virou deputada. Denuncia veementemente o integrismo islâmico. Escreveu o roteiro do filme Submission criticando o tratamento dispensado às mulheres pelo Islã junto com o cineasta Theo van Gogh que seria depois assassinado por um fanático. Hirsi Ali transformou-se em um emblema da luta pelas liberdades individuais contra o fanatismo religioso. Mostrou que os holandeses tem tolerado o que é intolerável num Estado de Direito, e fez mais nesse sentido do que o governo holandês em 30 anos de imigração.
A imigração é a pedra no tamanco holandês e se Rita Verdonk fosse suficientemente inteligente veria que é muito melhor ter Ayaan Hirsi Ali ao seu lado do que expulsá-la do país.
Ah, as duas são do mesmo partido...
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
2 comments:
Me perdôe, mas nesta estou contra. Ela é uma populista que gosta de chamar atenção dizendo o que acha que vai chocar o mundo. É uma política, está aqui para dar o exemplo. Não sou fã da Verdonk, mas tampouco acredito que tenha agido erroneamente. Se é ela quem cria as leis, não pode abrir exceção, para quem quer que seja, principalmente dentro da própria casa, o VVD.
Se vc começa tentando botar ordem, mas usando dois pesos e duas medidas, ou seja, abrindo mão dessas leis para seus amigos ou colegas, como vai conseguir manter consistência?
Independente das ações da ministra serem efetivas ou não, ela procurou se manter firme na sua palavra. Só lamento que por pressão de outros políticos tenha sucumbido e voltado atrás. Foi aí que pecou, aos meus olhos. Mas é a política, não?!
Hirsi Ali não vai fazer falta. Ela não fazia nada, só reclamava do que achava que iria criar um bafafá. Acertou na mosca. Se a Verdonk é a Tatcher, a Hirsi é o Diogo Mainardi da Holanda.
Paula
Paula,
Sugiro esse artigo aqui da Elsevier:
ELSEVIER.nl - 'Hirsi Ali als oud vuil aan de dijk gezet'
http://www.elsevier.nl/nieuws/politiek/dossier/asp/dossier/290/hoofdstuk/4/index.html
Acho que às vezes a gente precisa de um "Diogo Mainardi" pra sacudir
Post a Comment