Em 1894, o capitão francês Alfred Dreyfus foi injustamente acusado de espionagem e de repassar informações militares aos alemães. Dreyfus, judeu alsaciano parecia ser o bode expiatório ideal para o caso. Foi degradado, condenado e enviado para cumprir pena na Ilha do Diabo, colônia penal francesa na Guyana. De 1895 a 1899 Dreyfus vai insistir sobre sua inocência, movimentando amigos, parentes e intelectuais incluindo Emile Zola que publicará uma famosa carta ao presidente Felix Faure intitulada “J’accuse!”. Ao final de seu processo, a França inteira estará dividida entre dreyfusards e anti-dreyfusards... Descobrirá-se ao longo das investigações que a espionagem saiu afinal do seio do Estado Maior francês. Dreyfus será reabilitado em 1906 e as acusações e sentença anuladas.
A França comemora o centenário dessa reabilitação como um evento símbolo da República. Um exemplo de como um Estado de Direito deve prestar contas a cada cidadão pelos seus atos, e de como um indivíduo tem o direito de lutar contra a truculência e a arbitrariedade do Estado.
Já tivemos nossos Dreyfus no Brasil. O último deles foi o caseiro Francenildo. Mesmo assim parece que não aprendemos a lição. Estamos prestes a reeleger o partido e o presidente que como nunca antes sapatearam nos conceitos republicanos, achincalharam as instituições do país, aparelharam ministérios e agências, e finalmente instalaram uma “cáfila de delinquentes” (nas palavras de Elio Gaspari) na liderança do governo.
Esquecer a lição dada por Dreyfus é relegar nosso futuro às mãos de mafiosos.
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3 comments:
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