Clint Eastwood conseguiu fazer dois filmes espetaculares, sobre a mesma batalha, Iwo Jima. Um visto pelo lado americano, e o outro pelos japoneses, um feito inédito e louvável.
No filme Flags of Our Fathers, Eastwood trata da mistificação do heroísmo da guerra, tal como fez em Os Imperdoáveis, onde toda a aura heróica dos pistoleiros do velho oeste desaparecia em covardia e brutalidade. Flags of Our Fathers é a história de uma foto, a famosa foto de Joe Rosenthal da bandeira americana sendo erguida no Monte Suribachi, publicada em todos os jornais dos Estados Unidos nos dias em que se seguiram à tomada de Iwo Jima. A imagem é a tradução do heroísmo e da coragem, e se transforma em uma máquina de propaganda para arrecadar mais fundos para a guerra. Os soldados protagonistas da foto são levados em triunfo por cidades americanas e recebidos em toda parte como heróis, quando tudo o que eles se lembram é do horror da guerra. Em tempos recentes, o exército americano tentou algo parecido com a recruta Jessica Lynch, ferida, detida e resgatada do Iraque. Parece que ainda não aprenderam
Ian Buruma, que escreveu na New York Review of Books sobre o filme diz que embora Eastwood mostre muito bem a vazio entre a realidade doentia da guerra e as estórias contadas depois, ele não nega a possibilidade de atos heróicos. No filme vemos Doc Bradley, um dos soldados, arriscando sua vida em um fogo cruzado mortal e rastejando para fora de seu buraco para resgatar um companheiro ferido. Diz Buruma que é um ato que não tem nada a ver com patriotismo, “fighting for freedom” ou qualquer coisa do tipo, e tudo a ver com simples decência, que é rara o suficiente para ser chamada de heróica.
No filme falado em japonês e encenado por atores japoneses (Ken Watanabe excelente), a base da narrativa são as cartas escritas por soldados e encontradas enterradas em Iwo Jima muitos anos depois da batalha. Escondidos em cavernas, vivendo em precárias condições e face à iminente batalha suicida, os japoneses dividem o pensamento entre a obsessão pela honra e pelo Imperador e a luta para sobreviver e pela própria individualidade. Em 36 dias de luta morreram 7.000 americanos e 22.000 japoneses em Iwo Jima. Vista pelo lado japonês, a guerra é ainda mais sem sentido. Clint Eastwood fez aqui um filme magistral.
No filme Flags of Our Fathers, Eastwood trata da mistificação do heroísmo da guerra, tal como fez em Os Imperdoáveis, onde toda a aura heróica dos pistoleiros do velho oeste desaparecia em covardia e brutalidade. Flags of Our Fathers é a história de uma foto, a famosa foto de Joe Rosenthal da bandeira americana sendo erguida no Monte Suribachi, publicada em todos os jornais dos Estados Unidos nos dias em que se seguiram à tomada de Iwo Jima. A imagem é a tradução do heroísmo e da coragem, e se transforma em uma máquina de propaganda para arrecadar mais fundos para a guerra. Os soldados protagonistas da foto são levados em triunfo por cidades americanas e recebidos em toda parte como heróis, quando tudo o que eles se lembram é do horror da guerra. Em tempos recentes, o exército americano tentou algo parecido com a recruta Jessica Lynch, ferida, detida e resgatada do Iraque. Parece que ainda não aprenderam
Ian Buruma, que escreveu na New York Review of Books sobre o filme diz que embora Eastwood mostre muito bem a vazio entre a realidade doentia da guerra e as estórias contadas depois, ele não nega a possibilidade de atos heróicos. No filme vemos Doc Bradley, um dos soldados, arriscando sua vida em um fogo cruzado mortal e rastejando para fora de seu buraco para resgatar um companheiro ferido. Diz Buruma que é um ato que não tem nada a ver com patriotismo, “fighting for freedom” ou qualquer coisa do tipo, e tudo a ver com simples decência, que é rara o suficiente para ser chamada de heróica.
No filme falado em japonês e encenado por atores japoneses (Ken Watanabe excelente), a base da narrativa são as cartas escritas por soldados e encontradas enterradas em Iwo Jima muitos anos depois da batalha. Escondidos em cavernas, vivendo em precárias condições e face à iminente batalha suicida, os japoneses dividem o pensamento entre a obsessão pela honra e pelo Imperador e a luta para sobreviver e pela própria individualidade. Em 36 dias de luta morreram 7.000 americanos e 22.000 japoneses em Iwo Jima. Vista pelo lado japonês, a guerra é ainda mais sem sentido. Clint Eastwood fez aqui um filme magistral.
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