Aqui estou eu de volta, já com uma casa (faltando ali um detalhe ou outro como um fogão), um carro, uma conta bancária, um telefone, e lá vou eu, crawling my way back in life.
Minha casa na Holanda era um show room do Ikea, com aqueles móveis baratos tipo monte você mesmo. Foi tudo vendido por lá mesmo, assim como minha mini geladeira, meu mini freezer, minha tv made in China...
Agora é tudo novo. E lá fomos nós em busca dos melhores preços da praça. E foi nessa que me vieram as seguintes reflexões sobre a economia brasileira...
O companheiro Luiz Inácio por ironia estava na Holanda essa semana. O homem surfa em uma onda de popularidade embalada pelo crescimento econômico brasileiro.
Lula herdou a estabilidade econômica do governo Fernando Henrique e soube mantê-la. A única coisa relativamente inteligente que seu governo fez foi manter petistas longe da economia.
Mas Lula herdou também uma taxa de juros estratosférica e um carga tributária que é uma verdadeira chave-de-braço no pescoço dos brasileiros. Só que Fernando Henrique atravessou uma crise atrás da outra entre 97 e 2002. Lula pegou o período de maior bonança da economia mundial em anos e não fez nada, só deixou o barco ir. E como a economia cresce?
Joelmir Beting, meu guru econômico, explica. Cresce porque pegou no tranco.
Cresce porque a economia informal cresce. Tanto que quando eu compro alguma coisa logo me perguntam se é com nota fiscal ou não. A pirataria está em cada esquina. Quem sofre é o mané que tenta trabalhar honestamente.
Cresce porque os brasileiros, aproveitando a estabilidade, acabaram privatizando por conta própria a educação dos filhos em escola particular, a saúde com planos da Unimed e outros, a segurança com os condomínios e prédios.
E cresce porque são empresas que estão financiando produção e consumo, não os bancos.
Entrei nas Casas Bahia essa semana e aquilo parecia a Caixa Econômica Federal de tanta gente esperando na fila do crediário para se endividar e pagar tudo em mil vezes sem juros.
No supermercado nessa páscoa venderam até ovo à prestação...
Ou seja, se pagarmos impostos não recebemos nada de volta do governo, nem saúde, nem estradas, nem educação e nem nada. Se formos pedir dinheiro aos bancos estamos atolados até o Juízo Final, já que a taxa de juros permanece proibitiva.
Como somos brasileiros e não desistimos nunca, tiramos o governo da equação e a coisa anda. A economia cresce.
Tire-se o PT do governo e quiçá andará melhor ainda.
6 comments:
Voce voltou? Bom, boa sorte!!! Ta morando onde, em Sampa?
Eu nao volto nao, hehehehehehe.
Voltei.
Da Holanda para Campo Grande, mato Grosso do Sul...Olha o choque de civilizações aê!
E você, não volta nem por um pão de queijo?
Beijo
Ahhhhhhhhhhh, Campo Grande... Vc trabalha com agribusiness, ne, havia me esquecido.
O premio para eu voltar tem de ser bem alto, haha. Lembra, eu trabalho com financas... ;-)
Você pode ver, é só aumentarem o salário mínimo, e o sujeito lá das casas bahia coloca diversos itens com prestações do mesmo tanto do valor que foi o aumento. Tá até na bíblia isso: o dinheiro do pobre é para o rico.
Ih, começou!
Será que você vai passar pelas 4 fases de adaptação como deve ter passado na Holanda?!
Beijim e boa sorte no crediário!
Beijim,
Cla
Hahahaha. "O dinheiro do pobre é para o rico".
Será que o pobre não deveria viver com os meios que tem? Ou será que todos não deveríamos viver com os meios que temos? Gastar mais do que se possui (o tal do crediário), não seria isso tambem uma afronta as leis "da biblia", não seria isso luxuria, inveja, devassidao...
Sera que o tal do pobre nao deveria aproveitar que o salario minimo aumentou, guardar metade no banco e depois de 2 anos poupando comprar o bem a vista?
Eh facil ser comunista, ne?
Esquecem que, se ha demanda, o preco do objeto devera se tornar mais caro. Nao?
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