Thursday, July 09, 2009
Carta aos jovens Democratas
Filiei-me aos Democratas em 1° de Abril deste ano. Alguém mais espirituoso diria que é um bom dia para se entrar na política. Não poderia culpá-lo, dado o bombardeio de más notícias que nos chega todos os dias de Brasília, expondo a infâmia dos que deveriam zelar por nossos interesses no Governo.
Não tenho parentes na política. Não sou rico e nem pretendo ficar à custa da política. Na verdade acho que seríamos todos mais felizes sem a política. E no entanto ela é inevitável.
A política é inevitável porque é através dela que a sociedade civil escolhe a melhor forma de fazer com que o Governo assegure os direitos inalienáveis de cada um, para que todos possam exercer seu ofício, zelar por sua família, seguir seu caminho, ir atrás de seus sonhos, cuidar de seu jardim e em suma, como Thomas Jefferson escreveu, buscar a felicidade.
Minha filiação em Abril teve um motivo. Dias antes eu ouvira um discurso da Senadora Kátia Abreu na Expogrande, em Campo Grande. Em seu discurso chamava os jovens a participar da política. Dizia a Senadora, que se as pessoas de caráter se recusassem a participar do processo político por medo de se “sujarem”, obviamente a qualidade da classe nunca iria melhorar.
Ela está certa. Platão disse que uma das punições por se recusar a participar da política é que estaremos sujeitos a ser governados por nossos inferiores.
Pois eu me decidi a participar da política junto com os Democratas. E porque eles? As razões estão todas no ideário do Partido.
Para mim, entre as mais importantes estão o compromisso com a liberdade, o combate à centralização do poder, a proteção contra a burocracia estatal e a desestatização da economia.
Vivemos tempos difíceis, especialmente na América Latina. Em diversos países, incluindo o Brasil, a mão do Estado avança, e a cada avanço diminuem nossas liberdades e direitos individuais.
Eu não acredito no Socialismo. E não só porque foi (e ainda é) uma ideologia responsável por milhões de mortes e pelo fim da liberdade na União Soviética, no Leste Europeu, na China, em Cuba, na Coréia do Norte, na África e em outros lugares. Eu não acredito no Socialismo porque não acredito que um indivíduo possa delegar sua consciência a uma causa ou a um partido. Por lutarem em nome da utopia do paraíso socialista, seus ideólogos se crêem dotados de uma moral superior, o que lhes dá o direito de agir como bem entendem, inclusive dispondo das vidas e mentes de seus militantes, silenciando a todo custo os que não compartilham as mesmas idéias e agindo hoje exatamente contra o que pregavam ontem.
O Socialismo antigo aparece hoje disfarçado como Estatismo, usando a democracia para estender seus tentáculos em toda a sociedade, na economia, na política e até em nossas vidas privadas.
Eu não acredito que o Estado deva querer administrar empresas, porque, a história mostra, experiências assim são fartos exemplos de incompetência e corrupção.
Também não acredito que o Estado deva me sustentar, me dizer o que devo ler, o que devo comer, ou como educar meus filhos. Se assim fosse, que objetivo teríamos na vida?
Indivíduos são dotados de livre arbítrio. Citando o Papa Bento XVI, que falou aos jovens em Colônia: “A vida não é uma mera sucessão de fatos e experiências, por mais úteis que muitos deles se possam revelar. Mas é uma busca da verdade, do bem e da beleza. É precisamente para tal fim que fazemos as nossas opções, exercemos a nossa liberdade e nisso mesmo, isto é, na verdade, no bem e na beleza, encontramos felicidade e alegria.”
É fundalmentalmente a razão pela qual escolhi os Democratas, para defender uma sociedade onde indivíduos sejam livres para decidirem a própria vida, com um Estado que exista apenas para garantir seus direitos.
Voltando ao ponto de partida, corrupção infelizmente não escolhe partido. Mas nos anos que se passaram desde a redemocratização, eu vi, e todos puderam ver, os Democratas expulsando de seus quadros as ervas daninhas, enquanto os que se julgavam portadores da bandeira da ética passaram a mão na cabeça de aloprados.
E todas as vezes em que aloprados atentaram contra nossos direitos e liberdades e abusaram da nossa boa-vontade, as vozes que se insurgiam eram as de Kátia Abreu, Rodrigo Maia, ACM Neto, Abelardo Lupion, Ronaldo Caiado, Onyx Lorenzoni, Jorge Bornhausen e tantos outros.
A estes, meus mais sinceros agradecimentos.
Aos jovens, saudações democratas,
Fernando Sampaio
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9 comments:
Tava pensando em fazer isso, hoje. Agora, depois de ler o seu post, fiquei chateado por não ter assinado minha filiação logo.
Aqui no DF a política é uma nojeira. Tá, em todo o Brasil, é. Mas aqui, 'ispicialmente", a coisa é de lascar. Uma coisa é certa: DEM ou o PSDB, em um dos dois irei filiar-me.
Tomara que sua energia contagie os outros, Fernandinho. Sou a favor a democracia, fui pra rua pedir Diretas-Já (era uma adolescente, desconta na idade tá?). Assim, o que vale pra mim é o engajamento do cidadão e a liberdade de expressao. Não sou DEM,não sou PT, não sou PSDB. O Brasil precisa de uma reforma política. Sou parlamentarista e acredito na força da democracia.
Acreditar no socialismo realmente é dificil. Tão pouco acredito no capitalismo: acho bizarro ver empresas de países capitalistas (vide USA)com pires na mão pedindo dinheiro para o estado. Aliás, os USA são tão protecionistas, desenvolvem tantas barreiras pra a livre concorrencia, que me pergunto o que eles são.Socializar prejuizos e privatizar lucros? Bom né?:)
Mas o que realmente importa é que você vai fazer diferença, onde estiver. Você é o Fernandinho, pô!
bjos
É aquela coisa, se vc tem um ideal e ele se encaixa no perfil do partido, tem mais é que se filiar e fazer participar de alguma forma.
Parabéns, Fernando, por ter acertado em cheio na sua escolha. Perfeita identidade!
Só lembrando, Fernando: a bancada ruralista (Ronaldo Caiado) e os industriais do textil (Jorge Bornhausen)são grandes defensores dos subsídios do governo. Além do mais, o PFL tirou o "L" da sigla não foi por acaso.
Jether: obrigado pela sugestão, já está postada;
Zé: tem mais é que participar mesmo, vá em frente;
Sandrinha: acredito no parlamentarismo também, só precisamos é melhorar a qualidade dos nossos parlamenares não é? E acredite se quiser, o estatismo está avançando como nunca com o companheiro Obama;
Everardo: vai se filiar ao PC do B e comentar no blog do Zé Dirceu, sai do meu pé xulé. E mande algum declaração d Caiado ou do Bornhausen defendendo subsídio estatal se você achar...
Pitango: fi a mesma coisa que eu pensei;
Fernando, estou usando o espaço democrático. Não sou nem pretendo me filiar ao PCdoB. Subsídios ao crédito, seguro oficial, estoque de segurança, preço mínimo, pressão sobre outros países (os outros liberais, no sentido de reduzirem sues subsídios), barreira alfandegária para os outros, crédito e redução de IPI para equipamentos...a lista é enorme e é sobre isso que a bancada ruralista se debruça. No que estou errado? E lá no BLOG do Zé Dirceu também tem muita gente só puxando o saco, aplaudindo...
Oi Fernando,
Tenho pensado muito em me filiar a um partido político depois que voltar ao Brasil. Não sei a qual me filiaria, mas não creio que seria o DEM.
De qualquer forma, gostaria de felicitá-lo pela sua atitude. Acredito em pessoas, não em partidos. Em um país que se notabiliza por uma classe média absolutamente apolítica, é excelente ver alguém jovem e com bons ideais envolvendo-se na política. É através da política que podemos melhorar esse mundo e o nosso Brasil.
Faço votos para que você consiga influenciar outros com os ideais justos e modernos que você abraça.
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