O turco Orhan Pamuk ganhou o Nobel de literatura no ano passado. Li agora Neve, um de seus romances.
Neve conta a história de um poeta chamado Ka, que depois de muitos anos no exílio na Alemanha regressa à Istambul para o enterro da mãe. Depois decide voltar à sua cidade natal, Kars, na longínqua fronteira com a Geórgia sob o pretexto de investigar as eleições e uma onda de suicídios entre as jovens muçulmanas da cidade. Na verdade Ka quer se reencontrar com um amor de sua juventude, Ipek.
Uma nevasca isola Kars do resto do mundo. Com os islamitas em primeiro lugar na corrida eleitoral, um velho ator nacionalista decide dar um dramático golpe de estado apoiado pelas tropas locais.
No romance, Pamuk transforma a cidade de Kars fechada ao mundo pela neve, em um microcosmo que nada mais é do que um retrato da desorientação da Turquia atual. Oscilando entre Europa e Oriente, entre a herança laica de Kemal Atatürk e o islamismo fundamentalista, entre democracia e despotismo, a Turquia hoje vive dilacerada entre seus próprios dilemas.
O ultra nacionalismo que pretende defender a Turquia do islamismo radical também é o mesmo que se recusa a reconhecer o genocídio dos armênios. O islamismo crescente recusa a democracia européia e o laicismo do Estado turco.
Ka, colhido de surpresa pelo golpe se torna involuntariamente um de seus personagens principais. Entre nacionalistas, curdos, islamitas, comunistas e armênios, vendo a neve cair, Ka começa a reescrever poemas, o que não conseguia desde que tinha saído da Turquia. E percebe que no meio deste caos de mundo, que a verdadeira felicidade está em ficar ao lado de quem se ama. E que as pessoas, como os flocos de neve, nunca serão iguais umas às outras já que são tantas e tão diferentes as condições que determinam a forma de cada um. Um livro cheio de poesia e drama sobre um dos temas mais importantes da atualidade, no lugar que é a fronteira do que chamamos hoje de choque de civilizações.
Neve conta a história de um poeta chamado Ka, que depois de muitos anos no exílio na Alemanha regressa à Istambul para o enterro da mãe. Depois decide voltar à sua cidade natal, Kars, na longínqua fronteira com a Geórgia sob o pretexto de investigar as eleições e uma onda de suicídios entre as jovens muçulmanas da cidade. Na verdade Ka quer se reencontrar com um amor de sua juventude, Ipek.
Uma nevasca isola Kars do resto do mundo. Com os islamitas em primeiro lugar na corrida eleitoral, um velho ator nacionalista decide dar um dramático golpe de estado apoiado pelas tropas locais.
No romance, Pamuk transforma a cidade de Kars fechada ao mundo pela neve, em um microcosmo que nada mais é do que um retrato da desorientação da Turquia atual. Oscilando entre Europa e Oriente, entre a herança laica de Kemal Atatürk e o islamismo fundamentalista, entre democracia e despotismo, a Turquia hoje vive dilacerada entre seus próprios dilemas.
O ultra nacionalismo que pretende defender a Turquia do islamismo radical também é o mesmo que se recusa a reconhecer o genocídio dos armênios. O islamismo crescente recusa a democracia européia e o laicismo do Estado turco.
Ka, colhido de surpresa pelo golpe se torna involuntariamente um de seus personagens principais. Entre nacionalistas, curdos, islamitas, comunistas e armênios, vendo a neve cair, Ka começa a reescrever poemas, o que não conseguia desde que tinha saído da Turquia. E percebe que no meio deste caos de mundo, que a verdadeira felicidade está em ficar ao lado de quem se ama. E que as pessoas, como os flocos de neve, nunca serão iguais umas às outras já que são tantas e tão diferentes as condições que determinam a forma de cada um. Um livro cheio de poesia e drama sobre um dos temas mais importantes da atualidade, no lugar que é a fronteira do que chamamos hoje de choque de civilizações.
2 comments:
Eu quero estar viva para ver as mudancas do mundo islâmico acontecendo. Já tinha planejado ler algum livro do Pamuk, principalmente desde que ganhou o Nobel de Literatura ano passado. Talvez escolha Neve (cê leu em inglês?), mas estou tentada a escolher The black book. Confesso estar totalmente fascinada por autores islâmicos ultimamente. No momento leio Reading Lolita in Tehran, de uma escritora iraniana chamada Asar Nafisi.
Para mim entender como as mulheres vivem em países distantes me ajuda a entender o mundo que vivemos. Homens trabalham, cacam, sustentam suas famílias, vao à guerra. Em qualquer lugar a rotina masculina se repete, mas com mulheres a banda toca diferente.
Continue com os posts ótimos (só me irrito um pouquinho quando você resolve escrever sobre política nacional, hehe).
Beijos,
Clarisse
Oi Clá, li Neve em portugues mesmo (presente de Natal). Realmente ler o que acontece na cabeça dos muçulmanos ajuda a entendê-los bem mais. E ainda mais quando são mulheres que escrevem, que normalmente não podem nem se expressar. Vou ler depois o Caçador de Pipas de Khaled Housseini, já ouviu falar? Foi bem recomendado.
E sobre política nacional, bem... Debatendo é como se evolui o pensamento, não é?
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