Tuesday, November 04, 2008

O fim do jornalismo 2


Sobre meu post O Fim do Jornalismo, a amiga Clarisse escreveu: "Prefiro assim, abertamente parcial, a todas as propagandas mascaradas de nosso jornalismo brasileiro."
O comentário concentra uma verdade e um equívoco, ambos importantes.
A verdade é que a Clarisse, que é jornalista e sabe do que fala, tem absoluta razão quando diz que os meios de comunicação poderiam e até deveriam ser abertamente parciais em suas escolhas políticas. É do jogo, e é perfeitamente saudável para o debate democrático.
O equívoco é acreditar que eu estou criticando a mídia americana por escolher Obama. Não é verdade. Minha crítica, e a de Victor Davis Hanson, é para os jornalistas que por sua escolha política deixam de fazer o seu trabalho.
O jornalismo liberal americano blindou Barack Obama de tal forma que ninguém se dá mais ao trabalho de investigar sua vida. Qualquer acusação contra o homem é descartada por ser racismo ou reacionarismo. E agora o país está prestes a eleger um homem do qual se conhece muito pouco além de suas promessas de igualdade e mudança.
No Brasil, o jornalismo, em sua imensa maioria petista, nunca foi a fundo no trabalho de averiguar as relações incestuosas entre o PT e as empresas de telefonia, ou entre Lulinha e o governo, ou entre Lula e os mensaleiros. Tudo porque qualquer comentário ou acusação contra o presidente seria fruto de preconceito da elite branca contra o operário.
Jornalista pode ter partido? Pode sim, mas cada um no seu quadrado. Se não deixa o lugar no jornal e vai virar piqueteiro.

1 comment:

Marie Tourvel said...

Mesmo porque já vimos este filme, não vimos, Fernando. Aliás, estamos vivendo este filme.
Um beijo