Tuesday, January 27, 2009

O ônibus dos insensatos


Lendo João Pereira Coutinho na Folha me deparei com essa inacreditável campanha de associações ateístas que começou na Inglaterra e agora pretende se espalhas pelo resto da Europa.
A campanha intitula-se atheist bus (http://www.atheistbus.org.uk/) e está espalhando cartazes nos ônibus urbanos de cidades do Reino Unido com a frase: "Deus provavelmente não existe, então pare de se preocupar e aproveite a vida." Ah, já há camisetas também.
A primeira pergunta é porque essa turma, já que não tem o que fazer, não enfia o dedo no rabo e cheira em vez de gastar dinheiro com campanha publicitária. Tá certo que até o Obama reconheceu a América como uma nação de cristãos, muçulmanos, hindus e non-believers, mas o que você tem a ver com o fato de outra pessoa acreditar ou não em Deus?
Mas a resposta eu conheço. Na verdade, ateístas se acham mais iluminados do que o resto da plebe ignara, então devem estar se sentindo no dever de espalhar a luz aos que vivem no obscurantismo religioso, c'est à dire, os outros 99% da humanidade.
A segunda pergunta é sobre aquele "provavelmente não existe" na frase do ônibus. O quê? Alguma dúvida bateu na última hora? Porque não simplesmente "Deus não existe?".
Citando Chesterton, JP Coutinho diz: "Quando os Homens não acreditam em Deus, eles não passam a acreditar em nada; eles acreditam, antes, em qualquer coisa." Não é à toa que Richard Dawkins, o profeta da igreja ateísta acredita em deuses astronautas.
A terceira pergunta é sobre o aproveite a vida. Como se vê, por essa lógica boçal, Deus é um empecilho para que os homens aproveitem a vida, como se não fôssemos dotados de livre-arbítrio durante nossa curta existência.
...oda-se o próximo, o negócio é se divertir. Tire-se Deus da equação, e como disse Dostoiévski, tudo é permitido. Matar judeus, abortar, orgia com menores, liberalização de drogas, no problem.
A campanha do ônibus não é como querem os ateístas, o triunfo da razão. É o triunfo do relativismo cretino que assola o Ocidente.
Não se trata de provar ou não a existência de Deus, trata-se de demolir qualquer limite de comportamento criado durante séculos de tradição judaico-cristã.
É um tiro nas costas da civilização ocidental.

10 comments:

Augusto Araújo said...

Esses ateístas militantes já estão ficando mais chatos que os vermelhinhos e os carolas juntos.

Alice said...

Na Itália eles afirmam que Deus não existe. Dá só uma olhada:
http://4.bp.blogspot.com/_s7fxIbBSH6U/SWybx1o6GWI/AAAAAAAAAo8/JAe4YgxlOpI/s1600-h/bus-genovajpg
Se o Edir e cia. ltda. podem fazer propaganda não vejo porque os ateus não podem, caro Fernando.
Deixa o povo!

Marie Tourvel said...

Não escondo de ninguém que não acredito em Deus, mas esses ateus militantes me dão nojo. Toda militância é chata e burra.
Mas falemos de coisas mais bacanas... tudo bem por aí?

Beijos!

bete p.silva said...

Fernando, amplie:

http://rubensosorio1.blogspot.com/2009/01/pra-no-dizer-que-sou-coerente.html

Veja inclusive os comentários, surgiu algum debate interessante por lá.

AC said...

E o mais assustador: essa camapnha foi barrada pelos muçulmanos que... se sentiram ofendidos. Veja só. Não tenho certeza se ela acabou mais cedo, mas li que houve um "veemente protesto da comunidade islâmica" e, vc sabe como é, nesse caso, cabeças podem rolar e bombas explodir.

Leila Silva said...

Bom, visitei o site e gostei bastante, inclusive explicam o ‘probably’ :

Why only ‘probably’ no god?

As with the famous Carlsberg ads (‘probably the best lager in the world’), ‘probably’ helps to ensure that our ads will not breach any advertising codes Committee of Advertising Practice advised the campaign that “the inclusion of the word ‘probably’ makes it less likely to cause offence, and therefore be in breach of the Advertising Code.”

Ariane Sherine has said, ‘There’s another reason I’m keen on the “probably”: it means the slogan is more accurate, as even though there’s no scientific evidence at all for God’s existence, it’s also impossible to prove that God doesn’t exist (or that anything doesn’t). As Richard Dawkins states in The God Delusion, saying “there’s no God” is taking a “faith” position. He writes: “Atheists do not have faith; and reason alone could not propel one to total conviction that anything definitely does not exist”. His choice of words in the book is “almost certainly”; but while this is closer to what most atheists believe, “probably” is shorter and catchier, which is helpful for advertising. I also think the word is more lighthearted, and somehow makes the message more positive.’

Anonymous said...

Realmente não entendi essa sua revolta contra essa propaganda. Concordo com a Alice que de propaganda usando a religião com marketing está em toda a parte, olha o Brasil aí. Você mesmo acha graça das ignorancias que falam, mas é nisso que o povo acredita. Deus é desculpa. Você foi muito drastico desta vez demonstrando um desabafo sem muita visão. Não tô defendendo o anúncio, tudo hoje é motivo de bomba. Estou criticando você que sempre foi coerente e sensato. Não sou muito boa de escrever, vem aqui que eu dou o sermão.

Guillaume said...

Bertrand Russel já afirmava: assim como não se pode provar que o deus cristão não existe, também não se pode provar que Zeus, ou Hermes não existam. Daí ele dizer que quando estava entre intelectuais era forçado, por argumento lógico e racional, a declarar-se agnóstico, mas se estivesse entre leigos simplesmente dizia que era ateu, para não complicar demais as coisas. Daí, o "probably" usado na campanha. Também deve haver alguma questão jurídica, pois a coisa mais fácil na Inglaterra é ser processado por difamação (“libel”). O "probably" protege a associação do ônibus deste processo. Vocês já escutaram político inglês falando. É uma sucessão de "apparently", "to the best of my knowledge" e muitas outras expressões de incerteza para evitar a vir ter que responder judicialmente por uma afirmação direta.

liberdade de expressão said...

Defendo a liberdade de expressão, claro. Mas concordo com o post. Esses ateístas militantes pentelhos, devotos de São Richard Dawkins, e seu complexo de superioridade, são realmente um pé no saco.

liberdade de expressão said...

Defendo a liberdade de expressão, claro. Mas concordo com o post. Esses ateístas militantes pentelhos, devotos de São Richard Dawkins, e seu complexo de superioridade, são realmente um pé no saco.

http://liberdadedeexpressao.multiply.com