Wednesday, August 19, 2009

Assassinando a honra II


Trechos do editorial da revista do Clube Militar de julho, assinado pelo Gen. Ex. Gilberto Barbosa de Figueiredo (http://www.clubemilitar.com.br/):

1. Os homens se deixam de tal forma dominar pelas necessidades do momento, que aquele que saiba enganar achará sempre quem se deixe enganar (Maquiavel). Nunca na história deste país se fez tão pouco caso da honra, de tal maneira se desprezou a ética, tanto se usou de meios escusos para corromper, para enlamear instituições, para comprar consciências. A amarga sensação que fica é a da total perda, por parte de um grande número de homens públicos, de qualquer noção de honestidade, de dignidade, de honradez.

2. O atual governo abandonou completamente o decoro no trato da coisa pública e partiu para o uso de um verdadeiro rolo compressor, comprando tudo e todos a sua volta, desde que possam, de alguma forma, interferir em seus objetivos. Não satisfeito em aliciar parlamentares para sua base de sustentação política e populações desassistidas para aumentar suas possibilidades eleitorais, o governo trata, também, de evitar qualquer problema nas ruas, em termos de manifestações públicas de desagrado contra os muitos desvios de ética praticados por seus correligionários e aliados.

3. Com a prática da compra indiscriminada de todos que possam atrapalhar os desígnios do governo, este foi perdendo todos os escrúpulos. Conseguindo manter níveis elevados de popularidade, julga-se acima do bem e do mal, capaz de tudo, inclusive de defender crimes praticados por aliados, pouco se importando com a ética e com a moralidade pública. Pouco se importando com a evidência de que está corrompendo os brios de toda uma nação que, em um dia não tão distante, teve orgulho de se proclamar brasileira.

N.B. (Nota do blog): a ilustração traz instruções para um seppuku, ritual japonês bastante recomendado para casos de desonra. Fica a dica pro bigode e pro pessoal da bancada governista.

2 comments:

Anonymous said...

Não há honra para que se possa seguir instruções querido.

Everardo Ferreira said...

Quando o Genenral fala em "abandonar" fica claro que ele considera que "antes" as coisas eram movidas a honradez e seriedade no trato da coisa pública. E eu digo que a grande maioria dos militares é, de fato, merecedora do nosso respeito. Mas, não todos. E não todos os que assumiram posições no governo. Não todos os que ocuparam posições chaves no governo. Se ele está fazendo comparações com o governo militar, ou não conhece, ou não quer admitir que, também nele, havia corrupção.