Sunday, August 02, 2009

Dobrando o cabo


Passei a semana enfurnado nos sertões do Mato Grosso do Sul, sem acesso à internet, telefone, televisão e itens de higiene pessoal.
Nesse ínterim completei 34 anos de idade (28/07). Fosse um navegador, estaria eu dobrando o Cabo da Boa Esperança.
Minha idade de fazer milagres passou.
Passamos do projeto de mudar o mundo ao mais modesto projeto de não deixar que o mundo nos mude.
Há tantas coisas a fazer, e no entanto, o que não me acontecia antes, começam me a faltar força, vontade, coragem. Começam a aparecer dores nas costas e nos músculos que não existiam antes, sinais de pressão alta, cansaço, gastrite, preguiça. Trocamos a paz mundial por uma cerveja gelada e uma bunda grande.
Talvez se cada um vivesse sua vida em paz o mundo não seria esse mundo velho sem porteira. No campo a vida parece bem menos complicada. Acordamos na aurora, tomamos café quente, trabalhamos e cansamos os braços, comemos arroz, feijão, mandioca e carne, dormimos no alvorecer. E vivemos simplesmente.
No fim, o que há de nos matar é o stress. Na roça, há gente de cem anos que nunca comeu nada que não fosse feito na banha de porco. Sem preocupações com o colesterol ou o aquecimento global..
Eu só quero agora uma boa esperança, de paz na terra aos homens de boa vontade.

4 comments:

Sandra Leite said...

Fernandinho

"Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta"

Parabéns, querido! Que sua irreverência continue! Bons goles de café, infinitas taças de vinho. Cerveja? Sim
Paz mundial? A partir de nós. Aprendemos que o que queremos mudar - e precisamos - está nas suas mãos. E isto é tenebroso!:)

Continue a alegrar nossas vidas.

Felicidades com 3.4 e corpinho de 3.3!

beijos

Zé Costa said...

Precisam de professores de história, aí? rsrsrrsrsrss!

Bom retorno!

Everardo Ferreira said...

Você tem razão, Ferando. Esse consumismo desenfreado, que está liquidando a natureza em busca do lucro e da acumulação, está liquidando a verdadeira felcidade humana. Mas, ainda há tempo.

Lelê Carabina said...

Parabéns atrasado! =] "Passamos do projeto de mudar o mundo ao mais modesto projeto de não deixar que o mundo nos mude." Ainda bem, não?