Saturday, August 29, 2009

Gran Torino


Walt Kowalski é de um tempo onde jovens reverenciavam os mais velhos, carros de verdade eram fabricados nos Estados Unidos, comunistas eram inimigos, homens respeitavam as mulheres, ganhavam a vida trabalhando e um senso de honra e dignidade ainda existia.
Obviamente ele não entende muito as mudanças do mundo globalizado, a multiculturalidade, o bem estar social e todas as baboseiras da era Obama e politicamente correta.
Curiosamente, é no tradicionalismo dos seus vizinhos imigrantes que ele encontra algum conforto, mais do que na própria família.
E é tentando resolver do seu jeito a encrenca em que o seu jovem e problemático vizinho imigrante se meteu. Nessa briga, ele vai acabar recuperando um pouco da dignidade perdida e se redimindo de um passado que o assombra desde os tempos da Guerra da Coréia.
Clint é ainda um dos melhores diretores (e atores broncos) da atualidade. Gran Torino é excelente.

1 comment:

Everardo said...

Em 1960, o economista Stuart Chase publicou na revista Progressive um artigo que descrevia as saudades da guerra da Coréia, por parte dos americanos “prejudicados” com o fim da guerra. Afinal, 10% do orçamento público americano era para a indústria bélica, o maior empregador do país. Quando do anúncio do “sucesso” na operação que matou Kennedy, em novembro de 1963, a euforia tomou conta da Bolsa de Wall Street, refletida no vibrante discurso do Senador Hickenlooper, conclamando para o rearmamento contra o “comunismo”. E uma das primeiras ações do vice-nazista Johnson foi iniciar a guerra genocida do Vietnã, e patrocinar as “revoluções” na América Latina. Tem gente que ainda tem saudade dos “bons e velhos tempos”... Mas, o povo americano compreendeu que está na hora de mudar a “ética”.