Sunday, April 29, 2007
5 x Kate Moss
Fotos de Kate Moss sendo leiloadas na Christie's em Londres. Já falei aqui contra a magreza dela e das modelos em geral mas não dá para negar a beleza plástica destas fotos. Elegância nua.
Freakonomics
Este livro de Steven Levitt, à primeira vista pode parecer uma curiosidade, algo como cultura inútil. O que professores do Michigan têm a ver com lutadores de sumô no Japão? Ou o que a Klu Klux Klan tem a ver com o mercado imobiliário? Estaria a criminalidade relacionada ao aborto? Quem é discriminado no Weakest Link?
A verdade é que este livro é muito mais do que cultura inútil.
Todos os dias nós, pais, empresas, governantes, temos problemas a resolver e decisões a tomar. Nossas decisões baseiam-se em dados que recolhemos de pesquisas, estatísticas, publicações ou do que percebemos como sabedoria convencional.
Acontece que pais não sabem por exemplo que estatisticamente é mais perigoso deixar o filho bricar na casa de um amigo que tem piscina do que na casa de um amigo cujo pai tem uma arma. Políticos não sabem que a quantidade de dinheiro gasta na campanha não tem relação com o resultado da eleição. Ou que a queda da criminalidade hoje pode estar mais relacionada com a liberação do aborto há 15 anos atrás do que com novas políticas de segurança.
Este livro, como o próprio autor afirma está londe de pretender ser um guia moral para qualquer coisa. De fato, um pai preocupado pode mandar o filho brincar na casa do amigo com piscina porque o ambiente ali é melhor, mais alegre talvez do que na casa onde há uma arma. Não é porque houve uma relação entre aborto e queda da criminalidade que vamos sair por aí esterilizando pobres. Freakonomics é sobre como ler números, como organizar dados e como aprender a pensar logicamente, distinguindo correlações de relações de causa.
Para quem se interessar tenho uma cópia em .pdf que posso enviar por email!
A verdade é que este livro é muito mais do que cultura inútil.
Todos os dias nós, pais, empresas, governantes, temos problemas a resolver e decisões a tomar. Nossas decisões baseiam-se em dados que recolhemos de pesquisas, estatísticas, publicações ou do que percebemos como sabedoria convencional.
Acontece que pais não sabem por exemplo que estatisticamente é mais perigoso deixar o filho bricar na casa de um amigo que tem piscina do que na casa de um amigo cujo pai tem uma arma. Políticos não sabem que a quantidade de dinheiro gasta na campanha não tem relação com o resultado da eleição. Ou que a queda da criminalidade hoje pode estar mais relacionada com a liberação do aborto há 15 anos atrás do que com novas políticas de segurança.
Este livro, como o próprio autor afirma está londe de pretender ser um guia moral para qualquer coisa. De fato, um pai preocupado pode mandar o filho brincar na casa do amigo com piscina porque o ambiente ali é melhor, mais alegre talvez do que na casa onde há uma arma. Não é porque houve uma relação entre aborto e queda da criminalidade que vamos sair por aí esterilizando pobres. Freakonomics é sobre como ler números, como organizar dados e como aprender a pensar logicamente, distinguindo correlações de relações de causa.
Para quem se interessar tenho uma cópia em .pdf que posso enviar por email!
Bosch
Ainda não descobri porque a Holanda durante a sua história acabou revelando tantos e tão talentosos pintores. É claro que um ambiente econômico favorável sempre ajuda o mecenato. Em parte isso explica a chamada Época de Ouro no Século XVII quando a Holanda era uma das maiores potências econômicas do mundo. Em um século a Holanda produziu Rembrant, Vermeer, Claeszoon, Nicolas Maes e vários outros. Mesmo assim, depois dos gloriosos anos dourados holandeses ainda viriam Alma-Tadema, Breitner, Van Gogh, de Kooning. É impressionante quanta arte este país já produziu.
Mas antes disso, bem antes, no final do século XV surgiu um pintor na Holanda cujos quadros me fascinam desde que aprendi o que era pintura. Seu nome era Hieronymus Bosch, e resolvi escrever sobre ele por ter visitado s’Hertogenbosch, a simpática cidade na província de Brabant onde o pintor nasceu a cerca de 1450. Quando tinha uns 13 anos, Bosch viu sua cidade ser horrivelmente destruída por um incêndio. Hoje, com sua catedral, o mercado, suas casas e canais preservados, a cidade que os holandeses chamam de Den Bosch é um ótimo lugar para se fazer compras e para se comer umas espécie de carolina gigante cheia de chantilly, especialidade local.
Em algumas lojas se encontram souvenires relacionados ao pintor. Seus quadros cheios de minuciosos detalhes são um deleite para a imaginação. Seus estranhos mundos são povoados de criaturas fantásticas, seres torturados, tentações eróticas e pesadelos, máquinas e demônios completamente delirantes.
Bosch pertencia à Irmandade de Nossa Senhora, uma organização ultra-religiosa holandesa e usava seu trabalho para retratar as tentações, a imoralidade e a fraqueza do homem face ao mal.
Bosch já era surrealista muito antes de Salvador Dali.
Mas antes disso, bem antes, no final do século XV surgiu um pintor na Holanda cujos quadros me fascinam desde que aprendi o que era pintura. Seu nome era Hieronymus Bosch, e resolvi escrever sobre ele por ter visitado s’Hertogenbosch, a simpática cidade na província de Brabant onde o pintor nasceu a cerca de 1450. Quando tinha uns 13 anos, Bosch viu sua cidade ser horrivelmente destruída por um incêndio. Hoje, com sua catedral, o mercado, suas casas e canais preservados, a cidade que os holandeses chamam de Den Bosch é um ótimo lugar para se fazer compras e para se comer umas espécie de carolina gigante cheia de chantilly, especialidade local.
Em algumas lojas se encontram souvenires relacionados ao pintor. Seus quadros cheios de minuciosos detalhes são um deleite para a imaginação. Seus estranhos mundos são povoados de criaturas fantásticas, seres torturados, tentações eróticas e pesadelos, máquinas e demônios completamente delirantes.
Bosch pertencia à Irmandade de Nossa Senhora, uma organização ultra-religiosa holandesa e usava seu trabalho para retratar as tentações, a imoralidade e a fraqueza do homem face ao mal.
Bosch já era surrealista muito antes de Salvador Dali.
Yeltsin
O governo de Boris Yeltsin, o primeiro presidente russo eleito por voto popular depois do desmoronamento da União Soviética foi em muitos aspectos um desastre. Sua terapia de choque para fazer a Rússia transformar-se em uma economia de mercado causou um colapso social e econômico que afetou grande parte da população. Enquanto isso, a corrupção proliferava e imensas falcatruas foram realizadas com a privatização do patrimônio soviético. No final de seu governo, o índice de aprovação de Bóris Yeltsin entre os russos era de 2%.
Mesmo assim, bastou um momento de seu mandato, um luminoso instante de coragem para que este homem fosse lembrado agora na hora de sua morte com respeito. Em 1991, quando um golpe de militares da linha dura ameaçava derrubar Mikhail Gorbachev e suas reformas, Boris Yeltsin subiu em um tanque em frente ao parlamento russo para convencer cidadãos e militares e não apoiarem o golpe. Sua iniciativa salvou Gorbachev e quiçá o futuro da Rússia.
Apesar de todas as suas falhas e de todos os seus caricaturados excessos, é esta a imagem que o mundo gostará de recordar quando pensar em Boris Yeltsin.
Mesmo assim, bastou um momento de seu mandato, um luminoso instante de coragem para que este homem fosse lembrado agora na hora de sua morte com respeito. Em 1991, quando um golpe de militares da linha dura ameaçava derrubar Mikhail Gorbachev e suas reformas, Boris Yeltsin subiu em um tanque em frente ao parlamento russo para convencer cidadãos e militares e não apoiarem o golpe. Sua iniciativa salvou Gorbachev e quiçá o futuro da Rússia.
Apesar de todas as suas falhas e de todos os seus caricaturados excessos, é esta a imagem que o mundo gostará de recordar quando pensar em Boris Yeltsin.
Se cada um pensasse em ter pelo menos um momento na vida para ser lembrado com orgulho, quem sabe não seria o mundo diferente?
Tuesday, April 24, 2007
Borat
Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan!
Assisti essa semana, acabou de sair no DVD por aqui.
Borat Sagdiyev é hilário, e Sacha Baron Cohen é com certeza o maior cara de pau que já passou por uma tela de cinema.
Borat, seu personagem, é um repórter do Cazaquistão filmando um documentário nos Estados Unidos. Só que Borat reúne todos os piores estereótipos que os americanos têm do terceiro mundo. Ele é bárbaro, grosso, ingênuo, anti-semita, machista e politicamente incorretíssimo.
E a genialidade de Sacha é a de fazer um filme onde a piada não é o terceiro mundo, mas sim as reações dos americanos face ao estereótipo.
Ele faz piada com o irmão retardado e a irmã prostituta num ridículo “curso americano de humor”, e a gente rola de rir com a cara do professor.
Ele vai a uma reunião de feministas enquanto assiste Baywatch na TV, e por isso decide atravessar o país em busca de Pamela Anderson.
Em um rodeio, é aplaudido quando diz que tomara que os americanos bebam o sangue de cada mulher, velho e criança do Iraque e em 5 minutos consegue voltar o público todo contra ele. De carona com estudantes escuta que eles também queriam ter escravas na América...E na igreja pentecostal acaba aceitando Jesus e exorcizando seus demônios junto com os fiéis birutas, e segue para a Califórnia com a intenção de ensacar a Pamela e levá-la para casa.
É de rolar de rir.
Assisti essa semana, acabou de sair no DVD por aqui.
Borat Sagdiyev é hilário, e Sacha Baron Cohen é com certeza o maior cara de pau que já passou por uma tela de cinema.
Borat, seu personagem, é um repórter do Cazaquistão filmando um documentário nos Estados Unidos. Só que Borat reúne todos os piores estereótipos que os americanos têm do terceiro mundo. Ele é bárbaro, grosso, ingênuo, anti-semita, machista e politicamente incorretíssimo.
E a genialidade de Sacha é a de fazer um filme onde a piada não é o terceiro mundo, mas sim as reações dos americanos face ao estereótipo.
Ele faz piada com o irmão retardado e a irmã prostituta num ridículo “curso americano de humor”, e a gente rola de rir com a cara do professor.
Ele vai a uma reunião de feministas enquanto assiste Baywatch na TV, e por isso decide atravessar o país em busca de Pamela Anderson.
Em um rodeio, é aplaudido quando diz que tomara que os americanos bebam o sangue de cada mulher, velho e criança do Iraque e em 5 minutos consegue voltar o público todo contra ele. De carona com estudantes escuta que eles também queriam ter escravas na América...E na igreja pentecostal acaba aceitando Jesus e exorcizando seus demônios junto com os fiéis birutas, e segue para a Califórnia com a intenção de ensacar a Pamela e levá-la para casa.
É de rolar de rir.
Plantu
Monday, April 23, 2007
Coca zero
Saturday, April 21, 2007
Desiludidos, Psicopatas, Criminosos
Um amigo que fazia aula de biologia celular comigo no primeiro ano de faculdade se matou com um tiro de espingarda na boca por causa de uma mulher. Também era um garoto quieto, mas boa praça. A gente gostava de pingar água na mesa do pessoal que dormia na aula para que eles pensassem que estavam babando enquanto dormiam.
Amantes suicidas são tragicamente dramáticos, mas humanos, como atestam Shakeaspeare e Nelson Rodrigues. Infelizmente não perceberam que há mulheres, ou homens, suficientes no mundo para fazer esquecer aquela desilusão.
O coreano Cho Seung Hui que provocou o massacre na Virgínia Tech esta semana não tem nada disso. Basta ver essa foto ou ler um trecho do seu manifesto para ver que ele era um grandessíssimo biruta. A perda da namorada era talvez o menor dos seus problemas. Morando no país mais rico do mundo para onde milhares de imigrantes querem ir, estudando em uma das melhores escolas, o coreano ainda se achava um desgraçado e quis morrer se achando um Jesus Cristo. Cho era um piscopata que não gostava dos meninos ricos de sua escola. Infelizmente, um crime como esse é muito difícil de ser previsto ou evitado.
O mais chocante é ver as reações das pessoas nos chats e blogs de jornais. A maioria como sempre culpa os próprios americanos pelo massacre. Alguns até gostam que eles experimentem em casa um pouco do que estão fazendo aos outros no Iraque.
Sim, eles podem ir na esquina e comprar uma arma. Michael Moore, por mais manipulativo que possa ser, mostrou em Bowling for Columbine exatamente como é a psique americana em relação a armas de fogo.
Mesmo assim no Brasil o índice de homicídios por arma de fogo é o dobro do deles. E a taxa de criminalidade deles é bem menor do que a nossa.
No último referendo sobre as armas no Brasil eu teria votado (não votei por estar na Holanda) contra a proibição da venda de armas. Era, e ainda é, minha opinião que um estado que é incapaz de garantir a segurança de seus cidadãos não lhes pode cassar o direito de se defenderem sozinhos.
Crime comum não tem a ver com o número de armas na sociedade, tem a ver com eficiência policial e com impunidade.
Crime de piscopatas não tem a ver com nada. Ninguém pode prever que um maluco sairá por aí atirando. E se não for com revólver será com uma bomba, com gás ou com o que estiver à mão. Há uns anos atrás um aluno da Escola Politécnica dde São Paulo entrou atirando de metralhadora dentro de um cinema, hoje ninguém se lembra disso. Outras dezenas morrem por bala todos os dias nas ruas do Rio e de São Paulo. Enquanto na super-armada sociedade americana um massacre como esse choca e pára o país, no Brasil a violência vira parte da paisagem.
Amantes suicidas são tragicamente dramáticos, mas humanos, como atestam Shakeaspeare e Nelson Rodrigues. Infelizmente não perceberam que há mulheres, ou homens, suficientes no mundo para fazer esquecer aquela desilusão.
O coreano Cho Seung Hui que provocou o massacre na Virgínia Tech esta semana não tem nada disso. Basta ver essa foto ou ler um trecho do seu manifesto para ver que ele era um grandessíssimo biruta. A perda da namorada era talvez o menor dos seus problemas. Morando no país mais rico do mundo para onde milhares de imigrantes querem ir, estudando em uma das melhores escolas, o coreano ainda se achava um desgraçado e quis morrer se achando um Jesus Cristo. Cho era um piscopata que não gostava dos meninos ricos de sua escola. Infelizmente, um crime como esse é muito difícil de ser previsto ou evitado.
O mais chocante é ver as reações das pessoas nos chats e blogs de jornais. A maioria como sempre culpa os próprios americanos pelo massacre. Alguns até gostam que eles experimentem em casa um pouco do que estão fazendo aos outros no Iraque.
Sim, eles podem ir na esquina e comprar uma arma. Michael Moore, por mais manipulativo que possa ser, mostrou em Bowling for Columbine exatamente como é a psique americana em relação a armas de fogo.
Mesmo assim no Brasil o índice de homicídios por arma de fogo é o dobro do deles. E a taxa de criminalidade deles é bem menor do que a nossa.
No último referendo sobre as armas no Brasil eu teria votado (não votei por estar na Holanda) contra a proibição da venda de armas. Era, e ainda é, minha opinião que um estado que é incapaz de garantir a segurança de seus cidadãos não lhes pode cassar o direito de se defenderem sozinhos.
Crime comum não tem a ver com o número de armas na sociedade, tem a ver com eficiência policial e com impunidade.
Crime de piscopatas não tem a ver com nada. Ninguém pode prever que um maluco sairá por aí atirando. E se não for com revólver será com uma bomba, com gás ou com o que estiver à mão. Há uns anos atrás um aluno da Escola Politécnica dde São Paulo entrou atirando de metralhadora dentro de um cinema, hoje ninguém se lembra disso. Outras dezenas morrem por bala todos os dias nas ruas do Rio e de São Paulo. Enquanto na super-armada sociedade americana um massacre como esse choca e pára o país, no Brasil a violência vira parte da paisagem.
Sego x Sarko
Estarei olhando de perto as eleições francesas nesse domingo. Elas têm muito a dizer sobre o futuro não só da França como da Europa.
A França é hoje um país cujo governo mastodôntico se tornou o pai, a mãe e a babá de seus cidadãos. Um país onde a iniciativa individual foi sucessivamente sendo substituída pela mamata do estado do bem estar social, e cuja economia hoje patina sem sair do lugar. A revolta dos magrebinos nas periferias parisienses e dos estudantes contra a reforma trabalhista mostra o quanto o país reluta em mudar.
A Economist há algumas semanas tinha uma capa onde dizia que a França precisava encontrar sua Margareth Thatcher. A meu ver, Nicolas Sarkozy é o único capaz de cumprir a tarefa.
A França é hoje um país cujo governo mastodôntico se tornou o pai, a mãe e a babá de seus cidadãos. Um país onde a iniciativa individual foi sucessivamente sendo substituída pela mamata do estado do bem estar social, e cuja economia hoje patina sem sair do lugar. A revolta dos magrebinos nas periferias parisienses e dos estudantes contra a reforma trabalhista mostra o quanto o país reluta em mudar.
A Economist há algumas semanas tinha uma capa onde dizia que a França precisava encontrar sua Margareth Thatcher. A meu ver, Nicolas Sarkozy é o único capaz de cumprir a tarefa.
A Fórmula de Deus II
Ainda falando sobre os últimos textos que li, aqui vai uma idéia bizarra tirada de A Fórmula de Deus de José Rodrigues dos Santos.
Primeiro é preciso saber que a física que conhecemos no nosso dia a dia é newtoniana, ou seja, usando variáveis como tempo, espaço e velocidade podemos determinar o movimento de todas as coisas no nosso mundinho. Einstein descobriu a relatividade e viu que o tempo a grandes velocidades na escala do Universo não é exatamente o mesmo que o tempo que vivenciamos aqui na Terra. Depois vieram as descobertas na física quântica, Heisenberg veio com seu Princípio da Incerteza e descobriram aqui ali, nas distâncias microscópicas do mundo das partículas a física também tinha regras diferentes. Isso tudo pode ser lido em “O Universo numa Casca de Noz”de Stephen Hawking. Desde então a Física tem buscado uma teoria do tudo que possa conciliar a física da relatividade com a física quântica, e que valha tanto para o universo como para o mundo sub atômico. Essa teoria do tudo seria capaz de determinar tanto o movimento de astros e estrelas como o de partículas desde o Big Bang até agora.
Teoricamente uma equação como essa nos faria capaz de descobrir o que aconteceu desde o início dos tempos no Big Bang até agora.Sabendo que a ação de cada partícula gera uma reação que se propaga no Universo, e sabendo como prever o movimento de cada partícula, um supercérebro seria capaz de prever com exatidão o que vai acontecer no nosso futuro. Até o que pensamos serem decisões nossas de livre-arbítrio seriam na verdade fruto de uma longa sequência de ações e reações.
Assim, nosso destino estaria verdadeiramente escrito nas estrelas...
Os chineses usam o I-Ching, o seu oráculo milenar para prever o futuro. No I-Ching moedas com ideogramas são atiradas para o ar e depois interpretam-se os resultados. Eles acreditam, e a Física lhes dá razão, que a posição em que as moedas caíram foram influenciadas pelo estado do universo inteiro naquele momento.
Existem no entanto duas coisas que nos tornam incapazes de conseguir ler nosso futuro. Uma é o Caos, outra o Infinito.
O Caos tem a ver com aquela velha história de que uma borboleta batendo as asas na África provoca um ciclone na Flórida. Uma causa diminuta porvoca uma sequência de eventos com gigantescas consequências. O Infinito pode ser explicado pelo paradoxo de Zenon. Se uma pessoa quiser andar até o final da sala por exemplo percorrendo a cada vez metade da distância que o separa do fim da sala ele nunca chegaria lá. Porque andará primeiro a metade da sala, depois a metade da metade e depois a metade da metade da metade e assim sucessivamente. Então, se cada minúscula mudança tem consequências enormes e a gente nunca sabe em que fração de tempo ou do espaço essa minúscula mudança vai acontecer, pois os dois são infinitos, lá se foi nossa chance de prever o futuro... A conclusão é que Alguém sabe de Tudo, mas não quer deixar que a gente saiba.
Primeiro é preciso saber que a física que conhecemos no nosso dia a dia é newtoniana, ou seja, usando variáveis como tempo, espaço e velocidade podemos determinar o movimento de todas as coisas no nosso mundinho. Einstein descobriu a relatividade e viu que o tempo a grandes velocidades na escala do Universo não é exatamente o mesmo que o tempo que vivenciamos aqui na Terra. Depois vieram as descobertas na física quântica, Heisenberg veio com seu Princípio da Incerteza e descobriram aqui ali, nas distâncias microscópicas do mundo das partículas a física também tinha regras diferentes. Isso tudo pode ser lido em “O Universo numa Casca de Noz”de Stephen Hawking. Desde então a Física tem buscado uma teoria do tudo que possa conciliar a física da relatividade com a física quântica, e que valha tanto para o universo como para o mundo sub atômico. Essa teoria do tudo seria capaz de determinar tanto o movimento de astros e estrelas como o de partículas desde o Big Bang até agora.
Teoricamente uma equação como essa nos faria capaz de descobrir o que aconteceu desde o início dos tempos no Big Bang até agora.Sabendo que a ação de cada partícula gera uma reação que se propaga no Universo, e sabendo como prever o movimento de cada partícula, um supercérebro seria capaz de prever com exatidão o que vai acontecer no nosso futuro. Até o que pensamos serem decisões nossas de livre-arbítrio seriam na verdade fruto de uma longa sequência de ações e reações.
Assim, nosso destino estaria verdadeiramente escrito nas estrelas...
Os chineses usam o I-Ching, o seu oráculo milenar para prever o futuro. No I-Ching moedas com ideogramas são atiradas para o ar e depois interpretam-se os resultados. Eles acreditam, e a Física lhes dá razão, que a posição em que as moedas caíram foram influenciadas pelo estado do universo inteiro naquele momento.
Existem no entanto duas coisas que nos tornam incapazes de conseguir ler nosso futuro. Uma é o Caos, outra o Infinito.
O Caos tem a ver com aquela velha história de que uma borboleta batendo as asas na África provoca um ciclone na Flórida. Uma causa diminuta porvoca uma sequência de eventos com gigantescas consequências. O Infinito pode ser explicado pelo paradoxo de Zenon. Se uma pessoa quiser andar até o final da sala por exemplo percorrendo a cada vez metade da distância que o separa do fim da sala ele nunca chegaria lá. Porque andará primeiro a metade da sala, depois a metade da metade e depois a metade da metade da metade e assim sucessivamente. Então, se cada minúscula mudança tem consequências enormes e a gente nunca sabe em que fração de tempo ou do espaço essa minúscula mudança vai acontecer, pois os dois são infinitos, lá se foi nossa chance de prever o futuro... A conclusão é que Alguém sabe de Tudo, mas não quer deixar que a gente saiba.
Monday, April 16, 2007
Uma de papagaio...
En Cuba, un niño regresa de la escuela a su casa, cansado y hambriento y el pregunta a su mamá:
- Mamá, ¿que hay de comer?
- Nada, mi hijo.
El niño mira hacia el loro que tienen y pregunta:
-Mamá, ¿por qué no loro con arroz?
-"No hay arroz.
-¿Y loro al horno?
-No hay gas.
-¿Y loro en la parrilla eléctrica?
-No hay electricidad.
-¿Y loro frito?
-No hay aceite.
El loro contentísimo gritaba:
-¡¡¡VIVA FIDEL!!! ¡¡¡VIVA FIDEL!!!
Sunday, April 15, 2007
A Fórmula de Deus
Li algumas coisas nesses últimos dias que me fizeram pensar sobre um tema certamente importante e ao mesmo tempo extremamente difícil para todos nós, a existência de Deus. Li por exemplo um debate na Newsweek entre Sam Harris, ateísta autor de “The End of Faith”, e Rick Warren, pastor americano autor de "The Purpose-Driven Life”. Li na New York Review of Books a crítica de H. Arren Orr ao livro “The God Desilusion” de Richard Dawkins, a nova bíblia dos ateus. Li o artigo de Olavo de Carvalho intitulado Ateus e Ateus publicado no Jornal do Brasil a 15 de março passado. E li o romance “A Fórmula de Deus” de José Rodrigues dos Santos, best-seller português.
Primeira conclusão: sem dúvida houve um renascimento do fundamentalismo cristão, especialmente no chamado Bible Belt dos Estados Unidos. Na base deste renascimento estão os eleitores de George Bush, gente que faz compras no Wal-Mart e que acredita firmemente que o diabo existe com chifre e tridente e que não têm a menor idéia do que se passa fora das fronteiras americanas. Existe também uma reação contrária, como seria de se esperar, representada por um forte movimento ateísta que prega que a religião, todo tipo de religião, é maior peça já pregada na humanidade. Quem quiser ter uma idéia de como pensa essa gente basta pesquisar por exemplo a igreja do Flying Spaghetti Monster na internet, ou dar uma folheada no livro de Richard Dawkins. O debate na Newsweek é muito ilustrativo do tipo de argumento ridículo usado entre estas duas frentes de combate.
- Se Deus existe, porque criancinhas morrem de câncer?
- O mundo foi criado em seis dias porque está escrito na Bíblia que foi assim.
Obviamente um debate assim não vai longe. Olavo de Carvalho foi quem me convenceu que o ateísmo atual é de uma ignorância tão obscurantista quanto o pior dos fundamentalismos. Diz o filósofo: “Como tudo o que sabemos é circunscrito e limitado, vivemos dentro de uma redoma de conhecimento incerto cercada de mistério por todos os lados... a nossa situação é de desconforto permanente. Ela exige de nós uma adaptação ativa, dificultosa e problemática. Daí as opções da alma: a abertura ao infinito, ao inesperado, ao heterogêneo, ou o fechamento auto-hipnótico na clausura do conhecido... A primeira dá origem às experiências espirituais das quais nasceram os mitos, a religião e a filosofia. A segunda leva à "proibição de perguntar", a repulsa à transcendência, a proclamação da onipotência dos métodos socialmente padronizados de conhecer e explicar... É possível ser ateu e estar aberto ao espírito. Mas o ateu militante, doutrinário, intransigente, opta pela recusa peremptória do mistério, deleitando-se no ódio ao espírito, na ânsia de fechar a porta do desconhecido para melhor mandar no mundo conhecido.”
Daí vem minha segunda conclusão, a de que o ateísmo militante não passa de uma forma de religião fundamentalista. Já o fundamentalismo cristão é essencialmente protestante. Se os católicos aceitam a intermediação da Igreja na interpretação do Livro, os protestantes o levam ao pé da letra. Para mim é difícil acreditar no Deus bíblico, antropomórfico, ciumento e contraditório como descrito no Livro. Santo Agostinho já dizia que a Bíblia muitas vezes fala por metáforas. A Bíblia interpretada como metáfora se torna então uma espécie de código civil que permite à humanidade suportar-se mutuamente e assim sobreviver.
Deixando a Bíblia de lado, resta a questão da existência de Deus. José Rodrigues dos Santos aborda a questão de maneira interessante misturando ficção e teoria científica com um toque de Dan Brown como já tinha feito em seu romance “Codex 632”. Em Codex, a teoria era a de que Cristóvão Colombo seria um agente secreto português. Em “A Fórmula de Deus”, onde aliás ele usa o mesmo personagem de Codex, sua teoria é a de que o Universo teria sido criado de forma inteligente, com a finalidade de produzir vida, e que essa vida se tornasse inteligente e que essa inteligência fosse preservada até o final dos tempos. Em meio às aventuras de seu personagem pelo Irã, Tibet e Portugal, as modernas teorias da física são explicadas de forma surpreendentemente simples, e descobrimos que as verdades descobertas pela ciência encontram paralelos em diversos textos sagrados da humanidade.
Primeira conclusão: sem dúvida houve um renascimento do fundamentalismo cristão, especialmente no chamado Bible Belt dos Estados Unidos. Na base deste renascimento estão os eleitores de George Bush, gente que faz compras no Wal-Mart e que acredita firmemente que o diabo existe com chifre e tridente e que não têm a menor idéia do que se passa fora das fronteiras americanas. Existe também uma reação contrária, como seria de se esperar, representada por um forte movimento ateísta que prega que a religião, todo tipo de religião, é maior peça já pregada na humanidade. Quem quiser ter uma idéia de como pensa essa gente basta pesquisar por exemplo a igreja do Flying Spaghetti Monster na internet, ou dar uma folheada no livro de Richard Dawkins. O debate na Newsweek é muito ilustrativo do tipo de argumento ridículo usado entre estas duas frentes de combate.
- Se Deus existe, porque criancinhas morrem de câncer?
- O mundo foi criado em seis dias porque está escrito na Bíblia que foi assim.
Obviamente um debate assim não vai longe. Olavo de Carvalho foi quem me convenceu que o ateísmo atual é de uma ignorância tão obscurantista quanto o pior dos fundamentalismos. Diz o filósofo: “Como tudo o que sabemos é circunscrito e limitado, vivemos dentro de uma redoma de conhecimento incerto cercada de mistério por todos os lados... a nossa situação é de desconforto permanente. Ela exige de nós uma adaptação ativa, dificultosa e problemática. Daí as opções da alma: a abertura ao infinito, ao inesperado, ao heterogêneo, ou o fechamento auto-hipnótico na clausura do conhecido... A primeira dá origem às experiências espirituais das quais nasceram os mitos, a religião e a filosofia. A segunda leva à "proibição de perguntar", a repulsa à transcendência, a proclamação da onipotência dos métodos socialmente padronizados de conhecer e explicar... É possível ser ateu e estar aberto ao espírito. Mas o ateu militante, doutrinário, intransigente, opta pela recusa peremptória do mistério, deleitando-se no ódio ao espírito, na ânsia de fechar a porta do desconhecido para melhor mandar no mundo conhecido.”
Daí vem minha segunda conclusão, a de que o ateísmo militante não passa de uma forma de religião fundamentalista. Já o fundamentalismo cristão é essencialmente protestante. Se os católicos aceitam a intermediação da Igreja na interpretação do Livro, os protestantes o levam ao pé da letra. Para mim é difícil acreditar no Deus bíblico, antropomórfico, ciumento e contraditório como descrito no Livro. Santo Agostinho já dizia que a Bíblia muitas vezes fala por metáforas. A Bíblia interpretada como metáfora se torna então uma espécie de código civil que permite à humanidade suportar-se mutuamente e assim sobreviver.
Deixando a Bíblia de lado, resta a questão da existência de Deus. José Rodrigues dos Santos aborda a questão de maneira interessante misturando ficção e teoria científica com um toque de Dan Brown como já tinha feito em seu romance “Codex 632”. Em Codex, a teoria era a de que Cristóvão Colombo seria um agente secreto português. Em “A Fórmula de Deus”, onde aliás ele usa o mesmo personagem de Codex, sua teoria é a de que o Universo teria sido criado de forma inteligente, com a finalidade de produzir vida, e que essa vida se tornasse inteligente e que essa inteligência fosse preservada até o final dos tempos. Em meio às aventuras de seu personagem pelo Irã, Tibet e Portugal, as modernas teorias da física são explicadas de forma surpreendentemente simples, e descobrimos que as verdades descobertas pela ciência encontram paralelos em diversos textos sagrados da humanidade.
Embora com algumas diferenças, meu pensamento é o mesmo de José Rodrigues dos Santos. Não acredito que haja um velhinho de barbas brancas a olhar tudo o que fazemos, mas de certo modo acredito que há inteligência atrás do design do Universo. Acredito que há um grande plano atrás de tudo isso e que nossa evolução um dia nos trará explicações.
O Universo foi criado em uma explosão de luz há 15 bilhões de anos atrás. Basta olhar a complexidade do que nos cerca para imaginar, como Shakeaspeare que há algo mais entre o céu e a Terra do que sonha nossa vã filosofia. Negar isso é uma estupenda forma de arrogância. Um padre jesuíta contou à minha mãe uma vez esta história, da formiga que caminha sobre uma toalha de renda. Ela caminha tropeçando nos nós e caido nos buracos, e por isso pragueja contra a imperfeição do mundo em que vive. Mas por causa do seu ínfimo tamanho não consegue ver o belo desenho formado pela toalha inteira.
O Universo foi criado em uma explosão de luz há 15 bilhões de anos atrás. Basta olhar a complexidade do que nos cerca para imaginar, como Shakeaspeare que há algo mais entre o céu e a Terra do que sonha nossa vã filosofia. Negar isso é uma estupenda forma de arrogância. Um padre jesuíta contou à minha mãe uma vez esta história, da formiga que caminha sobre uma toalha de renda. Ela caminha tropeçando nos nós e caido nos buracos, e por isso pragueja contra a imperfeição do mundo em que vive. Mas por causa do seu ínfimo tamanho não consegue ver o belo desenho formado pela toalha inteira.
Filmes da semana
Shooter – Mark Wahlberg é um sniper traumatizado usado um complicado plano para encobrir uma ação clandestina da CIA em território africano. Com uma boa história, esse filme poderia ser melhor. O problema é que preferiram transformar Wahlberg em uma espécie de Rambo que luta contra trezentos mas só ele mata todos no final...Sou fã de Mark Wahlberg mas ele estava bem melhor em The Departed ou em Boogie Nights.
Freedom Writers – este parecia ser mais um daqueles filmes onde uma professora idealista, vivida muito bem por Hilary Swank, consegue dar um pouco de esperança a uma classe de delinquentes. A verdade é que conseguiram fazer um filme verdadeiramente emocionante, principalmente por ser uma história real. É escrevendo suas próprias experiências que os alunos tomam consciência do que são e do que podem ser.
Notes on a Scandal – Se alguém quer ver duas imensas atrizes contracenando este é o filme. Judi Dench e Cate Blanchett dão um show nesta história sobre um escândalo sexual em uma escola média inglesa.
Rocky Balboa – Infelizmente Sylvester Stallone nunca deveria ter tentado passar do primeiro filme, aliás um excelente filme. Todos os outros foram desastrosos e este último apesar de um pouco acima da média também não é lá grande coisa. Mas uma frase do velho Rocky valeu pelo filme: na vida o que vale não são os socos que você dá, mas o quanto de porrada você aguenta levar...
Freedom Writers – este parecia ser mais um daqueles filmes onde uma professora idealista, vivida muito bem por Hilary Swank, consegue dar um pouco de esperança a uma classe de delinquentes. A verdade é que conseguiram fazer um filme verdadeiramente emocionante, principalmente por ser uma história real. É escrevendo suas próprias experiências que os alunos tomam consciência do que são e do que podem ser.
Notes on a Scandal – Se alguém quer ver duas imensas atrizes contracenando este é o filme. Judi Dench e Cate Blanchett dão um show nesta história sobre um escândalo sexual em uma escola média inglesa.
Rocky Balboa – Infelizmente Sylvester Stallone nunca deveria ter tentado passar do primeiro filme, aliás um excelente filme. Todos os outros foram desastrosos e este último apesar de um pouco acima da média também não é lá grande coisa. Mas uma frase do velho Rocky valeu pelo filme: na vida o que vale não são os socos que você dá, mas o quanto de porrada você aguenta levar...
Voltei, mas voltarei!
Sim, fui ao Brasil e voltei são e salvo, depois de 14 pousos e decolagens. Perdi mesmo só aquelas horas básicas de espera que todo brasileiro está acostumado, mas sem passar pelo perrengue que muitos outros passaram dormindo em aeroportos nesses tempos de suplício para viajantes. Mas em solidariedade já pus meu nome no abaixo-assinado virtual do Gabeira na internet pela instalação da CPI do apagão aéreo.
E a vantagem de se viajar com um patrão rico é que ele te leva de business class. Pela primeira vez tive a felicidade de ser tratado como um ser humano por uma companhia aérea, e pelo menos dessa vez, durante as 11 horas de viagem de Amsterdam a São Paulo os meus joelhos ficaram distantes do meu queixo, consegui dormir e comer decentemente.
No Brasil passei por São Paulo e pelo interior do Mato Grosso do Sul. Voltei a sentir o cheiro da terra e do capim molhados, do esterco da boiada, voltei a ver as estrelas do meu sertão querido, o pôr do sol vermelho, a poeira da estrada, o galo e a passarinhada cantando de manhã...Churrasco, mandioca, queijo fresco, tereré gelado. Deu uma “sardade” danada como diria Inezita Barroso. E decidi, dura decisão, que era hora de voltar. Meu auto-exílio europeu vai terminar no ano que vem, depois de nove anos.
Há outras razões também. Em São Paulo encontrei um belga que já mora há algum tempo no Brasil. Perguntei-lhe se não tinha vontade de voltar para a Bélgica. Ele me disse que toda vez que volta à sua vila na Bélgica ele encontra o mesmo sujeito, com a mesma bicicleta, vivendo na mesma casa, comprando o mesmo pão na mesma padaria, exatamente como há dez anos atrás. Já o Brasil é sempre uma caixinha de surpresas. Nem sempre agradáveis, mas a vida vai como uma montanha russa. Aí eu percebi que não queria viver para sempre na Holanda indo do trabalho para casa e de casa para o trabalho, passeando de bicicleta no parque no fim de semana até a minha aposentadoria. E se na Holanda está tudo pronto, feito, construído, o Brasil está explodindo de oportunidades como acabei de ver. No ano que vem o risco Brasil já estará em um nível considerado aceitável pelos maiores investidores do planeta, os fundos de pensão americanos. Aí é a grana grossa que vai chegar. Álcool e açúcar, pecuária, cereais, madeira, minério. E eu vou voltar surfando nessa onda. Nada de bem-estar social europeu, eu quero é surpresa. Já dizia Robertão, se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.
E a vantagem de se viajar com um patrão rico é que ele te leva de business class. Pela primeira vez tive a felicidade de ser tratado como um ser humano por uma companhia aérea, e pelo menos dessa vez, durante as 11 horas de viagem de Amsterdam a São Paulo os meus joelhos ficaram distantes do meu queixo, consegui dormir e comer decentemente.
No Brasil passei por São Paulo e pelo interior do Mato Grosso do Sul. Voltei a sentir o cheiro da terra e do capim molhados, do esterco da boiada, voltei a ver as estrelas do meu sertão querido, o pôr do sol vermelho, a poeira da estrada, o galo e a passarinhada cantando de manhã...Churrasco, mandioca, queijo fresco, tereré gelado. Deu uma “sardade” danada como diria Inezita Barroso. E decidi, dura decisão, que era hora de voltar. Meu auto-exílio europeu vai terminar no ano que vem, depois de nove anos.
Há outras razões também. Em São Paulo encontrei um belga que já mora há algum tempo no Brasil. Perguntei-lhe se não tinha vontade de voltar para a Bélgica. Ele me disse que toda vez que volta à sua vila na Bélgica ele encontra o mesmo sujeito, com a mesma bicicleta, vivendo na mesma casa, comprando o mesmo pão na mesma padaria, exatamente como há dez anos atrás. Já o Brasil é sempre uma caixinha de surpresas. Nem sempre agradáveis, mas a vida vai como uma montanha russa. Aí eu percebi que não queria viver para sempre na Holanda indo do trabalho para casa e de casa para o trabalho, passeando de bicicleta no parque no fim de semana até a minha aposentadoria. E se na Holanda está tudo pronto, feito, construído, o Brasil está explodindo de oportunidades como acabei de ver. No ano que vem o risco Brasil já estará em um nível considerado aceitável pelos maiores investidores do planeta, os fundos de pensão americanos. Aí é a grana grossa que vai chegar. Álcool e açúcar, pecuária, cereais, madeira, minério. E eu vou voltar surfando nessa onda. Nada de bem-estar social europeu, eu quero é surpresa. Já dizia Robertão, se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi.
Tuesday, April 03, 2007
Where the hell is Matt?
Meu grande amigo Jiló, companheiro de muitas mochilagens pela Europa me mandou em nostalgia o link abaixo. Trata-se do vídeo de Matt, uma figura que viaja pelo mundo com a sua dança maluca. Ele criou o site wherethehellismatt.com para que seus amigos e parentes o sigam pelos quatro cantos do planeta.
Matt virou meu ídolo instantâneo. Meu sonho também é ser um vagabundo profissional, viajando pelo mundo, não dançando mas quem sabe escrevendo... Até agora não achei quem me pagasse para isso mas um dia chegarei lá.
Enquanto isso eu viajo com o meu patrão holandês mesmo que paga meu salário. Estarei nos próximos dias com o bwana visitando o Brasil a negócios. Volto só semana que vem.
Se perguntarem Where the hell is Fernando digam que estarei no verdadeiro inferno, os aeroportos brasileiros na semana de greve.
Matt virou meu ídolo instantâneo. Meu sonho também é ser um vagabundo profissional, viajando pelo mundo, não dançando mas quem sabe escrevendo... Até agora não achei quem me pagasse para isso mas um dia chegarei lá.
Enquanto isso eu viajo com o meu patrão holandês mesmo que paga meu salário. Estarei nos próximos dias com o bwana visitando o Brasil a negócios. Volto só semana que vem.
Se perguntarem Where the hell is Fernando digam que estarei no verdadeiro inferno, os aeroportos brasileiros na semana de greve.
http://www.youtube.com/watch?v=bNF_P281Uu4
http://www.wherethehellismatt.com
300
Em 480 AC, um batalhão de 300 espartanos liderados pelo Rei Leônidas encurralaram o exército de um milhão de persas do imperador Xerxes no desfiladeiro de Termópilas. Por três dias os gregos combateram furiosamente os persas até que um traidor indicasse outro caminho a Xerxes para que seus soldados pegassem os gregos desprevenidos pela retaguarda.Esse feito dos Espartanos (que se diziam descendentes de Hércules) naquele tempo em que macho era macho e não tomava mel, chupava a abelha foi um dos mais famosos last stands da história militar da humanidade.Na iminência da batalha, os persas ordenaram aos gregos que entregassem as armas. Leônidas grita "venham pegá-las!” (come and get them!), frase usada hoje como emblema pelo Primeiro Corpo de Infantaria do Exército grego. Avisados de que as flechas disparadas pelas persas encobririam o sol, os espartanos respondem dando risada: "melhor pois lutaremos à sombra" !O filme de Zack Snyder não pretende ser de maneira alguma um épico histórico, embora seja baseado na batalha histórica. O filme é antes de tudo uma graphic novel colocada na tela grande. Quem espera um filme ao estilo Braveheart ou Kingdom of Heaven e que não tenha simpatia pelo universo das HQ's não deve ir ao cinema por 300. A grande atração do filme é justamente o visual louco do mundo de Frank Miller, com suas cores e sombras, seus monstros e criaturas fantásticas, mulheres sexy e batalhas e lutas estilizadas. Rodrigo Santoro como Xerxes parece saído de algum night club fetichista Nova Iorquino, e Gerard Butler está perfeito como Leônidas comandando seus chippendales.Há um claro teor político no filme, que parece ser mesmo proposital. Os persas são pintados como brutos místicos e bárbaros sedentos de poder enquanto os gregos defendem em seus discursos a liberdade e a democracia contra a "ameaça asiática". Os jornais do Irã (antiga Pérsia) já disseram que Hollywood lhes declarou guerra.
A verdade é que se não fosse por Leônidas e seus 300 espartanos talvez a história da Europa fosse muito diferente hoje.
A verdade é que se não fosse por Leônidas e seus 300 espartanos talvez a história da Europa fosse muito diferente hoje.
Sunday, April 01, 2007
Marie Antoinette
Ela era a caçula de 15 irmãos, e tinha 16 anos quando casou por procuração com Louis Auguste, neto de Louis XV e Delfim da França em 1770. Já casada, deixou a corte dos Habsburgos na Áustria para ir viver em Versailles ao lado de seu marido, o futuro rei Louis XVI da França.
Estrangeira e jovem demais, Marie Antoinette mergulha em Versailles, em meio ao protocolo, às fofocas, e a um casamento que levaria sete anos para ser consumado.
A futura Rainha se deita, acorda, almoça e janta sob o olhar da corte. Ao lhe explicarem que sempre a dama presente com o posto mais alto na hierarquia aristocrática seria encarregada de vesti-la, e que ela não poderia fazer nada sozinha, ela diz: “This is ridiculous”. Ao que a dama lhe responde: “This, Madame, is Versailles!”.
Louis XVI ao que parece se interessava mais pelas caçadas do que pelo casamento ou pelas mulheres em geral. O Delfim tinha casado sem que ninguém o explicasse direito como a coisa funcionava. Somente os conselhos de seu cunhado alguns anos mais tarde é que fariam algum efeito, e só então Marie Antoinette daria o tão esperado herdeiro ao trono da França.
O fantástico filme de Sofia Coppola, com Kirsten Dunst no papel principal (adorei ver as duas juntas de novo depois de Suicide Virgins) mostra Marie Antoinette como a primeira fashion-victim. É uma garota de maneira nenhuma interessada por assuntos de Estado, com um casamento vazio e a hercúlea tarefa de sobreviver às fofocas e ao protocolo de Versailles. Sobrecarregada pelo peso da responsabilidades que lhe atribuem, Marie Antoinette refugia-se com um círculo de amigos íntimos em uma rotina de luxo e diversão. Ela quer moda, espetáculos, jogo, festa, paixão, esbanjamento e tudo o mais que faria dela uma das figuras mais odiadas dos revolucionários de 1779.
As fofocas e o ódio contra seu modo de vida crescem contra ela na mesma medida em que o furor revolucionário cresce fora de Versailles.
Marie Antoinette era umas dessas garotas “just want to have fun!”. Infelizmente na época e lugar errados. A última cena do filme com seu quarto em Versailles depredado após a revolução, prelúdio de seu trágico destino, mostra o fim de uma era.
A história hoje faz justiça à coragem e à altivez de Marie Antoinette em seus últimos dias antes da guilhotina. Suas últimas palavras foram um pedido de desculpas ao seu carrasco por ter sem querer pisado em seu pé. Até mesmo a famosa frase dita ao povo faminto: “que comam brioches”, parece ter sido invenção da intriga palaciana. Ao saber da falta de pão, ela teria escrito em seu diário: "É certo que ao ver que o povo nos trata tão bem apesar de sua desgraça, é mais que a nossa obrigação trabalhar duro pela sua felicidade. O Rei parece entender esta verdade, e eu, sei que em toda minha vida, nem que viva por cem anos, eu esquecerei o dia de minha coroação".
Estrangeira e jovem demais, Marie Antoinette mergulha em Versailles, em meio ao protocolo, às fofocas, e a um casamento que levaria sete anos para ser consumado.
A futura Rainha se deita, acorda, almoça e janta sob o olhar da corte. Ao lhe explicarem que sempre a dama presente com o posto mais alto na hierarquia aristocrática seria encarregada de vesti-la, e que ela não poderia fazer nada sozinha, ela diz: “This is ridiculous”. Ao que a dama lhe responde: “This, Madame, is Versailles!”.
Louis XVI ao que parece se interessava mais pelas caçadas do que pelo casamento ou pelas mulheres em geral. O Delfim tinha casado sem que ninguém o explicasse direito como a coisa funcionava. Somente os conselhos de seu cunhado alguns anos mais tarde é que fariam algum efeito, e só então Marie Antoinette daria o tão esperado herdeiro ao trono da França.
O fantástico filme de Sofia Coppola, com Kirsten Dunst no papel principal (adorei ver as duas juntas de novo depois de Suicide Virgins) mostra Marie Antoinette como a primeira fashion-victim. É uma garota de maneira nenhuma interessada por assuntos de Estado, com um casamento vazio e a hercúlea tarefa de sobreviver às fofocas e ao protocolo de Versailles. Sobrecarregada pelo peso da responsabilidades que lhe atribuem, Marie Antoinette refugia-se com um círculo de amigos íntimos em uma rotina de luxo e diversão. Ela quer moda, espetáculos, jogo, festa, paixão, esbanjamento e tudo o mais que faria dela uma das figuras mais odiadas dos revolucionários de 1779.
As fofocas e o ódio contra seu modo de vida crescem contra ela na mesma medida em que o furor revolucionário cresce fora de Versailles.
Marie Antoinette era umas dessas garotas “just want to have fun!”. Infelizmente na época e lugar errados. A última cena do filme com seu quarto em Versailles depredado após a revolução, prelúdio de seu trágico destino, mostra o fim de uma era.
A história hoje faz justiça à coragem e à altivez de Marie Antoinette em seus últimos dias antes da guilhotina. Suas últimas palavras foram um pedido de desculpas ao seu carrasco por ter sem querer pisado em seu pé. Até mesmo a famosa frase dita ao povo faminto: “que comam brioches”, parece ter sido invenção da intriga palaciana. Ao saber da falta de pão, ela teria escrito em seu diário: "É certo que ao ver que o povo nos trata tão bem apesar de sua desgraça, é mais que a nossa obrigação trabalhar duro pela sua felicidade. O Rei parece entender esta verdade, e eu, sei que em toda minha vida, nem que viva por cem anos, eu esquecerei o dia de minha coroação".
Red Hot Chili Peppers rules
Snow (hey Oh)
Red Hot Chili Peppers
Come to decide that the things that I tried
Were in my life just to get high on
When I sit alone come get a little known
But I need more than myself this time
Step from the road to the sea to the sky
And I do believe that we rely on
When I lay it on
Come get to play it on
All my life to sacrifice
Hey oh listen what I say oh
I got your
Hey oh now listen what I say oh
When will I know that I really can’t go
To the well one once more time to decide on
When it’s killing me
When will I really see
All that I need to look inside
Come to believe that I better not leave
Before I get my chance to ride
When it’s killing me
What do I really need
All that I need to look inside
Hey oh listen what I say oh
Come back and
Hey oh look at what I say oh
The more I see the less I know
The more I like to let it go… hey oh
Deep beneath the cover of another perfect wonder
Where it’s so white as snow
Privately divided by a world so undecided
And there’s nowhere to go
In between the cover of another perfect wonder
Where it’s so white as snow
Running through the field where all my tracks will
Be concealed and there is nowhere to go
When to descend to amend for a friend
All the channels that have broken down
Now you bring it up
I'm gonna ring it up
Just to hear you sing it out
Step from the road to the sea to the sky
And I do believe what we rely on
When I lay it on
Come get to play it on
All my life to sacrifice
Hey oh listen what I say oh
I got your
Hey oh listen what I say oh
The more I see the less I know
The more I like to let it go, hey oh
Deep beneath the cover of another perfect wonder
Where it’s so white as snow
Privately divided by a world so undecided
And there’s nowhere to go
In between the cover of another perfect wonder
Where it’s so white as snow
Running through the field where all my tracks will
Be concealed and there is nowhere to go
I said hey, oh yeah, oh yeah tell my love now
Hey yeah yeah, ooh yeah tell my love now
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