Sunday, April 29, 2007

Bosch



Ainda não descobri porque a Holanda durante a sua história acabou revelando tantos e tão talentosos pintores. É claro que um ambiente econômico favorável sempre ajuda o mecenato. Em parte isso explica a chamada Época de Ouro no Século XVII quando a Holanda era uma das maiores potências econômicas do mundo. Em um século a Holanda produziu Rembrant, Vermeer, Claeszoon, Nicolas Maes e vários outros. Mesmo assim, depois dos gloriosos anos dourados holandeses ainda viriam Alma-Tadema, Breitner, Van Gogh, de Kooning. É impressionante quanta arte este país já produziu.
Mas antes disso, bem antes, no final do século XV surgiu um pintor na Holanda cujos quadros me fascinam desde que aprendi o que era pintura. Seu nome era Hieronymus Bosch, e resolvi escrever sobre ele por ter visitado s’Hertogenbosch, a simpática cidade na província de Brabant onde o pintor nasceu a cerca de 1450. Quando tinha uns 13 anos, Bosch viu sua cidade ser horrivelmente destruída por um incêndio. Hoje, com sua catedral, o mercado, suas casas e canais preservados, a cidade que os holandeses chamam de Den Bosch é um ótimo lugar para se fazer compras e para se comer umas espécie de carolina gigante cheia de chantilly, especialidade local.
Em algumas lojas se encontram souvenires relacionados ao pintor. Seus quadros cheios de minuciosos detalhes são um deleite para a imaginação. Seus estranhos mundos são povoados de criaturas fantásticas, seres torturados, tentações eróticas e pesadelos, máquinas e demônios completamente delirantes.
Bosch pertencia à Irmandade de Nossa Senhora, uma organização ultra-religiosa holandesa e usava seu trabalho para retratar as tentações, a imoralidade e a fraqueza do homem face ao mal.
Bosch já era surrealista muito antes de Salvador Dali.

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