Saturday, November 24, 2007

Ana Júlia e o faroeste caboclo


Em março deste ano foi feita uma pesquisa sobre a violência no Brasil. Os dados mostraram que as áreas mais violentas do país estão nas periferias das grades cidades e nas áreas de fronteira agrícola. A conclusão é fácil, violência está relacionada com a ausência de um Estado forte ou a conivência de um Estado fraco. Onde falta polícia ou onde a polícia não entra, há impunidade e como consequência o crime se impõe.
O sul do Pará é um exemplo disso. Sei do que falo. Morei em Conceição do Araguaia entre 1980 e 1985. Mesmo criança já sabia naquele tempo dos conflitos entre posseiros, garimpeiros, índios e fazendeiros, e não era raro termos notícias de tiroteios e mortes por ali. Isso foi há mais de 25 anos, o sul do Pará se modernizou, empresas e indústrias se instalaram ali, a terra se valorizou. Havíamos de pensar que os conflitos desapareceriam, mas a realidade não é essa. Há bandos de pistoleiros invadindo fazendas e cobrando resgate dos seus proprietários. Segundo uma reportagem da Veja dessa semana, quando não recebem o dinheiro, matam animais, queimam pastos e arruinam edificações. O pior é que os bandidos agem na impunidade, já que a governadora Ana Júlia Carepa, do PT, editou uma portaria proibindo a polícia de interferir nos conflitos agrários. Ou seja, banditismo agora é “problema social”.
Vocês conhecem Ana Júlia Carepa? É essa fofa aí da foto. A mesma que empregou 7 parentes no Governo do Pará, deu onze cargos a Jader Barbalho, empregou a cabelereira e a manicure como assessoras, reformou a casa onde mora (que não é a do governo) com dinheiro público, leva parentes e amigos nos feriados para a praia bancados pelo nosso dinheiro e fretou um jatinho em nome do governo para assistir à formatura do filhão.
Ah, e é a mesma que deixou uma garota de quinze anos um mês em uma cela de prisão com vinte homens. A menina era obrigada a prestar favores sexuais em troca de comida. Como boa petista, Ana Júlia não sabia de nada.
Enquanto isso o Sul do Pará arde nas mãos de bandoleiros. O faroeste de 25 anos atrás está pior, sob a benesse do Estado.

2 comments:

Anonymous said...

Ela também não cumpre decisões judiciais.
Usa os argumentos mais estapafurdios, para não cumprir decisões e ordens judiciais.
E além de tudo é feia, muito feia!

deboraHLee said...

É, Fernando. O Pará é um caso meio que à parte.

Morei lá, em Belém, por 4 anos e meio, já adulta. No início, tudo me chocava muito: a cultura escravagista (é absurdamente forte isso lá!), o racismo, a exposição sexual extremamente precoce de meninos e meninas (e em todas as classes sociais), o trabalho escravo nas fazendas e nos serviços domésticos (onde meninas muito novinhas são 'exportadas' para a capital e lá, trabalhando em 'casa de família', em troca de má comida e cama, sofrem todo tipo de exploração e abuso...), a violência que pulsa nas ruas, a extrema miséria.

Evidentemente que não concordo com a violência agrária, muito presente naquela região, sobretudo no sul do Pará, mas também não podemos esquecer que este conflito é muito antigo e que MUITAS grandes propriedades de hj são fruto de nada mais, nada menos,que roubo. Muita gente do sul roubou, literalemente, terras dos indígenas ou dos então pequenos proprietários, usando, para isso, todo tipo de pressão e violência. Não é o caso de todas as propriedades, evidentemente, mas de muitas...

Acho que o Estado deveria, sim, estar mais presente que nunca nestas questões, até para que pudesse saná-las de uma vez por todas. Mas também não podemos enfeitar a realidade ou permanecer num pensamento maniqueísta. As raízes do conflito agrário no Brasil são muito profundas e plenas de violência dos dois lados. Negar isso seria assumir um discurso perverso.

beijo!