
As facas,
Todas à mostra
Dispostas
No mesmo prato
De arabescos.
Tal é a natureza
Da coisa,
Cintilando entre outras
Presenças.
Eles e elas,
Nós e os outros
Os outros e os pequeninos.
Tudo finamente desenhado:
Apenas um fragmento
E quase rebrilha.
É para se debruçar
Sobre a tela
E sentir o vento
Que balouça este quase-navio.
Vela e pavio,
Letra viva que um dia
Em paz há de brilhar
Desfraldando sua bandeira
Nesse mar,
Singrando este poema devagar.
Mas esta pena -
Que escorrega, que cintila -,
E que, já farta de a palavra festejar,
Se deita ao chão,
Não deixa em seu rastro
Algum borrão?
Beth Fleury
Às crianças do Kosovo
1 comment:
Bonito isso.
Triste tbém.
.
beijo.
Post a Comment