Saturday, November 24, 2007

Stálin


Acabei de ler “Stálin, na Corte do Czar Vermelho” de Simon Sebag Montefiore. O livro narra a vida pós 1917 de Stálin e de seu círculo mais próximo, família, amigos e companheiros revolucionários. Montefiore teve um acesso inédito a cartas que Stálin mandava e recebia, além de ter podido entrevistar gente ainda viva que efetivamente conviveu com o ditador. O resultado é uma nítida impressão do cotidiano e da vida íntima do homem que comandou a União Soviética desde a morte de Lênin até o fim da II Guerra Mundial. O livro mostra também toda a degradação moral do socialismo stalinista. O que impressiona é a escala de grandeza da mortandade que os comunistas patrocinaram sob o comando geral de Ióssif Stálin. Foram milhões de camponeses fuzilados e deportados, outros mhlões a morrerem de fome enquanto seus grãos eram confiscados pelo partido para financiar a indústria soviética. A Nouvel Observateur trouxe na semana passada os relatos de horror dos que sobreviveram aos goulags comunistas. Quantas vidas desperdiçadas sem motivo, quantos seres humanos traumatizados. Gente como eu e você, que em um goulaga matava e morria por um pedaço de pão. Depois as perseguições políticas contra elementos anti-soviéticos. Stálin e seus comissários assinavam diariamente sentenças de morte para centenas de milhares de pessoas. As vezes o motivo da condenação era um sobrenome ou um parentesco distante, ou ler o livro errado. E depois a II Guerra onde o ataque nazista somada à incompetência do Alto Comando foi responsável pela morte de 12 milhões de soviéticos.
Simon Sebag Montefiore narra com detalhes as intrigas, os ciúmes, a loucura, o patrulhamento ideológico e a depravação dos bolcheviques do alto escalão. Na fúria do terror, Stálina chegaria a condenar à morte ou à prisão e tortura antigos amigos e até membros da própria família. Uma leitura indispensável sobre um dos maiores assassinos da história, para quem quer entender os mecanismos do totalitarismo.

3 comments:

Anonymous said...

Outro dia, para conseguir entender melhor o que foram estas formas de autoritarismo e congenêres eu resolvi "tentar" sentir na pele o que aquele pessoal passou, pois sinto o maior aperto no peito, ao simples imaginar o que eles sofreram.

Tinha acabado de conversar ao telefone, com um magistrado amigo meu, tinha falado horrores a respeito do Lula, pessoa física e pública, e como líder de nossa república, fiz chacotas de baixissímo calão. Daí imaginei que a Polícia Inteligente do planalto tinha escutado minha ligação. Credo! Me deu até calafrios, pois imaginei a morte que teria, lenta, insuportavelmente dolorosa... Fiquei com medo! Muito medo!

Graças à Deus vivemos em um País onde eu "ainda" posso externar os meus sentimentos, por piores que eles sejam!
E.Tempo: Tive dó do meu amigo magistrado também, pois acho que a morte dele seria pior que a minha.

patricia m. said...

Alessandra, falou tudo: "ainda" pode fazer isso. As bruxas ja estao sendo cacadas, vide pesquisadores do IPEA. Calma que a sua hora ainda chega...

:-)

deboraHLee said...

Este eu não vou conseguir ler, não, Fernando. Passo mal com estas coisas. De verdade!

Loucura a este ponto me perturba profundamente.

Stálin, Mao, Robespierre, Hitler, aquele cara do Camboja: tenho arrepios só de pensar.

Credo!