Saturday, April 04, 2009

The Last Best Hope


Muitas vezes me referi aqui ao Estado do Bem Estar Social europeu como uma espécie de suicídio sócio-econômico coletivo.
A New Criterion publicou em seu site um artigo, um dos melhores que já li por ali, intitulado a Síndrome Européia, em que analisa uma palestra proferida por Charles Murray no American Enterprise Institute sobre a filosofia européia de vida.
O ex-presidente americano James Madison definiu que "um bom governo implica duas coisas. A primeira é a fidelidade ao objetivo de governar, que é a felicidade do povo. A segunda é o conhecimento dos meios com os quais atingir aquele objetivo".
A felicidade a que Madison se referia não é um simples contentamento, mas antes o sentido que Aristóteles lhe dava em Ética a Nicômaco, a satisfação ativa que se consegue após um próspero e virtuoso engajamento com a vida.
A verdadeira felicidade vem de coisas importantes, custa esforço, e segundo Murray está intimamente ligada a instituições como família, trabalho, comunidade e fé. A política deveria assegurar o respeito e a força de cada uma destas instituições.
O Estado Europeu, ao contrário, as enfraquece. O estado do bem estar social, ao tentar remover todos os obstáculos da vida de seus cidadãos tira a vitalidade destas instituições.
Por exemplo, toda a legislação trabalhista européia com seu protecionismo ao trabalhador, suas bolsas, férias, folgas e seguros faz com que o europeu veja o trabalho como um mal necessário, não como uma vocação.
Murray ficou espantado ao constatar na Europa que o conceito de "vida bem vivida" não fazia muito sentido por lá, e resumia-se a férias em Mallorca, BMW na garagem e a vida sexual satisfatória.
É este niilismo europeu que ameaça a América hoje, cujas elites sucumbiram ao politicamente correto que elegeu Barack Obama.
O mesmo Obama que hoje quer se aproximar da Europa, quer aumentar impostos, socializar o sistema de saúde e aumentar o controle do Estado sobre a economia.
O perigo de que o dano se torne irreversível nos próximos anos é bem real.
O essencial é que as elites voltem ao que Murray chama de o excepcionalismo americano, a crença de que o indivíduo é o mestre de si mesmo, uma crença que apesar de tudo tem mais defensores na América do que em qualquer outro lugar do mundo.
E é essencial que essas mesmas elites que repensem o que é o conceito de felicidade, como descrito por Madison.
Obama gosta de se apropriar indevidamente da imagem de Abraham Lincoln. O Obama "europeu" de hoje é o que há de mais distante de Lincoln.
Murray diz que a crucial escolha que estamos enfrentando é entre o igualitarismo e niilismo soporífico da Europa e um retorno ao individualismo robusto e autoconfiança que fizeram da America, nas palavras de Lincoln: “ the last best hope of earth.”

2 comments:

Frodo Balseiro said...

Fernando, imagine então esse conceito de felicidade aplicado a certas Repúblicas Extrativistas Bananeiras.

Luiz Felipe said...

Fernandão,
ótimo artigo mesmo, esse é o link dele http://www.newcriterion.com/articles.cfm/The-Europe-syndrome-4046 .
Abração,
Bode