Saturday, August 26, 2006
Tênis e frescobol
Esta semana foi aniversário da minha esposa. Me encarreguei de um jantar à luz de velas com flores, champagne, música e presente! (Ela também sabe me agradar quando quer) De aperitivo uma torrada mediterrânea com pimentão em conserva, alcachofras, patê de azeitona, copa de parma e queijo parmesão. Na entrada, papardelle aos quatro queijos com funghi e noix de saint jacques. Depois um tournedos de filé mignon ao molho madeira, batatas no forno com pimentão e aspargos. E de sobremesa mousse de chocolate com laranjas na calda de framboesa e cointreau. Tá bom, tive ajuda para o mousse de chocolate, as minhas batatas não ficaram lá essas coisas e o pimentão queimou. Não dá para ser perfeito, e o importante é que sabemos que não somos perfeitos, nenhum dos dois. Eu não falo muito, deixo roupas espalhadas pela casa, levo meses para trocar uma lâmpada, fumo escondido, não organizo nenhum papel da casa e nem sei tocar violão. Sou assim, fazer o quê?
Rubem Alves escreveu uma crônica em que dizia existirem dois tipos de casamento, o casamento tênis e o casamento frescobol. O tênis é um jogo feroz. Para ser vitorioso você precisa fazer o outro errar e perder. No frescobol não há ganhadores ou perdedores, o bom é ficar ali batendo a bolinha juntos. Se você recebe a bola torta ou errada você tenta ajeitá-la de volta para que seu parceiro não erre e o jogo continue.
Quem não sabe amar, como dizia Cazuza, fica esperando alguém que caiba no seu sonho. Quem não sabe amar idealiza uma pessoa perfeita que não existe, e não consegue nunca achar ninguém.
Quando se sabe amar, amar é fácil. Ama-se as pessoas pelo que são, sem torná-la sua propriedade ou sem tentar fazê-la encaixar-se na imagem que você tem de uma pessoa perfeita. Assim se escolhe alguém para construir uma vida juntos. E só com alguém assim se joga um bom frescobol.
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2 comments:
Bonito o que escreveu do casamento, muito chiques o jantar, ainda mais feito por você e quer prova de amor maior que essa, simples ou sofisticado as provas de amor, sempre dizem mais quando saem das mãos de que as fazem...
bonito o que escreveu sobre o casamento, mais chiques ainda o que cozinhou, uma prova de amor simples ou sofisticada, cumpre muito mais sua intenção, quando feitas pelas mãos de quem idealizou...
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