Pode-se dizer que a Holanda é um dos berços do capitalismo moderno. O país tem uma das bolsas de valores mais antigas do mundo, a primeira corporação comercial do planeta, a famosa Companhia das Índias Orientais nasceu aqui, e banqueiros judeus financiaram em grande parte a Golden Age holandesa do século XVII.
Desde então o mercado tem sempre andado aos sobressaltos, faz parte do jogo financeiro, um perde e outro ganha.
Joelmir Beting, um dos únicos que fala um economês inteligível diz que “trata-se de uma crise produzida de caso pensado pela especulação financeira sem fronteira e sem bandeira. Não se trata de choques reais da atividade econômica em geral. Atividade que pode ser perturbada, mas não paralisada pelo catastrofismo ardiloso dos analistas financeiros e dos jornalistas idem. Até porque pintar cenários pessimistas dá a seus autores enorme credibilidade. O pessimismo, em economia, é sempre levado a sério. O otimismo, não raro, é espancado pela galhofa.’’
Talvez ele esteja certo, mas ainda assim há algo de profundamente errado no mundo das finanças. Ontem, o Société Generale, um dos maiores bancos da França descobriu que um de seus traders tinha aberto um rombo de 5 bilhões de euros depois de várias ...gadas no mercado de futuros, ...agadas essas que ele mesmo encobria manipulando a administração do banco.
Um conhecido meu, encarregado de fazer o road-show para a abertura de capitais de uma grande empresa brasileira, foi encontrar em Nova York a representante de um fundo de pensão americano, dono de reservas 3 vezes maiores do que o PIB do Brasil. A responsável era uma moça de uns 30 anos, que comprou-lhe mais de 100 milhões de dólares em ações, como se estivesse passando um cheque no supermercado.
Os bancos americanos andaram emprestando a torto e a direito dinheiro de hipoteca para gente que não tem como pagar. Jacques Attali, ministro francês, cita ainda a crise do endividamento dos americanos mais pobres nos cartões de crédito, uma bomba relógio cujo potencial dano não foi ainda descoberto.
De um certo modo, aqueles quadros eletrônicos das bolsas de valores que passam do azul ao vermelho a cada minuto estão mostrando o que está acontecendo com o rico dinheirinho da nossa aposentadoria, e é inquietante pensar que ele esteja nas mãos de quem não sabe o que faz.
“There is something rotten in the state of banking” a frase hamletiana é de Antonia Senior, colunista do Times refletindo sobre essas irracionalidades.
Ela cita uma pesquisa sobre moral no setor bancário de Roger Steare, Professor de Ética Organizacional na Cass Business School. A pesquisa pôs mais de 700 executivos trabalhando em empresas do setor financeiro em testes de integridade. O resultado é que esse grupo era menos honesto, menos leal e menos disciplinado do que a media dos trabalhadores britânicos. Uma cultura de ambição e de pensamento a curto prazo.
Antonia Senior conclui, ambição é bom, mas temperada com outros valores, honestidade por exemplo.
Quanto a mim, se tivesse dinheiro compraria uma das duas coisas que não perderam valor desde que moeda é redonda : terra e ouro.
Desde então o mercado tem sempre andado aos sobressaltos, faz parte do jogo financeiro, um perde e outro ganha.
Joelmir Beting, um dos únicos que fala um economês inteligível diz que “trata-se de uma crise produzida de caso pensado pela especulação financeira sem fronteira e sem bandeira. Não se trata de choques reais da atividade econômica em geral. Atividade que pode ser perturbada, mas não paralisada pelo catastrofismo ardiloso dos analistas financeiros e dos jornalistas idem. Até porque pintar cenários pessimistas dá a seus autores enorme credibilidade. O pessimismo, em economia, é sempre levado a sério. O otimismo, não raro, é espancado pela galhofa.’’
Talvez ele esteja certo, mas ainda assim há algo de profundamente errado no mundo das finanças. Ontem, o Société Generale, um dos maiores bancos da França descobriu que um de seus traders tinha aberto um rombo de 5 bilhões de euros depois de várias ...gadas no mercado de futuros, ...agadas essas que ele mesmo encobria manipulando a administração do banco.
Um conhecido meu, encarregado de fazer o road-show para a abertura de capitais de uma grande empresa brasileira, foi encontrar em Nova York a representante de um fundo de pensão americano, dono de reservas 3 vezes maiores do que o PIB do Brasil. A responsável era uma moça de uns 30 anos, que comprou-lhe mais de 100 milhões de dólares em ações, como se estivesse passando um cheque no supermercado.
Os bancos americanos andaram emprestando a torto e a direito dinheiro de hipoteca para gente que não tem como pagar. Jacques Attali, ministro francês, cita ainda a crise do endividamento dos americanos mais pobres nos cartões de crédito, uma bomba relógio cujo potencial dano não foi ainda descoberto.
De um certo modo, aqueles quadros eletrônicos das bolsas de valores que passam do azul ao vermelho a cada minuto estão mostrando o que está acontecendo com o rico dinheirinho da nossa aposentadoria, e é inquietante pensar que ele esteja nas mãos de quem não sabe o que faz.
“There is something rotten in the state of banking” a frase hamletiana é de Antonia Senior, colunista do Times refletindo sobre essas irracionalidades.
Ela cita uma pesquisa sobre moral no setor bancário de Roger Steare, Professor de Ética Organizacional na Cass Business School. A pesquisa pôs mais de 700 executivos trabalhando em empresas do setor financeiro em testes de integridade. O resultado é que esse grupo era menos honesto, menos leal e menos disciplinado do que a media dos trabalhadores britânicos. Uma cultura de ambição e de pensamento a curto prazo.
Antonia Senior conclui, ambição é bom, mas temperada com outros valores, honestidade por exemplo.
Quanto a mim, se tivesse dinheiro compraria uma das duas coisas que não perderam valor desde que moeda é redonda : terra e ouro.
2 comments:
Cuidado ao comprar terras...
Certifique-se de que a propriedade privada é respeitada onde vc pretende investir, senão o seu rombo poderá ser maior do que vc imagina.
Não entendo lhufas de economia, não gosto de lidar com dinheiro e, para ser bem sincera, nem gosto muito dele próprio, mas tenho a intuição que a ganância desenfreada dos tempos atuais vai acabar destruindo uma das melhores fases da economia da história do planeta (senão, a melhor). E todos nós pagaremos. Como sempre.
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