Thursday, May 21, 2009

Negócio da China


Há uns dias escrevi que o governo Lula estava tentando reestatizar a economia brasileira através de massivos investimentos do BNDES em empresas privadas.
O Estadão divulgou agora que os fundos de pensão - que controlam a Perdigão - e o BNDES planejam comprar pelo menos 50% - se possível até 65% - das ações a serem emitidas até o fim de julho pela Brasil Foods, a companhia formada por Sadia e Perdigão.
Os fundos contam com o BNDES para criar um grupo de acionistas afinado e forte o suficiente para definir os rumos da Brasil Foods, sem depender de outros sócios. Pertencentes a estatais, são liderados pela Previ, do Banco do Brasil. Deverão investir de R$ 1,3 bilhão a R$ 2 bilhões.O BNDES planeja investir de R$ 1 bilhão a R$ 1,5 bilhão.
É a Terceira Via Bananeira, o Capitalismo de Estado no melhor estilo chinês.
Está acontecendo nos frigoríficos, aconteceu na telefonia e vai acontecer cada vez mais.
Empresas que foram irresponsáveis em suas decisões financeiras e administrativas são recompensadas pelo governo.
Perde o contribuinte, perde o consumidor e perdem os produtores rurais com a eliminação da livre concorrência, um dos pilares do mercado.
Ganham os donos do poder com mais algumas boquinhas e cargos a distribuir. Y otras cositas más.
Vejam o exemplo da Petrobrás, uma verdadeira caixa-preta em segredos administrativos. Sua função mais estratégica não é extrair petróleo para combater a pobreza (como se isso acontecesse em qualquer país produtor de petróleo do terceiro mundo), é a de sustentar com suas verbas de publicidade os veículos de imprensa que apóiam o governo.
Enquanto isso pequenos empresários têm que sobreviver e investir com o crédito mais caro e curto do planeta, uma burocracia sufocante e com uma carga tributária escandinava em troca de serviços públicos africanos. Se a Sadia quebrasse seriam 60.000 empregos perdidos. Mas suas fábricas seriam compradas por outros que continuariam produzindo. E quantos empregos seriam criados se os problemas aqui citados de burocracia, carga tributária e crédito para investimentos fossem resolvidos?

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