Esses dias assisti o "Bobby" de Emilio Estevez sobre o assassinato de Robert F. Kennedy, então em campanha pela presidência, no Ambassador Hotel de Los Angeles em 1968. O filme reconstrói as horas antes do assassinato pelo ponto de vista de 22 personagens diferentes. Não deixa de ser interessante, e conta com a participação de excelentes atores e atrizes.
Embora o filme seja de 2006, a comparação de Robert Kennedy com Barack Obama é inevitável. O discurso sobre as mudanças, a capacidade de atrair multidões, o fantasma da guerra (do Vietnam em 68 e do Iraque agora), a simpatia e o carisma, a campanha pela presidência.
Nicolas Sarkozy declarou outro dia que precisávamos virar a página de Maio de 68, certamente um dos períodos mais interessantes da história recente. Sarkozy esqueceu de lembrar-se que foi graças a 68 que ele, um filho de imigrantes, conseguiu virar presidente da França, assim como um negro e uma mulher cogitaram ser presidentes dos Estados Unidos.
Maio de 68 trouxe certamente mudanças, muitas positivas, outras nem tanto.
A mídia hollywoodiana nunca escondeu seu caráter liberal, e com seus atores e atrizes elevados à categoria de deuses infalíveis (America's Royalty como diria Joey Tribiani), é óbvio que eles tenham Obama como candidato preferido.
Mas o certo é que o momento é outro, a guerra é outra, a história é outra. E nós temos que aprender a andar para a frente. Eu ficaria com Bobby em 68, mas não fico com Obama em 2008.
2 comments:
Mais uma boa dica de filme, que tenho, certeza, vale a pena ver. Obrigado!
Quanto ao Sarkô, ele é mesmo um barato. Fica com esse discurso moralista, bem "família" de "abaixo o Maio 68", mas se separa da mulher e, três meses depois, é visto com a modelo ex-Mick Jagger na EuroDisney. Assim eu também sou moralista...
Abraço,
Lelec
Como assim não ficaria com Obama?
Abraços
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