Monday, August 18, 2008

Medalhas


O seguinte link, do NY Times é bem interessante:




Trata-se de um mapa interativo de medalhas desde que as olímpiadas modernas começaram.
Observando o mapa ao longo dos anos, chego às seguintes conclusões sobre os grandes ganhadores de medalhas:

1) O país que ganha mais medalhas é necessariamente populoso (assim fica fácil achar algum talento) e rico. Seus atletas se alimentam com sucrillhos todos os dias, têm os melhores equipamentos e patrocínio de sobra. Exemplo: Estados Unidos.

2) Outros países que ganharam muitas medalhas são aqueles comunistas onde o governo pega os desgraçados no berço e faz eles treinarem à exaustão pelo bem da pátria para mostrar ao mundo que eles são os melhores. Exemplo: URSS (agora Rússia e agregados), a Alemanha em 1936, a Alemanha Oriental durante a Guerra Fria, Cuba e a China.

3) No terceiro escalão estão os países onde o esporte é parte do quotidiano das pessoas, e sem competições esportivas haveria falta de assunto nas rodinhas de botecos e cafés. Exemplo: Inglaterra, Itália e França.

4) Depois vêem os países ricos mas com população pequena, que só não ganham mais medalhas por falta de gente como Suécia e Holanda.

5) O Brasil está naquele grupo onde as únicas medalhas vêm de um punhado de cabeças duras que decidiram ser esportistas mesmo sem dinheiro nem patrocínio, nem torcida, nem p... nenhuma, mas que querem pegar uma boquinha na Olimpíada e voltar cheio de muamba e estória para contar. As medalhas aqui só vem mesmo por causa do talento individual de um Grael, um Rodrigo Pessoa, um Cielo ou uma Daiane. Nem em futebol que é o único esporte que neguinho dá algum valor por aqui teve medalha olímpica ainda.

6) Depois vêm a multidão dos pobres terceiro mundistas onde ser atleta pode ser a única chance de escapar de uma vida desgraçada. As medalhas de Jamaica, Etiópia ou Quênia por exemplo só vêm de esporte de pobre, como correr onde o sujeito só precisa mesmo de um sapato. Na mesma situação estão aqueles levantadores de peso e arremessadores de qualquer coisa da Eslovênia, Moldávia, Cazaquistão e outros fins de mundo. Medalha de iatismo, equitação ou outro esporte chique aqui nem pensar.

7) Jogar em casa ajuda e muito, é só olhar o mapa. O pessoal não quer passar vergonha em casa não... Quem sabe em 2016 no Rio o Brasil melhora esse desempenho Coppertone (só bronze)? Enche o resto do pessoal de caipirinha e manda bala.

5 comments:

clabrazil said...

Adorei a análise. É assim mesmo. Pena que nao há dinheiro para nada de produtivo em nosso país... educacao, música, esporte. Só perseveranca mesmo.
Beijos,
Cla

Lelê Carabina said...

Muito interessante... o pessoal por aí quer uma olimpíada politicamente imparcial, mas acho quase impossível não fazer tais análises.
Vou dar mais uma passeada por aqui! =)

Lelec said...

É Fernando,

No Brasil, quem quer se dedicar à ciência, às artes ou ao esporte tem que ser mesmo muito cabeça-dura.
Mas se resolver abrir uma ONG para juntar os "cumpanhêro" e ganhar uma verbinha do governo, aí é facinho, facinho...

Abraço,

Lelec

Ricardo Rayol said...

se depender de desvio de verba a olimpiada do rio é medalha de ouro certa

Alma said...

Ricardão, falando em Olimpíadas no Rio, o manda bala do final também é só metafórico, não é para metralhar ninguém não...
Existe a modalidade Tiro de Bala Perdida?