Friday, October 23, 2009
Ira
Eu tenho esse sonho recorrente onde quero dar um soco e meus braços estão paralisados, quero gritar e minha voz não sai. Talvez seja meu subconsciente expressando uma ira reprimida durante o dia.
Nietzsche comparava o homem vivendo em civilização a um animal enjaulado. As regras desse contrato social que assumimos para assegurar a sobrevivência da espécie seriam as grades segurando os impulsos primitivos do homem animal.
Lembrei disso quando contei que precisava conter meus instintos animais toda vez que entreva em uma repartição pública. Tivesse eu nascido há alguns séculos atrás estaria decapitando funcionários a golpes de machado. Jogando óleo quente sobre centrais de telemarketing. Espancando fãs dos Backstreet Boys.
Todos temos esta besta-fera dentro de nós. É talvez por isso que seja tão reconfortante ver Tarantino escalpelando nazistas no cinema. Ou o capitão Nascimento fuzilando traficantes.
Felizmente não evoluímos por nada, não é mesmo? Segundo o livro a Cabeça do Brasileiro de Alberto Carlos de Almeida, idéias como pena de morte e linchamentos são mais comuns entre as parcelas menos educadas da população, aquelas que a esquerda diz ter os caminhos da verdade. Conter nossa ira significa ter um pouco mais de confiança em nossos semelhantes, o que é uma grande virtude. Mas que dá às vezes algum arrependimento.
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