A revista Exame de 07/10 traz uma série de reportagens que nos fazem refletir sobre o tema estampado em seu editorial: qual o nível ideal de intromissão do Estado no mercado?
Bem, a capa da revista é sobre a notável expansão do frigorífico JBS, e o sucesso do estilo Frog (from Goiás) de administrar dos irmãos Batista, que elimina degraus na hierarquia e na cadeia de comando, fazendo as decisões mais rápidas e o contato da gerência com as fábricas mais eficiente.
A reportagem deixa claro no entanto que as formidáveis aquisições do JBS no mundo inteiro (Swift, Smithfield, Inalca, Pilgrim's Pride, Bertin etc) só foram possíveis graças aos aportes de capital efetuados pelo BNDES, que também já é sócio da BR Foods (Sadia+Perdigão) e do Marfrig, para ficar só na área de alimentos. Enquanto centenas de pequenas indústrias lutam para sobreviver em meio a fúria da Receita Federal e enterradas na burocracia legislativa, um punhado de famílias se regala com o leite de pata da viúva, que nem mesmo sabe como essas mega-neo-semi-estatais podem ser administradas em todo seu gigantismo.
Outra reportagem mostra os desentendimentos entre o presidente da Vale Roger Agnelli e o governo Lula, que insiste em dar palpites nos negócios da empresa. Agnelli, outrora aliado de Lula está a perigo na diretoria da empresa por confrontar figuras como Edison Lobão, mionistro das Minas e Energia que quer criar uma nova estatal mineradora, Guido Mantega do Planejamento e o próprio Lula que acha por exemplo um absurdo que a Vale exporte minério de ferro em vez de aço, mesmo se aquele dá à empresa uma margem de lucro muito maior.
A revista também mostra como a Receita tem retido o dinheiro de incentivos fiscais que deveriam ser devolvidos à empresas exportadoras, que chegam a brigar até 10 anos na justiça para reaver oq ue é delas por lei. Enquanto isso, o governo insiste em enfrentar a crise aumentando seus gastos com funcionalismo, uma estratégia que no futuro irá certamente demandar novos aumentos de impostos. O PAC? O PAC não existe, é uma ficção eleitoreira de Dilma Roussef. Os investimentos do PAC até agora representam 0,36% do PIB brasileiro.
O Pré Sal e sua nova estatal é outro tema. Como a Petrosal, o gasto é do contribuinte e o risco de exploração é do País. Tudo por causa do pavor da iniciativa privada.
Esse neo-estatismo, cuja inspiração vem da China e da extinta União Soviética todos nós sabemos onde vai dar. Em nenhum lugar do mundo, em nenhum momento da história, o Estado foi mais competente para administrar empresas do que a iniciativa privada.
Reduzir impostos e investir em educação e pesquisa faria à economia nacional um bem muito maior do que qualquer nova estatal e as obras de papel do PAC.
A crise recente no sistema financeiro mundial foi a desculpa que a esquerda precisava para que o Estado extendesse seus tentáculos pela sociedade como um câncer. E no entanto reflitam. O capitalismo amoral que gerou a crise financeira foi criado pela própria esquerda, aquela de maio de 68. Em sua guerra cultural, lutou para destruir tudo o que dava sustentação moral à sociedade ocidental. Lutou, e ainda luta, para destruir o conceito de família, a religião e as tradições. E dessa sociedade amoral que nasce a selvageria do mercado. É essa selvageria que o Estado hoje deve regular. O resto é andar para trás.
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